França inicia eleições de segundo turno que podem levar a extrema direita ao poder

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A França vota neste domingo eleições cruciais que poderão dar uma vitória histórica ao Rally Nacional de extrema-direita de Marine Le Pen e à sua visão voltada para dentro e anti-imigrante - ou produzir um parlamento suspenso e anos de impasse político.

As eleições antecipadas deste domingo também têm impacto potencial na guerra na Ucrânia, na diplomacia global e na estabilidade econômica da Europa. E é quase certo que irão prejudicar o presidente Emmanuel Macron durante os restantes três anos da sua presidência. A França poderá ter o seu primeiro governo de extrema-direita desde a ocupação nazista na Segunda Guerra Mundial se o Rally Nacional obtiver a maioria absoluta e o seu líder de 28 anos, Jordan Bardella, se tornar primeiro-ministro.

A votação do segundo turno começou no sábado nos territórios ultramarinos da França, do Pacífico Sul ao Caribe, Oceano Índico e Atlântico Norte. As projeções iniciais das pesquisas são esperadas para domingo à noite, com os primeiros resultados oficiais esperados no final deste domingo e na manhã de segunda-feira. Até às 12h do horário local, a participação era de 26,63%, segundo o Ministério do Interior da França, volume um pouco superior aos 25,90% relatados no mesmo período durante o primeiro turno de votação no domingo passado.

O primeiro-ministro Gabriel Attal votou no subúrbio parisiense de Vanves na manhã deste domingo. A expectativa é de que Macron vote mais tarde na cidade litorânea de La Touquet, enquanto Le Pen não votará depois de vencer seu distrito no norte da França na semana passada. Em toda a França, 76 outros candidatos garantiram assentos no primeiro turno, incluindo 39 do Rally Nacional e 32 da aliança esquerdista Nova Frente Popular. Dois candidatos da lista centrista de Macron também conquistaram os seus assentos na primeira volta.

Os partidos de oposição fizeram acordos apressados antes do segundo turno de votação deste domingo para tentar bloquear uma vitória esmagadora do Rally Nacional nas eleições legislativas, após Le Pen afirmar que seu partido lideraria o governo apenas se obtivesse maioria absoluta ou perto disso. De acordo com uma contagem do jornal francês Le Monde, cerca de 218 candidatos que deveriam competir no segundo turno desistiram. Destes, 130 eram de esquerda e 82 vinham do Ensemble, aliança centrista liderada por Macron.

Em outra categoria

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo informou neste sábado, 8, que atualmente o total 45,6% dos servidores federais ativos são mulheres, um aumento de 3,21% em relação a 2022. Em ponto porcentual, o aumento foi de 0,8 p.p.

Até o início de 2025, eram 261,4 mil servidoras, do total de 572,8 mil ativos.

Os dados foram compilados pelo Observatório de Pessoal do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Já entre os cargos de direção e assessoramento criados pelo atual governo, 76% são ocupados por mulheres, segundo o estudo, em um total de 1,2 mil postos criados.

Essas ocupações estão incluindo coordenadorias-gerais, diretorias, assessorias especiais, secretarias e equivalentes. No geral, há 11,4 mil funcionários no setor público nesses cargos, sendo apenas 39,2% ocupados por mulheres.

Com voto da ministra Carmén Lúcia neste sábado, 8, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar réus os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupção pelo uso indevido de emendas parlamentares.

Além de Cármen Lúcia, os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, que é relator do caso, também votaram a favor de aceitar a denúncia ofertada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta que o trio cobrava uma propina de 25% dos recursos destinados para o município de São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís, capital maranhense.

Os parlamentares negam irregularidades no direcionamento dos recursos. As defesas pediram ao STF a rejeição da denúncia por falta de provas.

Os ministros Flávio Dino e Luiz Fux, que completam a Primeira Turma, ainda não apresentaram seus votos. O julgamento corre até o dia 11 de março no plenário virtual do STF.

Segundo a denúncia da PGR, baseada em investigação da Polícia Federal (PF), os três parlamentares teriam pedido propina de R$ 1,66 milhão em troca de R$ 6,67 milhões destinados ao município na área da saúde.

Entre as provas coletadas pela PF, estão conversas em que os deputados mencionam reuniões para cobrar pagamento de comissões, além da organização de agendas com autoridades do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os nomes dos três deputados foram antecipados em outubro do ano passado pelo Estadão.

Na época, foi revelado que a PF encontrou, no celular de Maranhãozinho, uma troca de mensagens com os outros dois deputados e também com o empresário Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, sobre a negociação de emendas para o município.

A investigação que levou à denúncia dos parlamentares é um desdobramento de uma operação iniciada no Maranhão em dezembro de 2020.

Na ocasião, um prefeito do Estado denunciou à PF que Pacovan cobrava propina e dizia que atuava para parlamentares.

A PF apreendeu, entre os papéis desse investigado, uma lista com nomes dos parlamentares denunciados.

A nova ministra da Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, rebateu neste sábado, 8, nas redes sociais, ao comemorar o Dia Internacional da Mulher, falas machistas desta semana do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL). Bolsonaro foi gravado nesta semana afirmando considerar mulheres que apoiam o Partido dos Trabalhadores (PT) como "feias" e "incomíveis". Depois das falas misóginas, ele e os demais presentes aparecem rindo.

"Aquelas que o inelegível chamou de 'feias' e outras palavras impublicáveis, expondo o machismo e a misoginia da extrema-direita que ele representa. Lhe falta espelho! E logo lhe faltará liberdade", disse Hoffmann.

Também neste sábado, o ministro Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes encaminhou à Procuradoria-Geral da República as defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros acusados em investigação sobre tentativa de golpe de Estado e outros crimes, incluindo organização criminosa.

Na publicação das redes sociais, a nova ministra também falou sobre a presença das mulheres no PT. "Fico muito orgulhosa de ter presidido um partido em que as mulheres exercem 50% de todos os cargos de direção. O primeiro partido no Brasil em que a paridade de gênero foi efetivada", apontou.

Gleisi deixará a presidência do partido após assumir o ministério. Sua posse está marcada para 10 de março. Ela assumirá o cargo de Alexandre Padilha, que vai para o Ministério da Saúde.