Argélia: o que se sabe sobre o homem que ficou 26 anos desaparecido e preso na casa do vizinho

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No dia 12 de maio, um mistério de 26 anos foi resolvido na Argélia, quando um homem que desapareceu aos 19 anos foi encontrado a apenas 200 metros da casa de sua família. Omar Bin Omran, de 45 anos, foi sequestrado pelo seu vizinho durante a guerra civil do país e, por muito tempo, os familiares acreditavam que ele havia morrido em um conflito armado. Veja abaixo o que se sabe sobre o caso.

Quando Omar Bin Omran desapareceu?

Omran foi visto pela pela última vez em 1998, quando estava indo à escola, durante a Guerra Civil da Argélia, conflito armado entre o governo do país e grupos rebeldes islâmicos. O desaparecimento fez com que a família do jovem acreditasse que ele tinha sido morto na guerra civil.

Onde ele foi encontrado?

Omar Bin Omran foi localizado em um buraco na casa do vizinho, a cerca de 200 metros da casa de sua família na cidade de El Guedid, província de Djelfa, que fica a mais de 300 quilômetros da capital, Argel. Nas imagens de resgate, em um vídeo compartilhado no X, é possível vê-lo saindo de de um buraco coberto por fenos no chão de um curral.

Como a polícia chegou até lá?

A promotoria recebeu uma denúncia anônima afirmando que Omar Bin Omran estava na casa de seu vizinho. A família de Omran também teria avisado as autoridades depois que o irmão do suspeito sugeriu que seu irmão estava envolvido em um sequestro nas redes sociais.

Quem é o sequestrador?

As autoridades identificaram o suspeito, que era vizinho da vítima, pelas iniciais "BA", de 61 anos. De acordo com a imprensa, o suspeito trabalhava como porteiro. Ele foi detido depois que tentou fugir.

Por que Omar não tentou fugir?

A vítima disse às autoridades que às vezes enxergava sua família do cativeiro, mas não conseguia gritar para pedir ajuda porque seu sequestrador o convenceu de que ele estava sob "um feitiço" que o impedia de fazer isso.

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O ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que quem governa "não pode ficar em depressão" quando pesquisas de popularidade não são boas para a gestão. De acordo com ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preocupado em melhorar a performance e comunicação do governo, mas descartou a intenção de ampliar o número de ministérios para ampliar a participação de partidos na Esplanada.

"Quem governa, nem pode ficar eufórico quando as pesquisas vêm boas, nem pode ficar em depressão quando as pesquisas não vêm boas. Quem governa tem que ter serenidade em identificar tanto no momento que está bom, o que está lhe fazendo ter avaliação positiva, e buscar com precisão nos momentos que as pesquisas não vêm boas, o que está levando a isso", afirmou o ministro em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira, 26.

Rui Costa admitiu que o governo não "comunicou bem" nos dois anos de gestão. "É isso que estamos num esforço gigantesco", disse.

A desaprovação do governo cresceu acima dos dois dígitos desde dezembro em Pernambuco e Bahia, Estados que historicamente são base eleitoral do petista. Segundo pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira, a taxa de reprovação do presidente ultrapassa 60% nos outros seis Estados onde foram realizadas entrevistas: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

De olho nas reacomodações que o governo pretende fazer na Esplanada, Rui Costa avaliou como "natural" que partidos queiram um espaço maior no governo.

Porém, disse que "não há nenhuma intenção de ampliar número de espaços para fazer acomodação política". O ministro comentou que Lula deve chamar líderes partidários para tratar sobre o assunto.

Mesmo sob expectativas de uma reforma ministerial envolvendo o espaço das legendas, o ministro afirmou que a gestão federal não deve ter dificuldade de aprovar os principais projetos do governo na Câmara e Senado.

Falando sobre a reorganização ministerial, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, justificou as mudanças como uma estratégia para fortalecer a comunicação e a articulação política. "Time, uma equipe, você tem aqueles que entram em campo num primeiro momento. Se a gente fosse comparar com um jogo de futebol, tem jogadores que têm um perfil pra jogar mais num primeiro tempo e tem jogadores com perfil de entrar num segundo tempo", disse Costa nesta quarta-feira, 26, em entrevista à GloboNews.

O ministro reforçou que Lula está refletindo sobre o perfil adequado para a nova nomeação na articulação política. "É preciso um nome que tenha vontade de dialogar com o Congresso, dialogar com prefeitos e governadores, porque temos dois anos de uma nova etapa", avaliou.

Ele também elogiou a ex-ministra da Saúde Nísia Trindade e negou que sua saída tenha sido motivada por questões de desempenho. "Ela é uma pessoa extraordinária, uma pessoa séria, serena, capaz, que buscou com muito diálogo repactuar o SUS", declarou, sugerindo que Trindade poderá assumir novas funções no governo ou em organizações internacionais. "Com certeza outras missões se colocarão para ela", acrescentou.

Pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 26, aponta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seria derrotado por rivais de direita em ao menos cinco dos oito Estados onde o levantamento foi realizado. O presidente perderia no segundo turno para nomes como governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível, e o cantor Gusttavo Lima em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás.

Ao mesmo tempo, Lula ganharia dos oponentes no Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. O recorte leva em consideração, em alguns locais, a vantagem numérica dos opositores sobre o presidente. Quando considerada a margem de erro, pode haver empate técnico.

O melhor desempenho entre os candidatos aptos a concorrer é de Tarcísio. Ele ganharia de Lula por 54% a 30% em São Paulo, 46% a 29% em Goiás e 46% a 30% no Paraná. O governador paulista aparece numericamente na liderança, mas empatado tecnicamente com o presidente dentro da margem de erro em Minas Gerais (40% a 37%) e no Rio Grande do Sul (41% a 36%).

Por outro lado, Lula ganharia de Tarcísio na Bahia (59% a 25%), em Pernambuco (58% a 26%) e no Rio de Janeiro, onde a vantagem é numérica e há empate técnico, por 39% a 35%.

O levantamento foi realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro. Foram entrevistadas 1.644 pessoas em São Paulo, onde a margem de erro é de dois pontos porcentuais - nas demais unidades, a margem é de três pontos.

Goiás, Paraná e Pernambuco tiveram 1.104 entrevistados cada, enquanto a Bahia teve 1.200 entrevistas, o Rio de Janeiro, 1.400, Rio Grande do Sul, 1.404, e Minas Gerais, 1.482. O nível de confiança é de 95%.

Tarcísio nega que será candidato a presidente na eleição de 2026 e afirma que seu objetivo é se reeleger para governador em São Paulo. Apesar disso, como mostrou o Estadão, aliados enxergam que a candidatura presidencial do chefe do Executivo paulista é cada vez mais provável por três motivos: a inelegibilidade de Bolsonaro, também denunciado pela tentativa de golpe; o bom desempenho do governador nas pesquisas e a piora na aprovação de Lula.

Embora esteja inelegível, a Quaest também testou o embate entre Bolsonaro e Lula. O ex-presidente ganharia em São Paulo (45% a 36%), no Paraná (51% a 30%) em Goiás (50% a 30%) e no Paraná (51% a 30%). A vantagem de Bolsonaro está dentro da margem de erro no Rio Grande do Sul, onde tem 44% a 38% contra o petista, e em Minas, local em que o placar é de 42% a 40%. O Rio de Janeiro há empate também numérico: cada um tem 41%.

Lula lidera sobre Bolsonaro apenas na Bahia (59% a 26%) e em Pernambuco (57% a 31%). O cenário é similar quando o adversário é Gusttavo Lima: o petista ganha nesses dois Estados por 57% a 26% e 57% a 28%, mas também no Rio de Janeiro (41% a 30%).

O cantor sertanejo tem vantagem numérica em São Paulo (39% a 35%), em Minas Gerais (43% a 37%) e no Rio Grande do Sul (41% a 36%). Lima, porém, ganha fora da margem no Paraná (47% a 28%), em Goiás (55% a 25%) e no Paraná (47% a 28%).

Outro inelegível, Pablo Marçal (PRTB) aparece com vantagem sobre Lula nos mesmos cinco Estados: São Paulo (41% a 34%), Minas Gerais (40% a 38%), Paraná (44% a 30%), Rio Grande do Sul (41% a 37%) e em Goiás (46% a 28%). O presidente vence nos outros três: 42% a 33% no Rio de Janeiro, 60% a 24% na Bahia e 59% a 26% em Pernambuco.

Outro cotado para ser presidenciável, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), tem ampla vantagem em seu Estado de origem, com 52% das intenções de voto contra 33% de Lula. Há empate técnico em São Paulo, com 37% do chefe do Executivo mineiro contra 36% do presidente da República.

Zema venceria no Paraná (40% a 32%) e em Goiás (42% a 29%), mas diferentemente das outras opções da direita, fica atrás de Lula no Rio Grande do Sul (36% a 38%). O petista vence também entre os cariocas (41% a 28%), baianos (62% a 20%) e pernambucanos (61% a 21%)

Por último, a Genial/Quaest testou o governador goiano Ronaldo Caiado (União Brasil). Ele ganha de Lula apenas no Estado onde governa, por 74% a 16%, e no Paraná, por 40% a 30%. O chefe do Executivo federal está a frente em Minas Gerais (40% a 33%), no Rio de Janeiro (41% a 27%), na Bahia (60% a 21%), no Rio Grande do Sul (38% a 34%) e em Pernambuco (62% a 20%). Em São Paulo, há empate pois ambos registraram 36% das intenções de voto.