EUA ampliam sanções à Rússia para desencorajar negócios com a China

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Os EUA anunciaram nesta quarta, 11, uma série de novas sanções financeiras destinadas a interromper negociações entre China e Rússia que, segundo o governo americano, estão por trás de um amplo esforço para reconstruir e modernizar o Exército russo durante sua guerra com a Ucrânia.

 

Líderes do G-7, incluindo o presidente americano, Joe Biden, se reúnem a partir desta quinta-feira, 12, na Itália, para uma cúpula na qual as principais prioridades serão aumentar o apoio a Kiev e enfraquecer a máquina de guerra da Rússia. A presidência francesa anunciou ontem que os líderes chegaram a um acordo para a liberação de US$ 50 bilhões (R$ 269 bilhões) para a Ucrânia, utilizando ativos russos congelados, que seriam liberados até o fim do ano.

 

O esforço para degradar a economia russa tem se tornado cada vez mais complicado, depois que a China, que anteriormente se manteve em grande parte à margem, intensificou suas remessas de microchips, sistemas ópticos para drones e componentes para armamentos avançados. Até então, Pequim parecia evitar envio de armas para a Rússia a pedido de Biden.

 

No coração das novas medidas está uma expansão das "sanções secundárias" que dão aos EUA o poder de colocar em sua lista bancos ao redor do mundo que façam negócios com instituições financeiras russas já sob sanções.

 

O Departamento do Tesouro também impôs restrições à bolsa de valores de Moscou na esperança de impedir que investidores estrangeiros sustentem empresas de defesa russas. As sanções atingem várias empresas chinesas acusadas de ajudar a Rússia a ter acesso a equipamentos militares críticos como eletrônicos, lasers e componentes de drones.

 

A administração Biden até agora evitou impor sanções diretas a bancos chineses ou europeus que acredita estarem ajudando a Rússia. As novas medidas não restringem os bancos de facilitar transações relacionadas às exportações de energia da Rússia, que o governo americano permitiu continuar devido à preocupação de que restringi-las poderia alimentar a inflação em um ano eleitoral.

 

Apesar do enfraquecimento do rublo, a economia russa tem avançado em razão da força do crescimento relacionado à guerra. Muito disso se deve ao esforço da China, que tem comprado petróleo russo com desconto. Pequim também intensificou sua venda de bens de uso duplo, especialmente os microeletrônicos e softwares necessários para fabricar sistemas de armas, drones e defesas aéreas. O resultado foi o surgimento de uma economia de guerra paralela envolvendo Rússia, China, Irã e Coreia do Norte.

 

Os EUA já impuseram sanções a mais de 100 entidades chinesas que vêm ajudando a Rússia, mas até agora elas fizeram pouco para dissuadir Pequim. Para Washington, desta vez, as sanções podem cortar o que se tornou uma relação comercial aprofundada. Os EUA esperam estimular governos europeus e aliados asiáticos a tomar medidas semelhantes.

 

Frota em Cuba

 

Enquanto os EUA tentam aumentar o isolamento da Rússia, Moscou buscou fazer uma demonstração de força na vizinhança americana. Uma frota de navios de guerra russos chegou ontem às águas cubanas antes de exercícios militares planejados no Caribe. A frota, composta por uma fragata, um submarino nuclear, um petroleiro e um rebocador de resgate, cruzou a Baía de Havana após exercícios no Atlântico.

 

Os EUA esperam que os navios russos permaneçam na região pelos próximos quatro meses e possivelmente também parem na Venezuela. Os três aliados e seus navios de guerra e aeronaves têm feito incursões periódicas no Caribe.

 

Embora a frota inclua submarino movido a energia nuclear, um funcionário americano disse que há consenso na comunidade de inteligência de que nenhuma embarcação carrega armas nucleares. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.