Beryl volta a ganhar força e chega à costa do Texas (EUA) como furacão

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Beryl chegou à costa do Texas, perto de Matagorda, na manhã de segunda-feira, 8, com uma perigosa maré de tempestade e ventos fortes, informou o Serviço Nacional de Meteorologia dos Estados Unidos. O centro da tempestade atingiu a terra como um furacão de categoria 1 por volta das 4h, horário central dos Estados Unidos, cerca de 137 km a sudoeste de Houston, com ventos sustentados de 128,7 km/h e movendo-se para o norte a 19,3 km/h.

Beryl se fortaleceu e se tornou novamente um furacão no final de domingo. A tempestade havia enfraquecido após deixar um rastro de destruição mortal em partes do México e do Caribe. No sul do Texas, as partes externas da tempestade atingiram a costa com chuva e ventos intensificadores no domingo, enquanto os moradores se preparavam para a chegada da tempestade. Um aviso de furacão permanece em vigor para a costa do Texas, de Mesquite Bay ao norte até Port Bolivar, disse o órgão.

Espera-se que Beryl enfraqueça para uma tempestade tropical ainda nesta segunda-feira e para uma depressão tropical na terça-feira, informou o serviço meteorológico, prevendo uma virada para o nordeste e um aumento de velocidade na noite de segunda-feira e terça-feira. O centro da tempestade deve mover-se sobre o leste do Texas na segunda-feira e depois através do baixo vale do Mississippi até o vale do Ohio na terça e quarta-feira, informou o serviço meteorológico.

Pessoas na costa do Texas taparam janelas e deixaram cidades litorâneas sob ordem de retirada. A tempestade foi projetada para atingir a terra na manhã de segunda-feira no meio da costa do Texas, em torno da Baía de Matagorda, uma área cerca de 161 quilômetros ao sul de Houston, mas as autoridades alertaram que o caminho ainda poderia mudar.

Possíveis inundações repentinas

À medida que a tempestade se aproximava da costa, as autoridades do Texas alertaram no domingo que poderia causar quedas de energia e inundações, mas também expressaram preocupação de que as pessoas não pareciam estar atendendo aos avisos para sair.

"Uma das coisas que nos preocupa um pouco é que olhamos todas as estradas saindo da costa e os mapas ainda estão verdes", disse o vice-governador do Texas, Dan Patrick, que está servindo como governador interino enquanto o governador Greg Abbott está viajando para o exterior.

Ventos de tempestade tropical se estendiam a 185 quilômetros do centro, e o órgão alertou os residentes para estarem preparados para possíveis inundações repentinas em partes do Texas, bem como Arkansas, à medida que a tempestade gradualmente se vira para o norte e depois para o nordeste, mais tarde na segunda-feira.

'Reze pelo melhor, espere pelo pior'

Ao longo da costa do Texas, muitos residentes e proprietários de negócios tomaram as precauções típicas de tempestades, mas também expressaram incerteza sobre a sua intensidade. Em Port Lavaca, Jimmy May prendeu madeira compensada sobre as janelas de sua empresa de fornecimento elétrico e disse que não estava preocupado com a possível maré de tempestade. Ele lembrou que seu negócio escapou de inundações em um furacão anterior que trouxe uma maré de 6 metros.

"Na cidade, sabe, se você está nas áreas baixas, obviamente, você precisa sair de lá", disse ele. Na marina próxima, Percy Roberts mostrou ao seu vizinho Ken Waller como prender corretamente seu barco enquanto ventos fortes vinham da baía na noite de domingo. "Este vai ser o primeiro furacão que vou experimentar", disse Waller, notando que está um pouco nervoso, mas se sente seguro seguindo a liderança de Roberts. "Reze pelo melhor, mas espere pelo pior, eu acho."

A tempestade mais cedo a se desenvolver em um furacão de categoria 5 no Atlântico, Beryl causou pelo menos 11 mortes enquanto passava pelo Caribe a caminho do Texas. A tempestade arrancou portas, janelas e telhados com ventos devastadores e marés de tempestade alimentadas pelo calor recorde do Atlântico.

Três vezes durante sua uma semana de vida, Beryl ganhou 56 km/h em velocidade do vento em 24 horas ou menos, a definição oficial de intensificação rápida do serviço meteorológico. O crescimento explosivo de Beryl em uma tempestade sem precedentes indica a água quente do Atlântico e do Caribe e o que o cinturão de furacões do Atlântico pode esperar para o resto da temporada de tempestades, disseram especialistas.

Centenas de voos cancelados

Marés de tempestade potenciais entre 1,22 e 2,13 metros acima do nível do solo foram previstas ao redor de Matagorda. Os avisos se estenderam às mesmas áreas costeiras onde o furacão Harvey chegou em 2017 como um furacão de categoria 4, muito mais poderoso do que a intensidade esperada de Beryl quando a tempestade atingisse a terra.

Aqueles que procuravam pegar um voo para sair da área encontraram uma janela de fechamento para viagens aéreas à medida que Beryl se aproximava. Centenas de voos dos dois principais aeroportos comerciais de Houston foram atrasados no meio da tarde de domingo e dezenas mais cancelados, de acordo com dados do FlightAware.

A Casa Branca disse no domingo que a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências enviou equipes de emergência, equipes de busca e resgate, água engarrafada e outros recursos ao longo da costa. Vários condados costeiros solicitaram evacuações voluntárias em áreas baixas propensas a inundações. As autoridades locais também proibiram o acampamento na praia e instaram os turistas que viajavam no fim de semana do feriado de 4 de julho a mover veículos recreativos de parques costeiros.

Beryl atingiu o México como um furacão de categoria 2 na semana passada, derrubando árvores, mas sem causar ferimentos ou mortes antes de enfraquecer para uma tempestade tropical enquanto se movia pela Península de Yucatán. Antes de atingir o México, Beryl causou destruição na Jamaica, Barbados e São Vicente e Granadinas. Três pessoas foram relatadas mortas em Granada, três em São Vicente e Granadinas, três na Venezuela e duas na Jamaica. Fonte: Associated Press.

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A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou por 44 votos a 22 o recurso do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) contra a decisão que recomenda a perda do mandato e a inelegibilidade dele por oito anos. Com exceção de PSOL, PT, PDT, PSB e PSD (e respectivas federações), parlamentares de outros partidos acompanharam o relator e votaram contra o recurso, na sessão que durou quase sete horas nesta terça-feira, 29.

Com a negativa, o caso segue para o plenário da Casa, onde é preciso que a maioria absoluta, ou seja, 257 deputados, votem favoravelmente para o deputado ser cassado. Se o número não for atingido, o processo será arquivado e Glauber seguirá com o mandato. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), se comprometeu no último dia 17 a não pautar a votação da cassação por 60 dias.

A defesa de Glauber Braga alegou que a acusação contra ele é "indeterminada" e que lhe foram atribuídas uma série de condutas, sem apontar qual artigo do Código de Ética o deputado teria infringido, ao expulsar a chutes um integrante do MBL que havia xingado a mãe doente do deputado.

Deputados governistas que apoiam Glauber Braga defenderam o deputado afirmando que o Código de Ética prevê "censura escrita" em caso de agressões físicas, não cassação, e alegam desproporcionalidade na punição.

Antes da decisão, em declaração inicial, o deputado afirmou que, caso o recurso fosse rejeitado pela CCJ, percorreria os 26 Estados brasileiros para "apresentar sua defesa" e "dialogar com as pessoas sobre o que está acontecendo".

A análise do recurso foi iniciada na última quinta-feira, 24, dois dias após o documento de 94 páginas ser protocolado na comissão. No pedido, Glauber disse que adotou uma reação "proporcional" no episódio e que tem sido perseguido pelo ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL).

Ainda segundo o parlamentar, não houve direito de defesa no processo, e o relator do caso no Conselho de Ética, Paulo Magalhães (PSD-BA), teve postura "sempre desejosa de uma condenação".

Após o voto do relator na CCJ, deputado Alex Manente (Cidadania-SP) pela rejeição do recurso, aquela votação foi interrompida com um pedido de vista do deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ), alegando ser preciso mais tempo para a questão ser debatida. Outros parlamentares também pediram mais tempo para análise.

No parecer, Manente defendeu que a representação contém as condutas atribuídas a Glauber Braga, e que a escolha do relator seguiu o Código de Ética da Casa. Já sobre as alegações do deputado, argumentando desproporcionalidade da penalidade aplicada, suposta violação da isonomia em relação a casos anteriores e o direito a legítima defesa, Manente disse que não cabia à CCJ a análise.

A sessão desta quarta foi marcada por defesas e acusações fervorosas de deputados aliados e oposicionistas, e houve até indicação sobre voto na próxima fase do processo, que irá a plenário. O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) disse que perdeu a mãe há 40 dias e que, apesar de votar contra o recurso, seu voto sobre a cassação ainda está indefinido. "Há uma briga entre a minha cabeça e o meu coração", disse.

A decisão, segundo o pastor, seria porque durante uma discussão com Glauber Braga, longe dos microfones, o deputado do PSOL teria lhe chamado de "filho da p...", o que Feliciano equiparou ao episódio que baseia o processo contra Glauber Braga. Parlamentares aliados do deputado julgado vaiaram e gritaram que o caso, se existiu, se tratou de "força de expressão", e não direcionado pessoalmente à mãe do parlamentar, como foi no caso de Glauber Braga.

"Deputado Feliciano, eu xinguei o senhor, não xinguei a sua mãe. Não a conheço, não o faria, e não uso esse tipo de expediente contra quem não está na arena política", se desculpou Braga nas declarações finais.

Greve de fome

Em protesto contra a decisão do Conselho de Ética, que votou pela cassação do mandato, por 13 votos a cinco, Glauber Braga fez uma greve de fome que durou nove dias. Entre 9 e 17 deste mês, ele dormiu no plenário 5 da Câmara e fez a ingestão somente de água, soro fisiológico e isotônico.

O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) permaneceu na Câmara dos Deputados em greve de fome em protesto à recomendação do Conselho de Ética pela cassação de seu mandato.

A greve só foi suspensa após Motta prometer adiar a votação da cassação do parlamentar em plenário para o segundo semestre, por 60 dias.

Com a presença de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sem petistas, o União Brasil e o PP anunciaram, nesta terça-feira, 29, a formação de uma nova federação, chamada União Progressista. Esse novo grupo terá a maior bancada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal (107 e 14, respectivamente), seis governadores e será dono de cerca de R$ 950 mil anuais do Fundo Partidário. Tudo isso com mais quatro ministros, ao mesmo tempo em que líderes da sigla desejam desembarcar do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O evento desta terça-feira, realizado no Salão Negro da Câmara dos Deputados, reuniu principais figuras do Centrão, como o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), figurantes relevantes do PL de Bolsonaro - Valdemar Costa Neto, presidente da sigla, e os líderes da Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), e do Senado, Carlos Portinho (RJ), entre eles - Ronaldo Caiado, pré-candidato do União à Presidência da República em 2026 e os ministros de Lula.

O União Progressista lançou um manifesto comum, lido pelos presidentes do União, Antônio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira (PI), que comandarão conjuntamente a federação em 2025. No manifesto lançado, o União Progressista defende a "modernização do Estado" e um "choque de prosperidade".

"A fragmentação da representação parlamentar, recorde em termos internacionais, há muito é apontada como um dos graves empecilhos à governação do País, dificultando a construção de maiorias estáveis e emprestando opacidade ao nosso sistema político", diz o texto.

Esse choque, segundo o manifesto, seria "uma reforma modernizadora do Estado. Que será mais que uma simples reforma administrativa. Deve promover a inovação, com o uso intensivo e extensivo de fórmulas avançadas de tecnologia de gestão; repensar a dimensão dos entes estatais; e revisitar a estrutura de cada um dos Poderes".

Pré-candidato ao Planalto em 2026, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), criticou a política fiscal e de segurança pública do governo Lula e falou que o partido triunfará no próximo ano. "Em 2026 vamos ganhar as eleições no País e vamos subir a rampa do Palácio do Planalto", discursou Caiado, para os aplausos de Ciro e Rueda.

Vice-presidente do União Brasil, Antônio Carlos Magalhães Neto defende que a federação desembarque do governo já no segundo semestre deste ano. "Eu entendo que a partir da formalização da federação, que deve acontecer até o início do segundo semestre de 2025, vamos ter que enfrentar a participação ou não governo", disse. "Eu acho que vai ser inevitável para que a gente tenha uma desvinculação completa com o governo e a qualquer tipo de participação nele."

Neste momento, o União tem três ministérios: Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Integração) e Frederico de Siqueira Filho (Comunicação), e o PP tem um: André Fufuca (Esporte). Todos estiveram presentes, inclusive o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que indicou dois dos três ministros do União na Esplanada.

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Com a formação da federação, PP e União ainda terão que acertar impasses em diversos Estados. Na Bahia, por exemplo, o PP deseja ser base de Lula e do governador Jerônimo Rodrigues (PT) enquanto o União é o principal adversário político do PT no Estado. Em outros Estados, há impasses sobre indicações a disputas eleitorais em 2026 - caso de Amazonas, Pernambuco, Paraíba e Paraná.

Nos Estados em que houver impasse, segundo lideranças, a expectativa inicial é que os diretórios estaduais sejam comandados pelo diretório nacional. Isso acontecerá com Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, os três principais colégios eleitorais do Brasil.

Um líder da nova federação ouvido pela reportagem diz, reservadamente, que a expectativa é que a definição nesses Estados em que há conflitos se incline pela candidatura mais competitiva.

Em evento do Partido Socialista Brasileiro (PSB) neste domingo, 27, o senador Cid Gomes (PSB) declarou que, no cenário nacional, não pretende adotar uma posição contrária à de seu irmão, o ex-ministro e ex-presidenciável, Ciro Gomes (PDT).

"Eu jamais estarei em lado oposto ao Ciro na questão nacional. Aqui no Ceará a gente tem uma visão diferente, eu o respeito profundamente, mas jamais estarei em lado diferente dele na questão nacional. Penso absolutamente como ele", disse Cid ao jornal jangadeiro.

O possível sinal de reaproximação entre os irmãos vem depois de se distanciarem politicamente. O racha começou ainda nas eleições de 2022, com discordâncias sobre o apoio ao Partido dos Trabalhadores (PT). Enquanto Cid se aproximou da base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), consolidando-se como um dos principais aliados do governo federal no Senado e apoiando também a administração estadual de Elmano de Freitas (PT) no Ceará, Ciro manteve uma postura crítica e firme contra o PT, tanto no contexto nacional quanto estadual.

Essa diferença de posicionamento culminou, no início de 2024, na saída de Cid e de seus aliados do PDT e sua filiação ao PSB. A mudança aprofundou a divisão entre os grupos conhecidos como "cidistas" e "ciristas" na política cearense.