Chefe da ONU pede verba para palestinos: Israel os força a 'se mover como bolas de pinball'

Internacional
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O chefe das Nações Unidas apelou por financiamento na sexta-feira, 12, para a agência da ONU que ajuda refugiados palestinos em Gaza e em outras partes do Oriente Médio, acusando Israel de emitir ordens de desocupação que forçam os palestinos "a se mover como bolas de pinball humanas por uma paisagem de destruição e morte".

O secretário-geral António Guterres disse em uma conferência de doadores que a agência, conhecida como UNRWA, enfrenta "um profundo déficit de financiamento". O Comissário-Geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse no início da conferência que a agência só tinha fundos para operar até agosto. No final, ele disse aos repórteres que, embora o valor total das promessas não seja conhecido até a próxima semana, está confiante de que haverá dinheiro suficiente no orçamento anual de US$ 850 milhões para manter a agência funcionando até o final de setembro.

Os 30 mil funcionários da UNRWA fornecem educação, cuidados de saúde primários e outras atividades de desenvolvimento para cerca de 6 milhões de refugiados palestinos em Gaza, Cisjordânia, Jordânia, Líbano e Síria. Nos próximos meses, Lazzarini disse que a UNRWA buscará recursos para manter suas operações até dezembro - e para apelos de emergência de US$ 1,2 bilhões para a guerra em Gaza e US$ 460 milhões para a crise na Síria, ambos com apenas 20% de financiamento.

Sem o apoio financeiro à UNRWA, o secretário-geral Guterres disse que "os refugiados palestinos perderão uma linha de vida crítica e o último raio de esperança para um futuro melhor". O chefe da ONU reservou suas palavras mais duras para a ofensiva militar contínua de Israel em Gaza, que afetou toda a população de refugiados palestinos.

"O nível extremo de combate e devastação é incompreensível e injustificável - e o nível de caos está afetando todos os palestinos em Gaza e todos aqueles que tentam desesperadamente levar ajuda a eles. "Quando pensamos que não poderia piorar em Gaza - de alguma forma, de maneira terrível, os civis estão sendo empurrados para círculos cada vez mais profundos do inferno", disse o secretário-geral.

Guterres disse que as últimas ordens de evacuação de Israel na Cidade de Gaza vieram com mais sofrimento e sangue civis. Nada justifica os ataques de 7 de outubro do Hamas no sul de Israel, disse ele, e "nada justifica a punição coletiva do povo palestino".

O ataque do Hamas matou cerca de 1.200 pessoas - a maioria civis - e levou ao sequestro de cerca de 250 pessoas. Desde então, as ofensivas terrestres e os bombardeios israelenses mataram mais de 38.300 pessoas em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde do território, que não distingue entre combatentes e civis em sua contagem. Guterres disse que a UNRWA não foi poupada: "195 funcionários da UNRWA foram mortos, o maior número de mortos de funcionários na história da ONU".

Por anos, a UNRWA tem sido subfinanciada, mas este ano a situação ficou mais crítica após alegações israelenses de que 12 dos 13 mil trabalhadores da agência em Gaza participaram do ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro, que desencadeou a guerra em andamento em Gaza. A UNRWA imediatamente os suspendeu. Como resultado das alegações, 16 países interromperam o financiamento à UNRWA, totalizando cerca de US$ 450 milhões.

Lazzarini disse aos repórteres que 14 doadores retomaram oficialmente o financiamento e ele acredita que "muito em breve" um 15º país - o Reino Unido - retornará. O 16º país são os Estados Unidos, que era o maior doador da UNRWA. O Congresso dos EUA proibiu qualquer pagamento à agência até 25 de março de 2025.

Pouco antes da abertura da conferência, a Ministra das Relações Exteriores da Eslovênia, Tanja Fajon, anunciou que 118 países assinaram uma declaração de forte apoio à UNRWA, o que Lazzarini acolheu. Ele disse que os Estados Unidos estavam entre os signatários, embora não tenham participado da conferência. "Mas foi um sinal muito bom ... que indica que eles também estão fornecendo o necessário apoio político à agência", disse Lazzarini.

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Após uma intervenção do presidente Donald Trump, a Amazon recuou da iniciativa de informar em seus produtos o custo das novas tarifas para itens importados.

A informação sobre a medida foi divulgada pelo site Punchbowl News. Na sequência, em uma entrevista coletiva conjunta com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse que havia acabado de falar ao telefone com Trump sobre os planos relatados da Amazon e criticou a empresa. "Esse é um ato hostil e político da Amazon", disse Karoline.

Segundo o jornal Washington Post, Trump ligou para Jeff Bezos, dono do jornal e fundador da Amazon, para se queixar da medida. Mais tarde, o porta-voz da companhia, Tim Doyle, disse que a equipe da Haul - empresa de comércio eletrônico criada pela Amazon para concorrer com a Temu - "considerou a possibilidade", que não atingiria a Amazon. Na sequência, ele disse que essa medida também estava descartada. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, propôs nesta terça-feira, 29, o fim dos descontos diretos nos benefícios de aposentados e pensionistas. Lupi sugeriu que o Congresso elabore uma nova legislação sobre o assunto. Ao participar de audiência na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara, Lupi afirmou que, na sua opinião, o governo não deveria se meter na relação entre o trabalhador e uma associação.

Ele previu novos casos suspeitos se não houver mudança na lei. "Se não, daqui a algum tempo, e não vai demorar muito, você vai ter novamente denúncia que isso acontece. Daqui a pouco, se a gente não extinguir o câncer, a obrigatoriedade do desconto da folha. Por que o INSS tem que fazer isso, se tem duas instituições que podem se acordar? Essa, para mim, é a melhor solução", disse o ministro

"O trabalhador tem que se entender com a associação. A associação quer fazer cobrança, que se resolva entre eles. Resolveram colocar o INSS para fazer esse trabalho (de intermediação), como se tivéssemos pouco trabalho. Qual o papel da previdência de intermediar nesse processo?", questionou.

'Faz um pix aí, vovô'

"Se eu sou uma entidade representativa, eu busco testar serviço, busco aposentado e faço a cobrança diária com ele. Faz um boleto, faz um Pix, como diz aqui meu neto sempre: 'Faz um Pix aí, vovô'. Por que o INSS tem que cuidar disso? Acho que não é a função principal do Instituto Nacional de Seguridade Social", completou Lupi. Ele disse que vai conversar com a Casa Civil e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o fim do intermédio do INSS.

O ministro enfrenta forte desgaste em razão das investigações que apontam para um esquema de desvios de recursos de aposentados e pensionistas. Ontem ele voltou a se defender, afirmando que não demorou em determinar a apuração das suspeitas.

'Ira santa'

O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) levou à comissão uma idosa que disse ter sido alvo de descontos indevidos em sua aposentadoria. Van Hattem chegou a embargar a voz para falar da senhora, que sentou ao seu lado no plenário do colegiado.

Parlamentares questionaram a conduta do deputado do Novo. Lupi cobrou respeito de Van Hattem. "Eu enfrentarei (injustiças) com tranquilidade, com a lucidez dos justos, mas cuidado, a minha ira é santa", afirmou.

A mulher contestou o ministro: "E nós aposentados não merecemos respeito?" Em resposta, Lupi disse que "não tem quem defenda mais aposentado" do que ele.

Van Hattem questionou sobre uma eventual ameaça durante a discussão. "Não sei o que o ministro quis dizer com ira santa, se quis, de alguma forma, ameaçar, mas eu não me sinto amedrontado por vossa excelência", afirmou o deputado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A vereadora Cris Monteiro (Novo) afirmou nesta terça-feira, 29, durante discurso na tribuna da Câmara Municipal de São Paulo, que "mulher branca, bonita e rica incomoda". A declaração foi dirigida a sindicalistas que acompanhavam a votação do reajuste dos servidores municipais e gerou forte reação da plateia e de parlamentares.

Durante sua fala, Cris repreendeu a vereadora Luana Alves (PSOL), que tentava confrontá-la, e disse: "Por favor, Luana, calada. Pode me devolver o tempo. Eu escutei todos vocês calados (...) Agora, quando vem uma mulher branca aqui, falar a verdade para vocês, vocês ficam todos nervosos. Porque uma mulher branca, bonita e rica incomoda muito vocês".

Ela completou dizendo que representa uma parcela da população que a elegeu e criticou os grevistas. "Eu não vou defender essas pessoas que deixam as nossas crianças na sala de aula fazendo greve."

A vereadora Luana Alves, que é negra, classificou a fala como racista e pediu a suspensão da sessão. Segundo ela, Cris Monteiro teria direcionado suas palavras diretamente a ela enquanto discursava.

O áudio da transmissão oficial da sessão pela Rede Câmara, canal da Casa no YouTube, chegou a ser interrompido por alguns minutos, mas foi restabelecido em seguida. Após o retorno, a vereadora do Novo pediu desculpas.

"Lamento profundamente se alguém em particular se sentiu ofendido com a minha fala, não foi minha intenção. Faço uso da tribuna, como qualquer parlamentar, para defender minhas ideias e falar o que penso".

O presidente da Câmara, Ricardo Teixeira (União), disse que a Casa "não permite racista" e mencionou o caso do ex-vereador Camilo Cristófaro (Avante), cassado em 2023 por fala racista. No entanto, após rever o vídeo da declaração de Cris, avaliou que não houve racismo.

"Nós vimos e revimos várias vezes o vídeo. Na nossa opinião, não houve racismo", afirmou o presidente da Câmara. Segundo ele, a Corregedoria da Câmara acompanhará o caso. "Esse fato será analisado com sangue tranquilo, temperatura normal, pressão também".

A vereadora do PSOL, no entanto, reforçou a acusação. Para ela e outros vereadores, se tratou de um ato de racismo evidente.

"A vereadora Cris irá responder na Corregedoria. Fico muito triste que uma cassação não tenha sido suficiente para aprenderem que não se pode desrespeitar a população negra nessa Câmara", disse. Ela espera que o desfecho seja semelhante ao do caso Cristófaro.

Essa não foi a primeira polêmica envolvendo a vereadora Cris Monteiro. Em 2021, ela se envolveu em um episódio de agressão com a então vereadora Janaína Lima, à época também filiada ao Novo. Na ocasião, Cris afirmou esperar que Janaína fosse cassada.

Um relatório da Corregedoria da Câmara Municipal recomendou a suspensão das funções legislativas de ambas - Janaína e Cris - após a briga ocorrida no banheiro ao lado do Plenário, durante a votação da reforma da Previdência. No entanto, a ação disciplinar não avançou.