Irã elege reformista que quer retomar laços com Ocidente

Internacional
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O candidato reformista Masoud Pezeshkian venceu o segundo turno das eleições presidenciais do Irã ontem com 16,3 milhões de votos, contra 13,5 milhões do ultraconservador Saeed Jalili. O presidente eleito terá um mandato de quatro anos e prometeu um novo capítulo nas relações com o Ocidente, além de defender a flexibilização da lei do véu obrigatório no país, tema sensível após a morte da jovem Masha Amini em 2022.

"Estendo a minha mão a todos os iranianos", declarou na rede social X (antigo Twitter). "O caminho a seguir é difícil. Só será fácil com a sua cooperação, empatia e confiança. Estendo a minha mão a vocês", completou.

Esta foi uma eleição especial realizada após a morte do presidente anterior, Ebrahim Raisi, em um acidente de helicóptero em maio.

A votação foi estendida até meia-noite do horário local (7h de Brasília) para incentivar o aumento da participação eleitoral, que foi de 49,8%, segundo porta-voz eleitoral. O número é cerca de 10 pontos porcentuais maior do que no primeiro turno, cujo comparecimento foi historicamente baixo por causa de boicotes.

Mas a perspectiva de uma administração linha-dura que poderia enrijecer ainda mais as regras sociais já duras aparentemente estimulou os iranianos a comparecerem.

Pezeshkian é um médico de 69 anos, de origem azeri, que afirma a sua lealdade à república islâmica, mas defende uma aproximação entre o Irã e os países ocidentais, com os EUA na liderança, para levantar as sanções que pesam sobre a economia do país.

SEM MUDANÇAS RADICAIS

Sua vitória ocorre em um momento crítico, após anos de sanções e protestos que pressionaram a república islâmica. Pezeshkian, que não prometeu mudanças radicais na teocracia xiita iraniana durante sua campanha, sempre reconheceu o líder supremo aiatolá Ali Khamenei como a autoridade máxima em todos os assuntos de Estado.

Suas promessas moderadas enfrentam desafios significativos frente a guerra em andamento entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza. Além disso, há preocupações ocidentais sobre o programa nuclear iraniano e uma iminente eleição nos EUA que pode ameaçar qualquer tentativa de distensão entre Teerã e Washington. Os dois candidatos já consideravam na campanha Donald Trump como provável vencedor da disputa americana.

"Um presidente com mentalidade reformista, apesar de todas as limitações e falhas do passado, ainda é significativamente melhor. De alguma forma significativa, isso colocaria alguma restrição ao autoritarismo da República Islâmica", afirmou Nader Hashemi, professor de estudos do Oriente Médio na Universidade George Washington. (Com agências internacionais).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Parlamentares oposicionistas ao governo Lula estão tentando reverter na Justiça a nomeação de Wolney Queiroz para comandar o Ministério da Previdência Social, após a demissão de Carlos Lupi.

No sábado, 3, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) entrou com uma ação popular na Vara Federal do Distrito Federal contra o ato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que nomeou Queiroz, na sexta-feira.

Já o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o afastamento cautelar do novo ministro e instauração de uma investigação sobre o caso.

Ambas as ações afirmam que Queiroz, enquanto secretário executivo do Ministério da Previdência, teria sido omisso diante de denúncias e informações sobre fraudes bilionárias no INSS que chegaram ao conhecimento da cúpula da pasta. Assim, dizem os parlamentares, a nomeação dele violaria os princípios constitucionais da moralidade administrativa.

Mesmo com a demissão de Lupi, congressistas defendem a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o escândalo envolvendo os descontos indevidos.

Ainda internado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou as redes sociais para publicar uma foto do abdômen aberto, com um grande corte que deixou seu intestino à mostra, quando foi submetido a cirurgia dias atrás.

"Como estavam as alças intestinais após o acesso à cavidade abdominal e liberação parcial das aderências", descreveu Bolsonaro, no X (antigo Twitter).

Bolsonaro está no hospital desde o dia 13 de abril, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após ele passar mal, no dia 11 do mesmo mês, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

Perto das 21h20 de sábado, 3, a imagem visceral tinha 207,7 mil visualizações e cerca de 4 mil curtidas. A foto, bastante forte, despertou reações negativas de uma boa parte dos seguidores de Bolsonaro no X.

"Pô, Sr. Ex-Presidente, que indelicadeza essa publicação aparecer no meu feed. Precisava? Acho que não", criticou o internauta @LZerØ. "Pow Bolsonaro, essa foto é muito forte. Votei e voto em você mas apaga isso pow kkkk", escreveu @Iagosalva55. "Eu nunca pensei em ver as tripas do Bolsonaro em um sábado a noite", afirmou @Levi_A17.

Houve também apoiadores do foto. "Mostra sim! Temos assistido coisas muito mas muito mais chocantes que essas imagens, que é a perseguição dentro do leito de hospital! Pessoas que querem usar um momento delicado desses, contra o Senhor!", disse @TruthScopeBr.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ter alta hospitalar neste domingo, 4, segundo a expectativa de auxiliares. Ainda assim, o entorno do ex-presidente quer esperar até amanhã para ter certeza do andamento da recuperação.

O boletim divulgado neste sábado, 3, pela equipe médica do Hospital DF Star, em Brasília, informou que Bolsonaro está em acompanhamento pós-operatório e que segue estável clinicamente, sem dor ou febre, e com pressão arterial controlada. O ex-presidente passou da nutrição parenteral (endovenosa) para a dieta pastosa.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode ter alta hospitalar neste domingo, 4, segundo a expectativa de auxiliares. Ainda assim, o entorno do ex-presidente quer esperar para ter certeza do andamento da recuperação.

Em entrevista à CNN Brasil mais cedo neste sábado, 3, Bolsonaro também falou sobre a possibilidade de deixar o Hospital DF Star logo. "Tenho enormes chances de ter alta amanhã (domingo)", disse Bolsonaro.

O boletim médico divulgado pela manhã deste sábado pelo hospital em que o ex-presidente está internado já dizia que ele poderia ter alta "nos próximos dias".

Na quarta-feira, 30, Bolsonaro saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas permaneceu com o tratamento no quarto. "(O ex-presidente) segue intensificando diariamente a fisioterapia motora e recebendo as medidas de prevenção de trombose venosa. Permanece a orientação de restrição de visitas, com previsão de alta hospitalar nos próximos dias", afirmou a equipe médica.

Nas redes sociais, Bolsonaro também comentou que suspendeu a alimentação pela veia (nutrição parenteral). "Fase delicada para intensificação do funcionamento do sistema digestório que vai respondendo como esperado, assim como os soluços sendo controlados", disse em postagem no X (antigo Twitter).

Bolsonaro está no hospital desde o dia 13 do mês passado, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após ele passar mal, no dia 11, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.