Chefe da inteligência militar de Israel se demite, por falhar no ataque de outubro do Hamas

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O chefe da inteligência militar de Israel, major general Aharon Haliva, pediu demissão nesta segunda-feira, 22, por causa de fracassos relacionados ao ataque sem precedentes do Hamas contra o país em 7 de outubro, informaram as Forças Armadas. Com isso, ele é a primeira autoridade sênior a deixar o posto por seu papel no mais mortífero ataque já sofrido por Israel.

O pedido de demissão de Haliva pode abrir caminho para outras entre graduados agentes de segurança por causa do ataque do Hamas, que deixou 1.200 mortos, em sua maioria civis, além de fazer quase 250 reféns na Faixa de Gaza. O ataque foi o estopim da guerra israelense contra o Hamas em Gaza, agora em seu sétimo mês.

"O comando de inteligência sob meu comando não esteve à altura da tarefa que nos foi confiada. Eu carrego aquele dia lúgubre, dia após dia, noite após noite. Eu levarei a terrível dor da guerra comigo para sempre", afirmou Haliva em sua carta de demissão, divulgada pelos militares.

Havia grande expectativa pela demissão dele e de outros líderes militares e de segurança, diante dos fracassos relacionados ao 7 de outubro. Mas o momento para isso não estava claro, pois o Hamas ainda confronta o Hamas em Gaza e enfrenta militantes libaneses do Hezbollah ao norte, enquanto as tensões com o Irã também estão em alta, após ataques trocados entre os dois inimigos. Fonte: Associated Press.

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Em meio ao escândalo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) anunciou nesta quarta-feira, 7, a realização de uma auditoria nos órgãos responsáveis pelo pagamento de aposentadorias no Estado.

A medida busca reforçar a fiscalização sobre a São Paulo Previdência (SPPrev), que administra as aposentadorias dos servidores estaduais, e sobre os 218 institutos municipais de previdência.

Durante a sessão plenária do TCE, realizada nesta quarta, o conselheiro Marco Aurélio Bertaiolli informou que já enviou um ofício à SPPrev solicitando que a entidade forneça todos os dados sobre os descontos efetuados na folha de pagamento dos aposentados estaduais, além de uma tabela com os credores dos valores descontados.

A sugestão de Bertaiolli, acatada por unanimidade pelo colegiado, prevê a extensão da análise aos 218 institutos de previdência municipais do Estado. O conselheiro esclareceu que, no momento, não há indícios de irregularidades. Segundo ele, a medida visa reforçar a atuação do controle externo diante da operação da Polícia Federal que revelou um esquema bilionário de desvio de recursos de aposentados do INSS em todo o País.

Em janeiro de 2025, cerca de R$ 26,8 milhões foram descontados da folha de pagamento dos aposentados estaduais. Desse total, R$ 16,45 milhões referem-se a créditos consignados, enquanto os R$ 10,43 milhões restantes correspondem a descontos não especificados.

Ainda na sessão plenária, o presidente do TCE-SP, Antonio Roque Citadini, elogiou a iniciativa do conselheiro, destacando a prerrogativa da Corte de Contas paulista prevista na Constituição Federal de 1988. "Vamos fazer agora essa auditoria com a maior velocidade possível", disse.

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta terça-feira, 6, projeto de lei que cria 18 novas vagas na Casa. Hoje, são 513 deputados para representar os cerca de 202 milhões de brasileiros. Se a proposta entrar em vigor, serão 531 integrantes na Câmara. O custo anual será R$ 64,8 milhões a mais - ou R$ 3,6 milhões por deputado, segundo a direção-geral da casa.

Já de acordo com um estudo elaborado pelo Instituto Millenium a pedido do Estadão a conta será de pelo menos R$ 60 milhões a mais.

A proposta foi aprovada por 270 a 207 votos, e segue agora para o Senado. A adequação no número de deputados federais foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Em agosto de 2023, o STF determinou que a Câmara ajustasse o número de cadeiras para manter a proporcionalidade entre os Estados, depois que o Censo de 2022 revelou a perda de habitantes em algumas unidades da federação e o aumento de outras. A decisão do STF foi motivada por uma ação movida pelo governo do Estado do Pará.

Hoje, por conta dos números mínimo (8) e máximo (70) de deputados, a composição não reflete a proporção da população dos Estados. Unidades da federação menos populosas, como Roraima, acabam super-representadas em relação às que têm mais habitantes, como São Paulo. Num cenário com 531 deputados, a representação seria proporcional à população caso Roraima, Acre e Amapá tivessem 2 representantes cada, e São Paulo, 115.

A conta do Instituto Millenium leva em consideração os gastos com salários de assessores e dos próprios congressistas; hoje em R$ 46.366,19; bem como encargos trabalhistas e a cota parlamentar - uma ajuda de custo usada pelos deputados federais para bancar custos de divulgação dos mandatos; passagens aéreas; material de escritório; alimentação, etc.

De acordo com o projeto aprovado, as 18 novas vagas serão distribuídas da seguinte maneira:

- Pará: +4

- Santa Catarina: +4

- Amazonas: +2

- Mato Grosso: +2

- Rio Grande do Norte: +2

- Ceará: +1

- Goiás: +1

- Minas Gerais: +1

- Paraná: +1

No ano passado, a Câmara dos Deputados consumiu R$ 6,96 bilhões em dinheiro do contribuinte. Este valor inclui não só os gastos com os parlamentares e suas equipes, mas também outros funcionários comissionados e concursados e despesas de manutenção do edifício sede, entre outros.

Para este ano, o orçamento aprovado para a Câmara é de R$ 8,5 bilhões. O Senado dispõe de outros R$ 6,3 bilhões, e o Tribunal de Contas da União, de mais R$ 3,05 bilhões. Apesar do nome, o TCU é parte do Poder Legislativo, e não do Judiciário.

Além dos salários de R$ 46,3 mil, cada mandato de deputado federal inclui custos extras com salários de assessores; com auxílio-moradia e com a chamada Cota Parlamentar. O valor desta última varia conforme o Estado do congressista - o montante vai de R$ 36.582,46 para os deputados do Distrito Federal a R$ 51.406,33 mil para os de Roraima. Com as 18 novas vagas, o impacto será de R$ 13,4 milhões por ano, só neste item.

Cada deputado também dispõe de mais R$ 133.17,54 para contratar assessores, os chamados secretários parlamentares. O limite é de 25 profissionais, mas os deputados podem decidir livremente como distribuir os salários, que variam de R$ 1.548,10 até R$ 18.719,88 brutos. Outras despesas dos assessores - férias, 13º, auxílio alimentação - são pagas pela Câmara. Portanto, as 18 novas vagas custarão mais R$ 28,7 milhões anuais em salários de assessores, fora as despesas extras.

O texto aprovado é o parecer elaborado pelo relator do projeto na Câmara, o deputado Damião Feliciano (União-PB), e contou com o apoio de congressistas tanto do governo quanto da oposição. O texto original é de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ), filha do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. O projeto altera a Lei Complementar de 1993 que fixa o número de deputados.

O Congresso tem até o dia 30 de junho para concluir a mudança. Se não o fizer, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicar as mudanças. O número atual de deputados e sua distribuição entre os Estados é o mesmo desde 1993. A Constituição determina que a distribuição seja refeita periodicamente, mas isto nunca aconteceu.

A aprovação de um projeto de lei que aumenta a quantidade de deputados federais uniu parlamentares de espectros políticos diferentes em manifestações contrárias ao tema. O texto prevê a mudança do número total de deputados de 513 para 531, medida que deve custar R$ 64,6 milhões anualmente. O texto recebeu 270 votos a favor e 207 contra e agora vai à apreciação do Senado.

Nas redes sociais, deputados de partidos como Novo, PSB, PSOL e PL repudiaram o aumento do número de vagas na Câmara.

A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) se posicionou contrariamente ao projeto. Embora seu partido tenha liberado a bancada para votar de forma independente, postura igualmente adotada pelo PT, a parlamentar registrou seu voto contra a tramitação da proposta em regime de urgência. "É um absurdo fazer os brasileiros pagarem mais essa conta", escreveu no X (antigo Twitter).

Também no X, a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) fez uma analogia entre o projeto e o "orçamento secreto", escândalo revelado pelo Estadão em maio de 2021. "Se vivêssemos em uma democracia real, estaríamos preocupados em aumentar o controle social e o poder popular, e não o número de parlamentares", disse.

Também do PSOL, o deputado Chico Alencar (RJ) afirmou que a proposta "propõe aumentar o número de deputados federais e estaduais, sem resolver a distorção na proporcionalidade, sem previsão orçamentária e fonte de custeio". "Deveríamos debater uma reforma política séria, que vise a participação popular e com foco na qualidade parlamentar."

Já a deputada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou ser "absolutamente contrária ao projeto que aumenta o número de parlamentares". Para a parlamentar, neste momento, a população pede por mais "austeridade no uso dos recursos públicos", impedindo que se compactue com "medidas que ampliam o custo da máquina estatal sem trazer reais benefícios à população".

"Defendo que haja, sim, uma discussão sobre a redução do número total de parlamentares, tornando mais justa a distribuição e fazendo justiça aos Estados mais populosos", disse Zambelli.

Pelo Novo, a deputada Adriana Ventura (SP) afirmou que o projeto votado é um desrespeito com a população paulista, que, segundo ela, tem "vergonhosa sub-representação na Casa". "Um aumento que não tem a ver com justiça. É um aumento que tem a ver com o próprio umbigo", disse.

O deputado Ricardo Salles (Novo-SP) também fez críticas ao texto. "Já somos o Estado que mais paga impostos, que menos recebe de volta e que menos força proporcional tem na Câmara dos Deputados e os 14 'paulistas' agravaram ainda mais essa situação", disse, em referência aos deputados de São Paulo que foram favoráveis à proposta.