Primeiro-ministro da Eslováquia tem melhora clínica após atentado

Internacional
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O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, teve uma melhora em seu estado de saúde neste sábado, 18, segundo o vice-primeiro-ministro do país, Robert Kalinak. Fico passou por uma segunda cirurgia para estancar os ferimentos do atentado sofrido na quarta-feira, 15.

"Vários milagres aconteceram", disse o vice-primeiro-ministro, Robert Kalinak, aos repórteres. Ele acrescentou que Fico está consciente, apesar das limitações. O primeiro-ministro está internado em um hospital na cidade de Banska Bystrica. Apesar de uma melhora no quadro de Fico, ele ainda não poderá ser transferido para Bratislava, capital da Eslováquia e maior cidade do país.

O primeiro-ministro, de 59 anos, foi submetido a uma operação de cinco horas na quarta-feira e a uma operação de duas horas na sexta-feira, 17, no hospital da cidade de Banska Bystrica, no centro do país.

O homem acusado de tentar assassinar o primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, passou por sua primeira audiência judicial neste sábado, 18, no tribunal em Pezinok, cidade próxima à capital, Bratislava.

O homem de 71 anos foi identificado pela imprensa local como Juraj Cintula. Autoridades locais disseram que o suspeito não pertencia a nenhum grupo político, embora o ataque tenha esta motivação.

Após a audiência, o juiz ordenou que o suspeito permanecesse sob custódia até que as autoridades possam indicia-lo e julgá-lo. "O motivo da detenção é o medo de uma possível fuga, bem como a continuação da atividade criminosa", disse Katarina Kudjakova, porta-voz do tribunal.

Atentado

O atentado ocorreu na Praça Banikov, no centro da cidade de Handlova, onde o primeiro-ministro realizou uma reunião de governo. O agressor é visto nos vídeos parado com outras pessoas atrás de uma barreira de metal antes de dar um passo à frente e atirar em Fico.

Fico caiu para trás em um banco após ser atingido, e os agentes de segurança o empurraram para dentro de um carro preto. O primeiro-ministro foi transportado de avião para um hospital em Banska Bystrica, uma cidade perto de Handlova.

Na Eslováquia, a tentativa de assassinato aumentou a polarização em um cenário político já dividido, com os aliados de Fico acusando os oponentes de terem "sangue nas mãos". Lubos Blaha, representante do partido de Fico, Smer, disse que os opositores e o que ele chamou de "a mídia liberal" "construíram uma forca" para o primeiro-ministro.

No exterior, o atentado rendeu condenações de líderes mundiais, incluindo o presidente da Rússia, Vladimir Putin. Putin elogiou Fico, que expressou opiniões pró-Rússia, e disse que "este crime monstruoso não tem justificativa". Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria e aliado de Fico, disse que estava "profundamente chocado com o ataque hediondo contra o meu amigo".

As condenações também vieram dos Estados Unidos e da União Europeia. O presidente americano Joe Biden chamou o atentado de "ato horrível de violência", e Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, chamou o ataque de "vil" nas redes sociais.

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A Justiça do Distrito Federal negou nesta segunda-feira, 24, uma ação por danos morais movida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). Bolsonaro pedia uma indenização de R$ 50 mil e retratação pública por falas que o ligariam ao assassinato da ex-vereadora Marielle Franco. A defesa do ex-presidente ainda pode recorrer da decisão.

O juiz Júlio César Lérias Ribeiro, do 6º Juizado Especial Cível de Brasília, entendeu que os fatos descritos no processo estavam prescritos. Eles ocorreram entre 2018 e 2021, mas o prazo para ações de indenização por danos morais é de três anos. A informação é do portal Metrópoles.

Na decisão, o magistrado escreveu que as declarações de Boulos não ultrapassaram os limites da crítica política. Elas também estariam protegidas pelo direito à liberdade de expressão e pela imunidade parlamentar do deputado federal, já que ocorreram no exercício do mandato.

Na ação, Bolsonaro apresentou publicações do X (antigo Twitter) e uma entrevista de Boulos à CNN, em que ele teria feito "ilações" e "acusações" sobre uma suposta participação do ex-presidente no assassinato da então vereadora do PSOL.

Na entrevista, Boulos disse: "O que levaria Bolsonaro, se não tivesse nada a esconder em relação ao assassinato da Marielle Franco, a colocar sob sigilo telegramas do Itamaraty que tratam do caso Marielle? Quem deve teme!".

Já em postagens na rede social, o deputado escreveu: "O pacote 'anticrime' de Moro reforça sombrias aproximações entre o governo Bolsonaro e Duterte, das Filipinas que é acusado de, no passado, ter liderado 'esquadrões da morte', semelhantes à milícia suspeita de matar Marielle Franco e de ter ligações com a família de Bolsonaro".

O juiz ressaltou que as declarações foram feitas em perfis institucionais de Boulos, "utilizadas exclusivamente para divulgar sua atividade político-parlamentar". As falas, segundo o magistrado, estariam relacionadas ao debate político e cobertas pela garantia da imunidade parlamentar.

Bastante aplaudida, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, discursou por mais de 30 minutos em evento nesta terça-feira, 25, no Palácio do Planalto, em que fez questão de cumprimentar diversos integrantes da equipe do ministério, Fiocruz e órgãos relacionados à pasta. A cada citação, Nísia recebia aplausos da plateia. Ao final da fala, a ministra assinou parcerias para fortalecimento da produção e inovação de vacinas e biofármacos e pediu para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava sentado, se levantasse para participar de fotos com os documentos assinados.

"Presidente, venha você também, presidente", disse a ministra. O evento ocorreu nesta terça-feira, 25, no Palácio do Planalto e acontece diante da expectativa de que a ministra seja demitida da pasta. O presidente não discursou.

"Agradeço ao presidente e a todos que participaram dessa iniciativa, por chegarmos a esse resultado", disse a ministra, ao final da fala. "Muito obrigada e viva o SUS", concluiu o discurso. Nísia, então, foi aplaudida de pé.

Em um determinado momento do discurso, o embaixador Fernando Igreja, chefe do cerimonial da Presidência, foi até o chefe do Executivo e o entregou uma pasta. Na conversa, que durou alguns instantes, Lula apontou para o relógio. Em diversas cerimônias, Lula já contou que combinou com os ministros do governo de não falarem por mais de cinco minutos em eventos. A fala de Nísia, porém, ultrapassou 30 minutos.

A chefe da Saúde também foi ovacionada ao chegar à cerimônia. Ao ser anunciada, as pessoas da plateia gritaram e bateram fortes palmas, em um sinal de apoio ao seu nome no governo.

A expectativa é de que Lula converse nesta terça-feira com a ministra para falar sobre sua demissão do cargo. O favorito para ocupar a chefia da Saúde é o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Pesquisa CNT divulgada nesta terça-feira, 25, mostrou que 69,4% dos brasileiros não tiveram conhecimento sobre a eleição realizada para a escolha dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, em fevereiro deste ano. De acordo com a sondagem, somente 28,8% dos brasileiros tiveram conhecimento da realização das eleições para esses cargos, e um total de 1,8% não soube ou não respondeu.

O levantamento indicou ainda que, para 68,6% dos brasileiros, a escolha dos presidentes do Senado e da Câmara afetam diretamente a vida da população. Na opinião de 21,5% dos entrevistados, essas eleições não afetam diretamente a população, e 9,5% não souberam ou não responderam.