Pelo menos 7 morrem em bombardeio israelense no consulado do Irã na Síria

Internacional
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Um ataque aéreo israelense destruiu a seção consular da embaixada do Irã na Síria, matando pelo menos sete pessoas, entre eles um alto conselheiro militar iraniano, informou a mídia estatal síria na segunda-feira, 1º. Socorristas ainda estavam procurando por outros corpos nos escombros, disse o embaixador iraniano Hossein Akbari.

 

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização de monitoramento de guerra com sede no Reino Unido, alega que já são oito mortos pelo ataque.

 

O ataque ao prédio do consulado iraniano pode marcar uma escalada do contínuo direcionamento militar de Israel a oficiais militares iranianos e aliados na Síria, que se intensificaram desde o início da guerra com o Hamas em Gaza em 7 de outubro.

 

Israel, que raramente reconhece tais ataques, disse que não tinha comentários sobre os relatos da mídia síria. A emissora estatal iraniana em árabe, Al-Alam, e a emissora de televisão pan-árabe Al-Mayadeen, que tem repórteres na Síria, disseram que o ataque matou o conselheiro militar iraniano, general Ali Reza Zahdi, que liderou a elite Força Quds no Líbano e na Síria até 2016. Quatro autoridades israelenses, falando sob condição de anonimato ao New York Times, reconheceram que Israel realizou o ataque, visando Zahdi.

 

O embaixador iraniano disse que dois policiais que guardavam o prédio ficaram feridos. Akbari prometeu vingança pelo ataque 'na mesma magnitude e severidade'. Em comentários à mídia depois de se encontrar com Akbari, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Faisal Mekdad, disse que 'várias' pessoas foram mortas.

 

Mekdad, em uma ligação telefônica com seu homólogo iraniano, Hossein Amirabdollahian, condenou Israel pelo ataque. A televisão estatal iraniana disse que a residência do embaixador iraniano estava no prédio consular, que ficava ao lado da embaixada. "Netanyahu perdeu o equilíbrio mental porque enfrentou derrotas consecutivas em Gaza e não alcançou os ambiciosos objetivos dos sionistas", disse Amirabdollahian em comunicado.

 

O ataque, disse um membro iraniano da Guarda Revolucionária, visou uma reunião secreta na qual oficiais de inteligência iranianos e militantes palestinos se reuniram para discutir a guerra na Faixa de Gaza. Entre os oficiais iranianos estavam comandantes sêniores das Forças Quds e líderes da Jihad Islâmica Palestina, um grupo armado e financiado pelo Irã. O líder da Jihad Islâmica Palestina, Ziad Nakhaleh, estava no Irã na semana passada se encontrando com altos líderes iranianos.

 

Israel realizou centenas de ataques a alvos em partes controladas pelo governo da Síria nos últimos anos. Tais ataques aéreos escalaram nos últimos meses no contexto da guerra de Israel contra o Hamas na Faixa de Gaza e dos confrontos em curso entre o exército israelense e o Hezbollah na fronteira Líbano-Israel.

 

Embora raramente reconheça suas ações na Síria, Israel disse que alveja bases de grupos militantes aliados ao Irã, como o Hezbollah do Líbano, que enviou milhares de combatentes para apoiar as forças do presidente sírio Bashar Assad.

 

Um ataque aéreo israelense em um bairro de Damasco em dezembro matou um conselheiro de longa data da Guarda Revolucionária paramilitar iraniana na Síria, Seyed Razi Mousavi. Um ataque semelhante a um prédio em Damasco em janeiro matou pelo menos cinco conselheiros iranianos. Na semana passada, ataques aéreos sobre a estratégica província oriental síria de Deir el-Zour, perto da fronteira com o Iraque, mataram um conselheiro iraniano. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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A vereadora Cris Monteiro (Novo) afirmou nesta terça-feira, 29, durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo, que "mulher branca, bonita e rica incomoda". A declaração foi dirigida a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e gerou forte reação da plateia e de parlamentares.

Durante sua fala, Cris repreendeu a vereadora Luana Alves (PSOL), que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calados (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês".

Ela completou dizendo que representa uma parcela da população que a elegeu e criticou os grevistas. "Eu não vou defender essas pessoas que deixam as nossas crianças na sala de aula fazendo greve."

A vereadora Luana Alves, que é negra, classificou a fala como racista e pediu a suspensão da sessão. Segundo ela, Cris Monteiro teria direcionado suas palavras diretamente a ela enquanto discursava.

O áudio da transmissão oficial da sessão pela Rede Câmara, canal da Casa no YouTube, chegou a ser interrompido por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida. Após o retorno, a vereadora do Novo pediu desculpas.

"Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso".

O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), disse que a Casa "não permite racista" e mencionou o caso do ex-vereador Camilo Cristófaro (Avante), cassado em 2023 por fala racista. No entanto, após rever o vídeo da declaração de Cris, avaliou que não houve racismo.

"Nós vimos e revimos várias vezes o vídeo. Na nossa opinião, não houve racismo", afirmou o presidente da Câmara. Segundo ele, a Corregedoria da Câmara acompanhará o caso. "Esse fato será analisado com sangue tranquilo, temperatura normal, pressão também".

A vereadora do PSOL, no entanto, reforçou a acusação. Para ela e outros vereadores, se tratou de um ato de racismo evidente.

"A vereadora Cris irá responder na Corregedoria. Fico muito triste que uma cassação não tenha sido suficiente para aprenderem que não se pode desrespeitar a população negra nessa Câmara", disse. Ela espera que o desfecho seja semelhante ao do caso Cristófaro.

Essa não foi a primeira polêmica envolvendo a vereadora Cris Monteiro. Em 2021, ela se envolveu em um episódio de agressão com a então vereadora Janaína Lima, à época também filiada ao Novo. Na ocasião, Cris afirmou esperar que Janaína fosse cassada.

Um relatório da Corregedoria da Câmara Municipal recomendou a suspensão das funções legislativas de ambas - Janaína e Cris - após a briga ocorrida no banheiro ao lado do Plenário, durante a votação da reforma da Previdência. No entanto, a ação disciplinar não avançou.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou a jornalistas, nesta terça-feira, 29, que está "totalmente" descartada a possibilidade de seu afastamento do ministério. As declarações ocorreram após depoimento na Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados.

Na ocasião, Lupi havia respondido questionamentos de parlamentares sobre as fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Ao ser questionado se houve alguma conversa sobre o seu afastamento do ministério, Lupi respondeu "nenhuma". Ele acrescentou: "Quem tem que decidir sobre isso é o presidente Lula. Eu sei que eu tenho a confiança dele e estou trabalhando para elucidar tudo o que tiver de errado", declarou.

Lupi voltou a dizer que não houve demora nas providências ao tomar conhecimento das denúncias de fraudes no INSS. "Isso é uma formação de quadrilha: grupos que se montaram para criar instituições e para roubar dinheiro de aposentado. Isso é chocante para mim", declarou.

O ministro prosseguiu: "Eu fui surpreendido com o volume disto. Porque eu sabia que tinha uma denúncia aqui, outra acolá, a gente sempre soube, a gente recebia queixa, na própria plataforma do INSS aparecia algumas pessoas se queixando. Agora, nesse quantitativo, por uma organização, eu tomei conhecimento agora".

Lupi também argumentou que a base para as investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) vieram de apurações que ele determinou no INSS. Questionado se houve demora nas providências, ele negou.

"Aí, é outra discussão. Quando eu fiz a comparação com o botequim da esquina, eu adoro um pão na chapa no botequim da esquina. Quando eu fiz a comparação, é no sentido de que isso não é simples, são 7 milhões de pessoas. Como é que você verifica, checa, cria biometria de 7 milhões de pessoas?", afirmou.

Ainda em resposta aos jornalistas, Lupi afirmou: "Não demorei a determinar (as apurações). Foi tomado conhecimento dos vários fatos, inclusive no Conselho. O Conselho não é executivo, é um conselho de debate, de deliberações macro sobre visão da Previdência Social. Estava lá no assento o presidente do INSS e o diretor do INSS. Eu pedi para que tomassem providências disso, tanto é que eu demiti o diretor".

Conforme mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Lupi argumenta que demitiu o diretor de Benefícios André Félix Fidélis, que teria apresentado lentidão para avançar com as apurações. Uma reportagem do Jornal Nacional, da TV Globo, mostrou que o ministro foi alertado sobre as fraudes em junho de 2023, mas adiou a discussão e só tomou providências após quase um ano.

A auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) nos descontos em contracheques de aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) revelou situações flagrantes de fraude.

Foram descobertos cadastros em nome de analfabetos, indígenas de comunidades isoladas, idosos com doenças graves, pessoas com deficiência e aposentados.

São pessoas que, segundo a CGU, não teriam como comparecer pessoalmente às associações e nem como assinar fichas de filiação e termos de autorização para os descontos em benefício dessas entidades. Algumas até residem no exterior.

Os casos foram descobertos a partir de entrevistas feitas com uma amostra de 1.273 beneficiários do INSS, registrados nos 27 Estados e no Distrito Federal, que tiveram valores descontados de seus contracheques. 97,6% dos entrevistados informaram à CGU não ter autorizado os abatimentos.

Os beneficiários do INSS podem aderir a associações civis e sindicatos e autorizar descontos mensais em seus contracheques para cobrir custos de filiação. Para isso, as entidades devem estar habilitadas junto ao INSS e precisam receber autorização "prévia, pessoal e específica" de aposentados e pensionistas interessados.

Parte dos aposentados ouvidos pela CGU só tomou conhecimento dos descontos no momento das entrevistas.

A Polícia Federal afirma que a auditoria revela um "cenário de incongruências". A PF investiga se idosos foram induzidos a assinar autorizações de desconto sem saber a verdadeira finalidade dos documentos e até se assinaturas foram forjadas.

As suspeitas são investigadas na Operação Sem Desconto. Segundo a Polícia Federal, servidores do INSS venderam dados de aposentados e pensionistas em troca de propinas e facilitaram os descontos indevidos direto nos contracheques dos beneficiários. O esquema teria causado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.

Pressionado, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, pediu demissão após ter sido afastado do cargo por ordem judicial.