Nos EUA, pesquisas indicam que Biden ganhou apoio entre eleitores idosos

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Os votantes idosos nos EUA são, tradicionalmente, um bloco eleitoral confiável para os republicanos, mas agora têm dado indícios de indecisão, potencialmente dando ao presidente Joe Biden um impulso em sua tentativa de reeleição contra o republicano Donald Trump. No condado de Door, no Wisconsin, que tem alto índice de aposentados, a disputa está dividida, segundo pesquisas.

Os candidatos presidenciais republicanos venceram entre idosos em todas as eleições desde 2000, e Trump conquistou a maioria dos eleitores com 65 anos ou mais em 2016 e 2020. Mas sondagens recentes mostraram que Biden assume uma posição mais forte desta vez. O democrata alcançou cerca de 48% dos idosos nas pesquisas nacionais do Wall Street Journal, ganhando alguma tração inclusive em Estados decisivos. As pesquisas mostraram que Trump obteve cerca de 46% dessa faixa etária, abaixo dos 51% em 2020.

O atual presidente tem tido um bom desempenho entre os americanos que acompanham de perto as eleições, dando-lhe uma vantagem em relação aos idosos que consomem ativamente televisão e cobertura noticiosa. Algumas pesquisas mostraram que os idosos têm opiniões mais favoráveis sobre a forma como Biden lida com a economia, possivelmente porque se sentem mais isolados dos impactos das taxas de juros mais altas e da inflação.

Mas Matt Grossmann, diretor do Instituto de Políticas Públicas e Pesquisa Social da Universidade Estadual de Michigan, disse que qualquer sentimento de movimento entre os eleitores mais velhos em direção a Biden pode ser exagerado. A maior mudança, disse ele, é que os eleitores mais velhos não estão se aproximando de Trump, mas não estão necessariamente indo a Biden.

"É difícil comparar as mudanças nos hábitos de voto entre grupos etários ao longo do tempo, porque há eleitores diferentes nos grupos em cada eleição. Os novos eleitores atingiram o grupo de 65 anos ou mais em 2024", disse Grossmann. "Acho que uma hipótese para explicar por que os eleitores mais velhos parecem mais propensos a apoiar Biden pode ser que os eleitores mais velhos estão menos preocupados com a idade de Biden", explica. Aos 81 anos, a elevada idade do atual presidente tem preocupado americanos e é o principal alvo de ataque da campanha Trumpista.

Wisconsin tem cerca de um milhão de idosos, representando quase 20% dos residentes do Estado. Em sete Estados-chave de batalha presidencial, os residentes com 65 anos ou mais representam mais de 10 milhões de pessoas. O condado de Door ficou do lado do vencedor de cada eleição presidencial desde 1996, tornando os eleitores mais velhos um grupo decisivo em um dos principais condados do Estado.

A campanha de Biden tem procurado mobilizar os idosos através de eventos de divulgação, como bingo e pickleball, ao mesmo tempo que estabelece distinções com Trump no Medicare e na Segurança Social. Embora Trump tenha prometido não cortar os programas para idosos, a campanha de Biden instou os idosos a analisarem o histórico do ex-presidente, que reduziu os benefícios durante sua gestão. Fonte: Dow Jones Newswires.

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O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira, 19, para rejeitar recursos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos generais Walter Braga Netto e Mário Fernandes para excluir os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin do julgamento da denúncia do golpe.

Em seu voto, Barroso reiterou que as defesas não comprovaram o impedimento dos ministros. Para o presidente do STF, não houve "concreta demonstração da parcialidade".

"Alegações genéricas e desacompanhadas de prova concreta da aventada parcialidade do julgador não se prestam para a caracterização do alegado impedimento", escreveu o ministro.

Os recursos estão sendo analisados em uma sessão extraordinária no plenário virtual do STF. A votação termina às 23h59 de quinta-feira, 20. Os processos foram pautados com urgência porque o julgamento da denúncia contra Bolsonaro e outras seis pessoas apontadas como as lideranças do plano golpista será no dia 25 de março na Primeira Turma do STF.

Veja quais são os recursos em julgamento:

- Mário Fernandes pediu a suspensão do ministro Flávio Dino alegando que ele era ministro da Justiça no 8 de Janeiro;

- Bolsonaro alegou a suspeição de Flávio Dino com base em uma queixa-crime por calúnia, injúria e difamação movida pelo ministro contra o ex-presidente. Na época, Dino era governador do Maranhão;

- Bolsonaro alegou o impedimento de Cristiano Zanin porque, quando era advogado, o ministro subscreveu em nome do PT uma notícia-crime contra Bolsonaro por ataques às instituições;

- Braga Netto questiona a imparcialidade de Alexandre de Moraes alegando que ele não poderia relatar o processo porque a denúncia menciona uma suposta operação para executá-lo em meio ao golpe - o Plano Punhal Verde e Amarelo e o Copa 2022.

O cantor sertanejo Gusttavo Lima desistiu de ser candidato nas eleições de 2026. Em vídeo publicado nesta quarta-feira, 19, Lima desistiu da pré-candidatura à Presidência, anunciada em janeiro, e afastou, por ora, a possibilidade de concorrer a outro cargo eletivo, como o Senado, afirmando que pretende focar em turnês internacionais nos próximos anos.

O recuo da pré-candidatura de Lima ocorre a menos de três semanas do dia 4 de abril, data em que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), marcou um evento de lançamento oficial de sua pré-campanha ao Palácio do Planalto.

O governador goiano afirmou que pretende lançar a pré-candidatura ao lado de Lima. O cantor, por enquanto, afirmava apoiar Caiado, mas vinha adiando um anúncio oficial sobre o seu próprio projeto presidencial. O sertanejo e o governador são amigos pessoais.

Caiado quer concorrer ao Planalto em 2026, mas, por ora, está condenado pela Justiça Eleitoral a oito anos de inelegibilidade. De acordo com a decisão, Caiado usou a sede do governo goiano durante as eleições de 2024 para realizar um evento de campanha em prol de seu candidato a prefeito na capital do Estado, Sandro Mabel (União Brasil), que acabou eleito. Cabe recurso da decisão tanto ao Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) quanto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A desistência de se candidatar também ocorre após a divulgação de pesquisas de opinião que constataram que a entrada do cantor na política é rejeitada pela maior parte dos eleitores.

Segundo levantamento do instituto Paraná Pesquisas divulgado em 15 de janeiro, 65,7% dos eleitores eram contrários ao interesse do artista em disputar um cargo eletivo. Outros 27,8% manifestaram-se favoráveis à participação dele, enquanto 6,5% não souberam responder. De acordo com a pesquisa, Gusttavo Lima largaria para a disputa ao Planalto com 50,6% de rejeição.

À frente da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República (SRI) e encarregada da articulação política do governo, a ministra Gleisi Hoffmann (PT) usou seu perfil no X, antigo Twitter, para criticar os governadores de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Rio Grande do Sul, que fazem oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Sem citar os nomes dos gestores, ela lembrou a dívida paga em fevereiro pelo governo federal e cobrou gratidão por parte dos chefes do Executivo. Os Estados são administrados por Romeu Zema (Novo), Cláudio Castro (PL), Ronaldo Caiado (União) e Eduardo Leite (PSDB).

"Ninguém ouviu, da parte dos governadores desses quatro grandes Estados, uma palavra de agradecimento ao presidente Lula nem de esclarecimento à população", escreveu Gleisi. "Ao contrário, eles estão entre os que mais atacam o presidente, fazendo oposição sistemática a quem os socorre na hora mais difícil".

Nesta segunda-feira, 17, o Ministério da Fazenda divulgou o pagamento de R$ 1,33 bilhão em dívidas de unidades federativas. Em valores arredondados, foram R$ 854 milhões para dívidas de Minas Gerais, R$ 320 milhões para o Rio, R$ 76 milhões para Goiás e R$ 73 milhões do Rio Grande do Sul.

Com exceção de Cláudio Castro, que pode concorrer ao Senado em 2026, Zema, Caiado e Leite são considerados possíveis candidatos à Presidência nas próximas eleições. Um evento de lançamento da pré-candidatura do governador de Goiás está marcado para o dia 4 de abril.

Do montante de R$ 1,33 bilhão, R$ 2,8 milhões ainda foram para dívidas do Rio Grande do Norte e R$ 74 mil do município de Santanópolis (BA).

Assim como os quatro gestores alfinetados pela ministra da SRI, a governadora do RN, Fátima Bezerra (PT), e o prefeito de Santanópolis, Vitor do Povo (MDB), não se manifestaram sobre o pagamento das dívidas em redes sociais depois da divulgação dos valores pelo Ministério da Fazenda.

O pagamento das dívidas de Estados pelo governo federal ocorre quando o Tesouro Nacional informa o devedor e pede que se manifeste quanto aos atrasos nos pagamentos. Caso o ente não cumpra com as obrigações no prazo estipulado, a União paga os valores devidos.

Como garantidora de operações de crédito, a União, representada pelo Tesouro Nacional, é comunicada pelos credores de que o estado ou município não realizou determinada quitação de valores.