Pastor e ex-conselheiro espiritual de Trump é acusado de abuso sexual de criança

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O pastor evangélico e ex-conselheiro espiritual de Donald Trump, Robert Morris, renunciou à função de pastor da "megaigreja" Gateway, fundada por ele e com sede na cidade de Dallas, no Texas, nos Estados Unidos. Morris admitiu ter tido um "comportamento sexual inadequado" após ser acusado de abusar sexualmente de uma menina de 12 anos na década de 1980. O abuso teria durado mais de quatro anos, segundo informações do jornal britânico The Guardian. O conselho de irmãos da instituição religiosa confirmou a renúncia de Morris à NBC nesta terça-feira, 18.

 

"O entendimento anterior dos presbíteros era que o relacionamento extraconjugal de Morris, que ele havia discutido muitas vezes ao longo de seu ministério, era com 'uma jovem' e não o abuso de uma criança de 12 anos", dizem os líderes da igreja no comunicado.

 

"Mesmo que isso tenha ocorrido muitos anos antes do estabelecimento da Gateway, como líderes da igreja, lamentamos não ter tido as informações que temos agora", afirmam. A igreja também anunciou que contratou um escritório de advocacia para revisar as alegações e garantir que tenham um entendimento completo do que aconteceu.

 

Morris foi acusado de abuso sexual por uma mulher de Oklahoma - e ele confirmou as denúncias em uma declaração para o site de notícias religiosas Christian Post. "Quando eu estava no início dos meus 20 anos, me envolvi em um comportamento sexual inadequado com uma jovem na casa onde eu estava hospedado", disse.

 

A vítima, no entanto, atualmente com 54 anos, disse ao site estar "horrorizada" por ter sido descrita como "jovem", pois era uma criança na época, e afirmou que levou décadas para processar a série de abusos. "Eu tinha 12 anos. Eu era uma garotinha muito inocente. E ele foi trazido para nossa casa. Ele e sua esposa, Debbie, e seu filho, Josh, pregaram na igreja que meu pai ajudou a iniciar", contou. "Levou décadas para meu cérebro entender isso depois que me tornei adulta", disse.

 

Também ao Christian Post, Morris disse que, quando suas ações foram reveladas, em 1987, ele se confessou e se arrependeu, se submetendo ao conselho da igreja Shady Grove (que, mais tarde, se tornou parte da Gateway) e ao pai da "jovem", o que teria resultado em sua saída do ministério para receber aconselhamento. Ele explicou que regressou ao ministério em 1989, "com a bênção do pai da sobrevivente" e do conselho da sua igreja. Mas a vítima do abuso nega essa versão.

 

A sobrevivente destacou ao Christian Post que Morris não teve nenhuma bênção de seu pai para retornar ao ministério. Segundo ela, quando seu pai descobriu sobre o abuso, ele disse à igreja que, se Morris não saísse, ele iria à policia, o que forçou a saída do pastor por dois anos. "Meu pai disse a Morris que ele tinha sorte de não ter sido morto por ele (meu pai)", afirmou a sobrevivente ao site.

 

Inicialmente, a igreja Gateway havia dito ao canal de notícias local de Dallas, WFAA, que o "assunto de 35 anos" havia sido resolvido. "O pastor Robert tem sido aberto e franco sobre uma falha moral que teve há mais de 35 anos, quando estava na casa dos 20 anos, antes de fundar a igreja Gateway. Ele compartilhou publicamente do púlpito os passos bíblicos adequados que tomou em seu longo processo de restauração", declararam anteriormente seus representantes. A igreja mudou seu posicionamento, no entanto, quando seus líderes descobriram que se tratava do abuso de uma criança de 12 anos.

 

O pastor nunca foi acusado criminalmente. No momento em que decidiu entrar com uma ação legal, a vítima foi advertida que o prazo de prescrição para ações criminais ou civis provavelmente havia expirado.

 

O religioso foi nomeado para o conselho consultivo evangélico de Donald Trump durante sua campanha presidencial de 2016. Em uma mesa redonda de 2020, com líderes religiosos no Texas, o então presidente Trump chegou a agradecer a participação de Morris e de outro pastor no evento.

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A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.