Embaixador da Venezuela no Brasil pede reunião com governo após críticas de Lula a Maduro

Internacional
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O embaixador da Venezuela no Brasil, Manuel Vadell, pediu uma reunião com o diplomata Celso Amorim, assessor de relações internacionais do governo Lula, para discutir as críticas do Planalto e do Itamaraty à ditadura chavista, depois que Caracas impediu a inscrição da candidatura da opositora Corina Yoris à presidência, no dia 25.

 

Corina foi indicada por María Corina Machado, a principal líder opositora da atualidade, para disputar as eleições de 28 de julho, depois de o regime ter barrado Machado de disputas eleitorais por 15 anos. No ano passado, Maduro tinha se comprometido no chamado Acordo de Barbados, mediado pela Noruega e apoiado por Brasil, União Europeia e Estados Unidos, a realizar eleições livres e justas, com participação da oposição.

 

O combinado, no entanto, não foi cumprido. Após a força demonstrada por María Corina nas primárias da oposição em dezembro, Maduro ampliou a repressão, prendendo opositores e dissidentes venezuelanos, além de inabilitar a rival e impedir a candidatura de sua sucessora.

 

Na terça-feira, 26, pela primeira vez desde que Lula voltou ao Planalto, o governo criticou abertamente a ditadura venezuelana, por meio de uma nota do Itamaraty.

 

"Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial", disse a chancelaria, em nota.

 

Maduro respondeu com rispidez, também por meio de uma nota da chancelaria. Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil disse que o comunicado parecia "ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos EUA, onde são emitidos comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela".

 

Na quinta-feira, 28, ao lado do presidente francês Emmanuel Macron, Lula disse que o veto à inscrição de Corina Yoris é grave. "Me parece que ela se dirigiu ao local, tentou usar o computador e não conseguiu entrar. Então causou prejuízo a uma candidata que por coincidência leva o mesmo nome da que havia sido proibida. Não tem explicação política e jurídica você proibir um adversário de ser candidato", disse.

 

No Itamaraty, a avaliação é a de que apesar do tom duro dos comunicados ainda há espaço para diálogo. Em Caracas, a embaixadora Glivânia Maria de Oliveira tem mantido canais abertos com autoridades chavistas.

 

Agora, a expectativa é que o mesmo aconteceça em Brasília com Vadell e Amorim, o principal emissário de Lula para a crise venezuelana. A reunião ainda não tem data marcada.

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, dará posse na segunda-feira, 10, ao novo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e à nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, Gleisi Hoffmann. A cerimônia ocorre às 15 horas (de Brasília) no Palácio do Planalto.

Pela manhã, o presidente se reúne às 9 horas com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, e com o secretário de Imprensa da Secretaria de Comunicação Social, Laércio Portela.

Às 11 horas, Lula recebe a secretária-geral da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso), Rebecca Forattini Lemos Igreja.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, vai participar na terça-feira, 11, de um evento da Gerdau em Ouro Branco (MG), junto do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

A cerimônia está marcada para as 15 horas (de Brasília).

Segundo o Planalto, a siderúrgica investiu R$ 1,5 bilhão na unidade do município mineiro, visando ampliar a produção e o fornecimento de aço, especialmente para setores de máquinas e equipamentos, além do automotivo.

Os recursos integram o investimento total de R$ 6 bilhões que a companhia desembolsa atualmente.

A unidade em Ouro Branco responde por 12% da produção total de aço do Brasil.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou neste sábado, 8, a advogada Verônica Abdalla Sterman para uma cadeira no Superior Tribunal Militar (STM). A indicação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), no Dia Internacional da Mulher.

A advogada precisa ser sabatinada pelo Senado e ter o nome aprovado pela Casa para assumir a vaga no tribunal superior responsável por julgar crimes militares.

Caso tenha o nome chancelado, Verônica Sterman assumirá cadeira na Corte destinada à advocacia que será aberta em abril, com a aposentadoria do ministro José Coêlho Ferreira, atual vice-presidente do tribunal.

O nome de Verônica Sterman era defendido pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e pela nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

A advogada defendeu Gleisi e o ex-marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, em casos da Operação Lava Jato.

A petista fez uma publicação no Instagram sobre a nomeação da advogada. "Parabéns Verônica! Parabéns presidente", escreveu Gleisi na rede social, neste sábado.

Pressão

A indicação para a vaga é de livre escolha do presidente da República, desde que requisitos sejam cumpridos, como ter mais de 35 anos de idade e notável saber jurídico. Lula, contudo, era pressionado para escolher uma mulher.

Publicamente, a ministra Maria Elizabeth Rocha, que assumirá a presidência do STM na próxima quarta-feira, fez um apelo ao presidente.

"Estou aqui clamando ao presidente para que eu tenha uma companheira que possa, junto comigo, defender as questões de gênero. Muitas vezes, por eu ser a única na Corte, minha voz é pouco ouvida. Mas não me rendo à homogeneidade", declarou a ministra durante entrevista à CNN Brasil no último dia 1.º.

Se for aprovada pelos senadores, Verônica Sterman será a segunda mulher nomeada ministra da Corte superior.

Maria Elizabeth Rocha foi a primeira ministra indicada para o STM desde 1808, quando o tribunal foi criado por d. João VI. Ela também foi nomeada por Lula, em 2007, para a vaga destinada à advocacia.

Preterida

Verônica Sterman é formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com mestrado em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (USP). Aos 40 anos, é sócia do escritório da Abdalla Sterman Advogados.

Em agosto do ano passado, a advogada foi preterida por Lula na indicação para uma vaga no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3). Na ocasião, ele escolheu Marcos Moreira, apadrinhado de Luiz Marinho, ministro do Trabalho.

Lula é alvo e críticas por priorizar homens nas indicações para os tribunais superiores. Neste terceiro mandato, por exemplo, o petista escolheu Cristiano Zanin e Flávio Dino para cadeiras no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em um vídeo publicado no Instagram, o presidente disse esperar que a Corte tenha compreensão para diferenciar o que é crime militar do que é crime comum.

"Eu tenho certeza de que você e a Maria Elizabeth vão mudar a história do STM. Um STM que tenha a compreensão do que é crime militar e do que é crime comum. Eu acho que vai ser bom para a sociedade, para o STM e para as mulheres", afirmou o petista, ao lado da advogada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.