Coreia do Sul ameaça com propaganda anti-Pyongyang após Coreia do Norte lançar balões de lixo

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A Coreia do Sul ameaçou, nesta terça-feira, 25, reiniciar as transmissões de propaganda anti-Pyongyang na linha de frente, no mais recente episódio de campanhas no estilo da Guerra Fria entre os rivais, depois que a Coreia do Norte retomou seus lançamentos de balões com lixo para o território vizinho.

 

Na noite de segunda-feira, a Coreia do Norte lançou enormes balões carregados com sacos plásticos de lixo através da fronteira, em sua quinta campanha desse tipo desde o final de maio - uma aparente resposta aos ativistas sul-coreanos que lançaram panfletos políticos por balões.

 

Em um discurso na terça-feira, marcando o aniversário da Guerra da Coreia, o presidente sul-coreano Yoon Suk-yeol chamou as atividades com balões da Coreia do Norte de "uma provocação desprezível e irracional". Ele disse que a Coreia do Sul manterá uma firme prontidão militar para repelir quaisquer provocações da Coreia do Norte.

 

Mais tarde, na terça-feira, Yoon embarcou em um porta-aviões americano atracado em um porto no sudeste do país e disse às tropas americanas e sul-coreanas que a aliança entre os dois países é a maior do mundo e pode derrotar qualquer inimigo.

 

Yoon tornou-se o primeiro presidente sul-coreano em exercício a embarcar em um porta-aviões dos EUA desde 1994.

 

As Forças Armadas da Coreia do Sul disseram que a Coreia do Norte lançou cerca de 350 balões em sua última campanha, e cerca de 100 deles pousaram em solo sul-coreano, em Seul e áreas próximas. Seul fica a cerca de 50 quilômetros de distância da fronteira.

 

Os militares disseram que o lixo transportado pelos balões norte-coreanos era, em sua maioria, papéis e que não foram encontrados itens perigosos.

 

Em seus lançamentos anteriores de balões, a Coreia do Norte lançou estrume, bitucas de cigarro e baterias usadas, além de restos de tecido e papéis. Não foram registrados grandes danos.

 

Em resposta, a Coreia do Sul recolocou alto-falantes gigantescos em 9 de junho ao longo da fronteira pela primeira vez em seis anos e retomou brevemente as transmissões de propaganda contra a Coreia do Norte.

 

O porta-voz do Estado-Maior Conjunto, Lee Sung Joon, disse aos repórteres na terça-feira que os militares sul-coreanos estão prontos para ligar novamente os alto-falantes na fronteira.

 

Uma declaração escrita do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas disse que as autoridades examinariam circunstâncias operacionais estratégicas não especificadas e que a retomada das transmissões dependeria de como a Coreia do Norte agiria.

 

Táticas da Guerra Fria

 

Lançamentos de balões e transmissões de alto-falantes estavam entre as campanhas psicológicas nas quais as duas Coreias se especializaram durante a Guerra Fria. Os rivais concordaram em interromper essas atividades nos últimos anos, mas ocasionalmente as retomaram quando as animosidades reacenderam.

 

A Coreia do Norte é refratária às transmissões da fronteira sul-coreana e às campanhas civis de panfletagem, pois proíbe que a maioria de seus 26 milhões de habitantes tenha acesso oficial a notícias e produtos culturais estrangeiros.

 

As campanhas de panfletagem sul-coreanas realizadas por ativistas civis, em sua maioria desertores norte-coreanos, incluem panfletos que criticam as violações dos direitos humanos da Coreia do Norte e pendrives contendo novelas de TV, além de música pop sul-coreana. As transmissões anteriores da fronteira sul-coreana incluíam músicas K-pop, previsões do tempo e notícias estrangeiras.

 

Em uma declaração na sexta-feira, Kim Yo-jong, a poderosa irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, chamou os sul-coreanos de "escória humana" e "desertores nojentos".

 

As autoridades sul-coreanas afirmam que não restringem os ativistas de distribuírem panfletos para a Coreia do Norte, de acordo com uma decisão do tribunal constitucional de 2023 que derrubou uma lei que criminalizava esse tipo de panfletagem, considerando-a uma violação da liberdade de expressão.

 

Muitos especialistas dizem que a campanha de balões norte-coreana provavelmente também foi criada para aprofundar o debate na Coreia do Sul sobre a panfletagem civil e desencadear uma divisão interna mais ampla.

 

Relação da Coreia do Norte e Rússia

 

As preocupações com a Coreia do Norte se intensificaram em meados de junho, quando o líder norte-coreano, Kim Jong Un, e o presidente russo, Vladimir Putin, assinaram um acordo exigindo que cada país forneça ajuda em caso de ataque e prometeram aumentar outras cooperações. Observadores dizem que o acordo representa a conexão mais forte entre os dois países desde o fim da Guerra Fria.

 

Os Estados Unidos e seus parceiros acreditam que a Coreia do Norte tem fornecido à Rússia armas convencionais muito necessárias para sua guerra na Ucrânia em troca de assistência militar e econômica.

 

Em seu discurso sobre a Guerra da Coreia, Yoon descreveu o acordo entre Kim e Putin como "anacrônico". A Coreia do Sul, os EUA e o Japão emitiram uma declaração conjunta na segunda-feira condenando veementemente a expansão da cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte.

 

A chegada do porta-aviões USS Theodore Roosevelt e de seu grupo de ataque pretende lidar com as ameaças nucleares da Coreia do Norte e suas parcerias militares avançadas com a Rússia, disseram autoridades sul-coreanas. Seu destacamento também faz parte de um acordo entre a Coreia do Sul e os EUA em 2023 que visa aumentar a "visibilidade regular" dos recursos estratégicos dos EUA na Península Coreana.

 

Yoon disse que o porta-aviões dos EUA deve deixar o porto sul-coreano na quarta-feira para um novo exercício trilateral entre Coreia do Sul, EUA e Japão. O novo exercício multidomínio "Freedom Edge" visa aprimorar a resposta combinada dos países em várias áreas de operação, incluindo ar, mar e espaço cibernético.

 

A Coreia do Norte já reagiu a esses grandes exercícios liderados pelos EUA com testes de mísseis. Na segunda-feira, Kim Kang Il, vice-ministro da Defesa do Norte, chamou o deslocamento do USS Theodore Roosevelt de "opção e ação imprudente dos EUA"./AP

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Lindbergh Farias também perguntou à pasta o que foi feito para seguir a recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o programa Pátria Voluntária, criado pelo governo Bolsonaro e comandado por Michelle para incentivar o voluntariado no Brasil. O TCU constatou em uma auditoria finalizada em 2023 que não havia critérios objetivos para selecionar as instituições sociais que receberiam recursos do programa e sugeriu à pasta que dessa transparência à prestação de contas das entidades que foram beneficiadas.

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O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

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No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.