G7 usará juros de ativos russos para empréstimo de US$ 50 bilhões a Kiev

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Os líderes dos países do G7, reunidos na Itália, anunciaram nesta quinta-feira, 13, um acordo para fornecer à Ucrânia um empréstimo de até US$ 50 bilhões que usará como garantia os juros gerados pelos cerca de US$ 300 bilhões em ativos soberanos da Rússia congelados em bancos europeus. EUA e Europa decidiram congelar esses ativos após a invasão da Ucrânia pelo presidente russo, Vladimir Putin, em 2022. O empréstimo será destinado à compra de armas e à reconstrução da infraestrutura ucraniana danificada pela guerra.

 

Detalhes do arranjo financeiro ainda seriam discutidos, mas os líderes disseram esperar que ele fortaleça as finanças da Ucrânia enquanto ela luta contra a invasão russa. O presidente americano, Joe Biden, disse em entrevista que o empréstimo serviria como um lembrete a Putin de que os aliados do grupo continuavam unidos contra a "agressão ilegal".

 

O acordo foi alcançado após meses de intensa discussão diplomática. Mas envolve uma operação financeira complexa e ainda não se sabe o que aconteceria se os ativos russos fossem liberados, em caso de um acordo hipotético com a Rússia, ou quem assumiria o risco em caso de inadimplência.

 

A Rússia respondeu que o acordo seria considerado criminoso. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que tentativas do Ocidente de usar a renda de ativos russos congelados levariam a uma resposta de Moscou que "seria muito dolorosa para a UE (União Europeia)".

 

O acordo sobre o uso de ativos russos marcou uma vitória para Biden e outros líderes que esperavam usar a cúpula na Itália para enviar um forte sinal de apoio à Ucrânia em um momento precário da guerra.

 

Segurança

 

Antes da entrevista, Biden e o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, assinaram também um acordo de segurança bilateral que busca estabelecer um compromisso de longo prazo dos EUA em relação à ajuda militar a Kiev. Zelenski participou como convidado de uma sessão especial dedicada à guerra da Ucrânia.

 

O pacto americano diz que futuras administrações dos EUA trabalharão com o Congresso para fornecer financiamento e apoio militar para a Ucrânia. Ele não faz novas promessas em relação ao pedido do país para juntar-se à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas, segundo Biden, coloca a Ucrânia no caminho para se tornar um de seus membros. Para Zelenski, o acordo é uma "ponte" para essa ambição.

 

As ações dos líderes do G7 na cúpula no sul da Itália representam o esforço mais recente dos aliados ocidentais para sinalizar seu compromisso em apoiar a defesa da Ucrânia com armas e financiamento, apesar de as divisões políticas dentro dos EUA e da Europa criarem incerteza sobre a longevidade desse apoio.

 

Putin redobrou a pressão militar sobre a Ucrânia nos últimos meses, explorando o fluxo intermitente de ajuda militar ocidental para danificar gravemente a rede de energia da Ucrânia com ataques de mísseis e expandindo a ofensiva terrestre da Rússia no leste ucraniano.

 

Volátil

 

Funcionários da Casa Branca reconhecem que futuros presidentes dos EUA poderiam se retirar do pacto de segurança entre Washington e Kiev, que não é um tratado e não requer aprovação do Congresso. Ele também não tem um valor em dólares de financiamento militar anexado. A Ucrânia já assinou uma série de pactos similares com países europeus.

 

O ex-presidente Donald Trump, que enfrenta Biden na eleição de novembro, disse acreditar que ele poderia persuadir Putin a negociar um fim para a guerra e questionou por que os EUA têm enviado bilhões de dólares em ajuda militar e financeira para a Ucrânia.

 

Mas Trump consentiu silenciosamente à passagem de um pacote de ajuda militar de curto prazo para a Ucrânia e endossou propostas de alguns republicanos para apoiar ucranianos na forma de um empréstimo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Jair Renan Bolsonaro (PL-SC), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e vereador em Balneário Camboriú, fechou na última semana um acordo com o banco Santander para quitar dívida de R$ 433,3 mil com a instituição.

A dívida diz respeito a um empréstimo pedido pela RB Eventos e Mídia, empresa de Jair Renan que já foi encerrada pela Receita Federal. Em junho de 2023, a empresa teria feito um empréstimo de R$ 291 mil com o Santander.

O valor atual da dívida é de R$ 433.360,31. Conforme o acordo fechado, Jair Renan deverá pagar R$ 409.542,14. Ele alegou não ter recursos para pagar o valor integral. Caso o pagamento não seja localizado, o processo continua a correr na Justiça. As informações são do UOL.

Jair Renan também responde por lavagem de dinheiro e falsificação de documentos. A denúncia foi feita pelo Ministério Público em março de 2024. Segundo o MP, o filho "zero quatro" do ex-presidente teria fraudado documentos para inflar o faturamento da RB Eventos e Mídia e conseguir três empréstimos bancários - entre eles o contrato de R$ 291 mil com o Santander.

Em dezembro de 2023, a dívida do vereador de SC estava em R$ 360 mil. O Santander deu entrada em uma ação para cobrar o filho do ex-presidente, a empresa de eventos e o instrutor de tiro Maciel Carvalho. O banco chegou a pedir por duas vezes à Justiça o bloqueio desse valor das contas de Jair Renan.

A primeira foi em abril do ano passado e, a segunda, em agosto, depois que ele registrou sua candidatura para o cargo de vereador em Balneário Camboriú. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou ter um patrimônio de R$ 42.069,79 em depósitos em conta corrente.

Na ocasião, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) encontrou apenas R$ 16.611,63 na conta de Jair Renan.

O Estadão entrou em contato com a defesa do vereador, mas não havia obtido retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

O senador Humberto Costa (PT-PE) e o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, protagonizaram uma troca de farpas nas redes sociais nesta terça-feira, 4, motivada por um passeio de jetski do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o carnaval, em Angra dos Reis.

Bolsonaro e Malafaia publicaram um vídeo andando com o veículo no último final de semana. O senador publicou a gravação em sua conta no X (antigo Twitter), afirmando que os dois estariam se beneficiando da isenção de impostos do jetski.

"Lula luta para acabar com a fome e gerar oportunidades pro povo. Bolsonaro anda de jetski com Malafaia, aproveitando a isenção de impostos que deu a esse mimo de luxo, à custa do trabalhador. Curtem a vida à base de PIX e dízimos. Desfrute, fascista. Na cadeia, não vai ter disso", escreveu Humberto Costa. O ex-presidente zerou as alíquotas de importação para jetski em 2022. A alíquota original incidente sobre o produto era de 20%.

O pastor, no entanto, retrucou as críticas do senador, atacando o parlamentar e sua sigla. "Quem é você para acusar alguém de alguma coisa? O partido que você pertence, o PT, é responsável pela maior roubalheira de um governo na história política do Brasil. Cambada de corruptos condenados em todas as instâncias da justiça e liberados pelos amiguinhos do STF", escreveu Malafaia no X.

Bolsonaro passou o carnaval na Vila Histórica de Mambucaba, na região, onde tem uma casa. Além do pastor, o ex-presidente também se encontrou com a socialite e apresentadora Val Marchiori, e com o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara.

A nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, se reuniu nesta quarta-feira, 5, com seu antecessor na pasta, Alexandre Padilha, que recentemente assumiu o Ministério da Saúde. O objetivo foi tratar sobre a transição na articulação política do governo.

Este é o primeiro de vários encontros para discutir sobre o assunto, afirmou Padilha em uma publicação na plataforma X, na qual ele postou uma foto sentado ao lado de Gleisi. Segundo ele, os dois conversaram sobre o andamento de ações no "Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável, na Secretaria de Assuntos Federativos, além da nossa Agenda Prioritária no Congresso Nacional, construída em parceria com os ministros e ministras no início deste ano."

Tal agenda, escreveu o ministro da Saúde, "reflete nosso compromisso em votar projetos que construirão uma economia mais justa para o Brasil, como a Reforma da Renda". Além disso, promove "o empreendedorismo, o investimento, a educação como eixo central do desenvolvimento, o protagonismo no enfrentamento das mudanças climáticas, a proteção das famílias e dos negócios no ambiente digital, além da defesa da justiça social e da democracia", acrescentou Padilha.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou Gleisi para a SRI na última sexta-feira, 28. A posse da deputada federal e presidente do PT deve ocorrer no próximo dia 10.