Píer feito pelos EUA recebe primeira leva de ajuda a Gaza

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Um dia após o píer flutuante construído pelos EUA na Faixa de Gaza ser concluído, os primeiros caminhões de ajuda humanitária começaram a desembarcar suprimentos no enclave nesta sexta-feira, 17. Segundo o Pentágono, a ideia é enviar cerca de 90 caminhões por dia, que podem chegar a 150 quando a operação atingir a capacidade máxima. Antes da guerra, 500 carretas entravam no território diariamente.

O porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, confirmou ontem que dezenas de caminhões de ajuda humanitária, incluindo alimentos dos Emirados Árabes, enviados por navio do Chipre, foram descarregados na costa de Gaza e entregues ao controle da ONU.

A agência Associated Press, no entanto, citando informações de um funcionário da ONU em Gaza, garantiu que a distribuição do carregamento não havia começado ontem. A diretora da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), Samantha Power, disse que o estoque de comida, combustível e remédio no território palestino atingiu "níveis perigosamente baixos".

Fome

Além disso, os EUA e as organizações internacionais afirmam que ajuda que chega por mar apenas complementa as entregas feitas por terra - sem substituí-las. A ONU alerta para o alto risco de fome.

Após meses de bombardeios israelenses, inspeções rigorosas e restrições nos pontos de passagem, a entrada de ajuda está limitada. Na semana passada, o gargalo se fechou mais ainda após Israel iniciar uma ofensiva militar em torno de Rafah, na fronteira com o Egito.

Alimentos

Segundo a Usaid, as entregas iniciais incluem barras de alimentos para 11 mil pessoas, alimentos terapêuticos para 7,2 mil crianças e kits de higiene para 30 mil pessoas. O governo americano não informou onde a ajuda seria entregue ou quem a entregaria, disse apenas que suas tropas não fornecem nada mais do que apoio logístico para a entrega.

Israel tem sido pressionado pelo presidente americano, Joe Biden, a facilitar a entrada de ajuda. O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, alertou que o fluxo de entrega é prejudicado pelos combates no sul de Gaza.

Planos

O projeto do píer foi anunciado por Biden em março, no momento em que o governo americano enfrentava críticas por manter apoio militar a Israel enquanto a catástrofe humanitária crescia em Gaza. A construção começou em abril e custou US$ 320 milhões (R$ 1,6 bilhão). O porto improvisado foi feito com a ajuda de mil soldados e marinheiros americanos.

Segundo o Comando Central dos EUA, as peças para a estrutura foram carregadas em navios na Costa Leste e transportadas por 9,6 mil quilômetros pelo Oceano Atlântico. Os suprimentos chegam ao Chipre, onde são inspecionados por Israel, antes de serem enviados a Gaza.

A ONG World Central Kitchen havia construído um cais semelhante, em março, para entregar ajuda por via marítima em Gaza pela primeira vez em duas décadas. Os esforços, no entanto, foram interrompidos no início de abril, quando sete voluntários da organização foram mortos em um ataque israelense. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em outra categoria

O deputado federal Gilberto Nascimento (PSD-SP) foi eleito presidente da bancada evangélica no Congresso. Apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, Gilberto venceu o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que se aproximou recentemente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A votação ocorreu em meio a um racha da frente evangélica. Gilberto recebeu 117 votos, enquanto Otoni ficou com 61 votos. Durante a votação, a deputada federal Greyce Elias (Avante-MG), que concorria como candidata da terceira via, desistiu da candidatura para apoiar Gilberto Nascimento. Com o apoio de última hora, ela se tornou vice-presidente da bancada.

A Frente Parlamentar Evangélica (FPE) reúne 219 deputados e 26 senadores e tem papel fundamental na votação de pautas que envolvem costumes.

Desde a segunda-feira, 25, o presidente Jair Bolsonaro (PL) vinha ligando para parlamentares para pedir votos em Nascimento. Outro fiador da campanha do deputado foi o pastor evangélico Silas Malafaia.

O ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) sugeriu nesta terça-feira, 25, o nome do ex-ministro da Economia Paulo Guedes para disputar uma vaga no Senado Federal por Minas Gerais.

"Gostaria que o Paulo Guedes aceitasse ser senador por Minas Gerais. Estamos tentando. É um baita nome para o Senado", afirmou Bolsonaro durante entrevista ao jornalista Leo Dias.

Na eleição do ano que vem, os eleitores escolherão dois nomes para o Senado (por Estado), o que amplia a chance de eleição. Carioca, Guedes tem relação com Minas Gerais. Ele se formou em economia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte.

Em território mineiro, no entanto, há o nome do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), que já afirmou a intenção de disputar uma das vagas para o Senado em caso de mudança constitucional, que tramita no Congresso Nacional.

Pela atual texto da Constituição Federal de 1988, pode disputar uma vaga ao Senado todo brasileiro com, no mínimo, 35 anos. Nikolas terá 30 anos na disputa de 2026. Mas há uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa diminuir a idade mínima para 30 anos, o que beneficiaria Nikolas.

O Senado Federal é a porta de entrada no Legislativo para análise e abertura de cassação de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que nunca ocorreu. Bolsonaro já deu indícios de desejar uma ampliação de aliados dentro da Casa, o que facilitaria o embate com ministros do Supremo.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid foi "torturado" em sua delação premiada e defendeu a narrativa de que os atos golpistas de 8 de janeiro foram planejados pela esquerda. Denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por tentativa de golpe, Bolsonaro se defendeu das acusações e disse que os autores dos ataques são "pobres coitados".

"Ele foi torturado [...] em dado momento, estava lá o dono de tudo, o dono inquieto, é a vítima, é tudo. Falando: 'Olha, você tem um pai, uma esposa e uma filha'. Tortura psicológica", disse Bolsonaro se referindo ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, em entrevista ao jornalista Léo Dias.

Bolsonaro voltou a defender a narrativa de que os ataques golpistas do 8 de janeiro teriam sido "programados pela esquerda", justificando a falta de imagens do momento das invasões.

"Esse 8 de janeiro foi programado pela esquerda. Quando você tem imagens do pessoal quebrando lá dentro, não foi quando entrou a turma que começou a quebrar, não. Quebrando sozinho, o cara quebrando o vidro sozinho. Derrubando o quadro sozinho. Você tem essas imagens [...] Só tinha imagens de um magrinho derrubando o relógio [...] Foram 33 alertas da Abin para o GSI. Por isso que no meu entender era algo programado. Só pode ter sido pela esquerda".

Ele se referiu aos invasores como "pobres coitados, com bíblia na mão" e defendeu que o ato golpista foi "vandalismo". "Vai dar golpe em um prédio? Sem nada, sem presidente, sem arma? Você acha que vai preparar um golpe com 1500 pessoas e isso não vaza?", afirmou.

Bolsonaro ainda se defendeu dizendo que na data não estava no Brasil e afirmou que "tinha o pressentimento de que alguma coisa esquisita poderia acontecer". O ex-presidente viajou para os Estados Unidos após a eleição de 2022.

Áudios inéditos revelados pelo Fantástico, da TV Globo, mostram o envolvimento de militares e civis em um plano de golpe de Estado após a derrota de Bolsonaro em 2022. Conversas obtidas pela Polícia Federal indicam que militares em postos de comando incentivaram a participação popular, e quando não conseguiam avançar, buscavam apoio direto do ex-presidente.

Ao ser questionado sobre os áudios, o ex-presidente afirmou que estudou hipóteses para decretar estado de defesa e de sítio após o Tribunal Superior Eleitoral decidir multar o PL caso o partido questionasse os resultados nas eleições.

"Nós temos que nos preparar. Em havendo um problema no Brasil, como vamos reagir? [...] Houve uma convocação dos conselhos da defesa da minha parte? Para o estado de sítio? Não. Vamos supor que tivesse convocado. Eu mandaria uma mensagem para o Congresso. Com exposições de motivos. Pedindo ao Congresso autorização para baixar o decreto [...] Mas se não houve nem convocação dos conselhos, sem comentários. Não houve nem tentativa, nem convocação, nada. Por que essas conversas? De hipóteses de dispositivos constitucionais. Porque nos foi negado, a gente queria discutir com TSE."

Durante a entrevista, Bolsonaro ainda falou sobre sua relação com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e sua família. Ele afirmou que "Deus me salvou da facada como salvou Trump do tiro", comparando sua trajetória à do ex-presidente dos Estados Unidos. Ao comentar sua relação com Trump, afirmou que "sabia meu lugar ao falar com ele".

Em tom descontraído, relembrou as críticas que recebeu no início do relacionamento com Michelle Bolsonaro, dizendo que as colegas da ex-primeira-dama alertavam: "Se você ficar com ele, vai te espancar".