Irã tenta calibrar resposta a ataque de Israel na Síria em meio à pressão por retaliação

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Uma alta autoridade iraniana resistiu à pressão interna sobre os militares do país para atacarem rápida e duramente contra Israel, sugerindo que Teerã está tentando equilibrar essas demandas com as advertências dos Estados Unidos enquanto decide como retaliar contra um ataque na Síria no qual afirma que Israel matou um dos seus principais generais.

O Irã prometeu responder na mesma moeda ao que afirma ter sido um ataque aéreo israelense ao edifício do consulado iraniano em Damasco, que matou sete membros da Guarda Revolucionária, incluindo o general. Os EUA disseram que dariam todo o seu apoio a Israel se o Irã atacasse.

"Alguns perguntam por que razão a República Islâmica não se vinga", afirmou Mojtaba Zonnour, um clérigo conservador e chefe da comissão de segurança nacional e política externa do parlamento iraniano, cujas declarações reflete frequentemente as opiniões do sistema de segurança.

Qualquer decisão de tomar medidas contra Israel "deveria basear-se nos interesses e na segurança nacionais, e não nas exigências públicas", disse Zonnour, discursando numa conferência em Teerã, segundo a agência de notícias semioficial ILNA. Ele acrescentou que uma resposta viria eventualmente. "Talvez mais cedo, talvez mais tarde, mas isso acontecerá", garantiu.

Nos últimos dias, alguns iranianos começaram a zombar dos militares e da liderança por não agirem, apesar das inúmeras ameaças, inclusive do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, de vingar o ataque em Damasco.

"Israel, eles não têm coragem de buscar vingança", dizia uma nova pichação em um muro em Teerã, referindo-se ao governo. "Acerte-os com mais força da próxima vez, Israel, eles fizeram xixi nas calças", dizia outro.

Outros residentes de Teerã temem possibilidade de uma conflagração com Israel aumentar ainda mais a pressão sobre a economia do país, pressionada por sanções. Esse grupo questiona o valor de gastar bilhões de dólares em campanhas militares estrangeiras se o país não puder se defender dos ataques israelenses. Fonte: Dow Jones Newswires.

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O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manteve-se aprovado por 61% dos eleitores de São Paulo. Os dados são da pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira, 27. O índice é o mesmo registrado em dezembro do ano passado e só um ponto abaixo do que havia sido apontado em abril de 2024. Por outro lado, a desaprovação a Tarcísio oscilou dois pontos para cima, passando de 26% em dezembro para 28% em fevereiro (um ponto a menos do que os 29% registrados em abril de 2024). Os eleitores que não souberam ou não responderam são 11% atualmente.

Quando levada em consideração a avaliação do governo, houve melhora nos índices. A avaliação positiva passou de 37% para 41%. Já a regular passou de 37% para 34%. Os que apontam que o governo é negativo oscilaram de 13% para 14%. São 11% os que não souberam ou não responderam.

A Genial/Quaest também pediu que o eleitor avaliasse as áreas de atuação do governo. A atração de empresas foi a que obteve o melhor resultado, com 49% fazendo uma avaliação positiva desta área. Outros 34% usaram o conceito "regular", enquanto 17% usaram o "negativo". A área de infraestrutura e mobilidade também tem boa avaliação do eleitorado, com 45% dos eleitores avaliando positivamente o trabalho (37% regular e 18% negativo).

No caso da educação, são 39% os que fazem uma avaliação positiva da gestão, mesmo índice de emprego e renda.

Os piores resultados de Tarcísio se dão na área de segurança e saúde. Nas duas o conceito "negativo" foi mais citado que o "positivo". São 34% os que criticam a atuação de Tarcísio na segurança, contra 29% os que avaliam positivamente (37% apontam a atuação como regular). Na saúde, o conceito "positivo" foi apontado por 30%, contra 32% que atribuíram uma avaliação negativa ao governo. Os outros 38% afirmaram que a atuação na área é regular.

A pesquisa ouviu 1.644 eleitores entre os dias 19 e 23 de fevereiro, de forma presencial. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.

Comparativo com outros Estados tem leve piora

De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, ao serem perguntados se São Paulo está melhor ou pior que outros Estados, 60% dos paulistas acham que está melhor. O índice se manteve em relação a dezembro. Contudo, o número daqueles que acham que está pior aumentou: de 25% para 29%. São 11% os que não sabem ou não responderam.

O maior porcentual dos eleitores aponta que São Paulo está "parado" atualmente. São 44%. Enquanto isso, 35% dos paulistas acham que o Estado está melhorando e 19% acham que está piorando.

Tarcísio lidera eventual disputa pela reeleição

A Genial/Quaest também questionou os paulistas sobre se o governador Tarcísio de Freitas merece ou não ser reeleito. São 55% os que acham que sim, e 36% os que acham eu não. Os demais 9% não souberam ou não responderam. Tarcísio tem indicado a intenção de disputar novamente o cargo, embora haja pressão de aliados para que concorra ao Palácio do Planalto.

Houve a simulação de um cenário estimulado (com os nomes dos candidatos apresentados) em uma eventual disputa ao Palácio dos Bandeirantes com a presença do governador. Nele, Tarcísio aparece com 38% das intenções de voto, contra 15% de Fernando Haddad (PT). Já Pablo Marçal (PRTB) surge com 12%. O ex-coach está inelegível por decisão da Justiça Eleitoral, mas cabe recurso. Márcio França (PSB) completa a lista com 6%. Os indecisos seriam 8% e os brancos/nulos e indecisos somam 21%.

Segundo a pesquisa, 10% dos paulistas se consideram lulistas ou petistas, 12% se dizem de esquerda, 24% de direita, 11% bolsonaristas e 41% não se identificam com nenhum desses rótulos. Os outros 2% não souberam ou não responderam.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos criticou nesta quarta-feira, 26, o bloqueio de redes sociais pela Justiça do Brasil, classificando as decisões como "censura". O órgão, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, fez uma publicação no X na qual afirma que tais medidas são "incompatíveis com os valores democráticos". A postagem não cita o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e foi compartilhada pela embaixada dos EUA no País.

Por meio do Itamaraty, o governo Lula reagiu e condenou o que considerou uma tentativa de distorcer e politizar decisões judiciais. "A manifestação distorce o sentido das decisões do STF, cujos efeitos destinam-se a assegurar a aplicação, no território nacional, da legislação brasileira pertinente. A liberdade de expressão brasileira deve ser exercida, no Brasil, em consonância com os demais preceitos legais vigentes, sobretudo os de natureza criminal", diz a nota (mais informações nesta página).

Segundo a postagem do governo de Donald Trump, "o respeito à soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil". "Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos Estados Unidos por se recusarem a censurar pessoas que vivem nos EUA é incompatível com os valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão", afirma o texto publicado no perfil do Escritório do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado.

Esta é a primeira vez que o governo Trump faz menção ao assunto. Apesar de não citar Moraes diretamente, a manifestação faz referência implícita à decisão do magistrado sobre a plataforma Rumble.

Na semana passada, o ministro do Supremo determinou o bloqueio da Rumble no País, sob o argumento de que a rede de vídeos cometeu "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e ao Poder Judiciário brasileiros". Moraes havia exigido que a empresa indicasse um representante no Brasil. O bloqueio é por tempo indeterminado, até o cumprimento da ordem judicial e o pagamento de multas. Além disso, o magistrado tinha pedido a suspensão da conta do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos na plataforma.

Soberania

A Rumble e a Trump Media, empresa ligada ao presidente americano, processaram Moraes nos Estados Unidos, acusando-o de violar a soberania americana. A ação tramita em um tribunal federal da Flórida. As empresas alegam que o ministro violou a lei americana ao ordenar à Rumble a suspensão da conta de Allan dos Santos, foragido da Justiça brasileira e alvo de mandado de prisão preventiva por disseminação de desinformação e ataques ao Supremo.

Rumble e Trump Media entraram com pedido de liminar em um tribunal dos EUA contra Moraes que foi negado. Na decisão, a juíza Mary Scriven não analisou o mérito da ação, argumentando que as decisões do brasileiro não se aplicam nos Estados Unidos e não houve qualquer tentativa de impor seu cumprimento em território americano.

Projeto de Lei

Ainda no mais recente embate de Moraes com plataformas digitais, o Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA aprovou ontem um projeto de lei criado para barrar o ministro. O comitê tem atribuições semelhantes à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, e o projeto deve ir a plenário.

O dispositivo "No Censors on our Shores Act" ("Sem Censura em nosso Território") prevê que autoridades estrangeiras que atuarem contra a liberdade de expressão de americanos sejam impedidas de entrar nos EUA ou possam ser deportadas. Um dos autores da proposta, o deputado republicano Darrell Issa, da Califórnia, disse no X: "Censure um cidadão americano e você não será bem-vindo".

O nome de Moraes não aparece no texto, mas seus autores - além de Issa, a republicana María Elvira Salazar - já o chamaram de "aplicador da censura". Em nota, María Elvira, da Flórida, disse que "o juiz da Suprema Corte do Brasil Alexandre de Moraes é a vanguarda de um ataque internacional à liberdade de expressão contra cidadãos americanos como Elon Musk", em referência ao dono do X e secretário de Trump. Nesta semana, Musk sugeriu sanções ao ministro.

O projeto que avançou ontem foi apresentado em setembro, pouco depois de o X ter sido suspenso no Brasil por ordem do ministro, após descumprir decisões judiciais. Parlamentares bolsonaristas comemoraram a aprovação. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) postou no X que o texto "não tardará para virar lei". A deputada Bia Kicis (PL-DF) foi outra a elogiar a decisão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A desaprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cresceu acima dos dois dígitos desde dezembro em Pernambuco e Bahia, Estados que historicamente são base eleitoral do petista. Segundo pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta, 26, a taxa de reprovação do petista ultrapassa 60% nos outros seis Estados onde foram realizadas entrevistas: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

Lula era desaprovado por 33% dos eleitores baianos em dezembro passado. O índice cresceu 18 pontos porcentuais desde então e chegou a 51%. A aprovação caiu de 66% para 47% no mesmo período. Outros 2% não souberam ou não responderam. Movimento similar ocorreu em Pernambuco. A desaprovação do presidente cresceu 17 pontos porcentuais, saindo de 33% para 50%, enquanto a aprovação caiu de 65% para 49% -1% não soube ou não respondeu.

O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro. Os oito Estados onde foram feitas as entrevistas correspondem a 62% do eleitorado brasileiro. Foram ouvidas 1.644 pessoas em São Paulo, onde a margem de erro é de dois pontos porcentuais; nas demais unidades da Federação, a margem é de três pontos.

Goiás, Paraná e Pernambuco tiveram 1.104 entrevistados cada, enquanto a Bahia teve 1.200 entrevistas. No Rio de Janeiro foram 1.400; no Rio Grande do Sul, 1.404; e em Minas Gerais, 1.482. O nível de confiança é de 95%.

Lula é desaprovado pela maioria da população dos Estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste onde houve a pesquisa. A maior taxa negativa foi registrada em Goiás (70%), seguido de São Paulo (69%), Paraná (68%), Rio Grande do Sul (66%), Rio de Janeiro (64%) e Minas Gerais (63%).

Nesses Estados, a maior aprovação do petista foi no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, ambos com 35%. O índice foi de 33% entre os gaúchos e de 30% entre os paranaenses.

Sobre 2026

A pesquisa trata ainda do cenário eleitoral para 2026. Segundo a Quaest, Lula seria derrotado por adversários da direita em pelo menos cinco dos oito Estados onde o levantamento foi realizado. O presidente perderia no segundo turno para nomes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - que está inelegível - e o cantor Gusttavo Lima em São Paulo, Minas, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

Ao mesmo tempo, Lula ganharia dos oponentes no Rio de Janeiro, na Bahia e em Pernambuco. O recorte leva em consideração, em alguns locais, a vantagem numérica dos adversários sobre o atual presidente. Quando considerada a margem de erro, pode haver empate técnico.

O melhor desempenho entre os candidatos aptos a concorrer foi o de Tarcísio. Ele ganharia de Lula por 54% a 30% em São Paulo, por 46% a 29% em Goiás e por 46% a 30% no Paraná. O governador aparece numericamente na liderança, mas empatado tecnicamente com o presidente dentro da margem de erro em Minas Gerais (40% a 37%) e no Rio Grande do Sul (41% a 36%).

Por outro lado, Lula ganharia de Tarcísio na Bahia (59% a 25%), em Pernambuco (58% a 26%) e no Rio de Janeiro, onde a vantagem é numérica e há empate técnico, por 39% a 35%.

'Provável'

Tarcísio tem negado que será candidato a presidente na eleição de 2026 e afirmado que seu objetivo é tentar se reeleger em São Paulo. Apesar disso, como mostrou o Estadão, aliados enxergam que a candidatura presidencial do chefe do Executivo paulista é cada vez mais provável por três motivos: a inelegibilidade de Bolsonaro, também denunciado pela tentativa de golpe; o bom desempenho do governador nas pesquisas; e a piora na aprovação de Lula.

Embora esteja inelegível por determinação da Justiça Eleitoral, a Quaest testou um embate entre Bolsonaro e Lula. O ex-presidente ganharia em São Paulo (45% a 36%), no Paraná (51% a 30%) e em Goiás (50% a 30%). A vantagem de Bolsonaro está dentro da margem de erro no Rio Grande do Sul, onde teria 44% ante 38% do petista, e em Minas Gerais, local em que o placar é de 42% a 40%. No Rio de Janeiro há empate também numérico: cada um tem 41%.

Cenários

Lula lidera sobre Bolsonaro apenas na Bahia (59% a 26%) e em Pernambuco (57% a 31%). O cenário é similar quando o adversário é Gusttavo Lima: o petista ganharia nesses dois Estados por 57% a 26% e por 57% a 28%, além do Rio de Janeiro (41% a 30%).

O cantor sertanejo tem vantagem numérica sobre o atual presidente da República em São Paulo (39% a 35%), em Minas Gerais (43% a 37%) e no Rio Grande do Sul (41% a 36%). Gusttavo Lima, porém, ganha de Lula fora da margem de erro no Paraná (47% a 28%), em Goiás (55% a 25%) e no Paraná (47% a 28%).

Outro inelegível, o influenciador Pablo Marçal (PRTB) aparece com vantagem sobre Lula nos mesmos cinco Estados: São Paulo (41% a 34%), Minas Gerais (40% a 38%), Paraná (44% a 30%), Rio Grande do Sul (41% a 37%) e em Goiás (46% a 28%). O presidente venceria Marçal nos outros três: 42% a 33% no Rio de Janeiro, 60% a 24% na Bahia e 59% a 26% em Pernambuco.

Na semana passada, a Justiça Eleitoral de São Paulo condenou Marçal por abuso de poder político e econômico durante a campanha para a Prefeitura de São Paulo em 2024. A decisão do juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1.ª Zona Eleitoral, declarou o influenciador inelegível por oito anos. Ele nega as acusações e pode recorrer da decisão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.