El Salvador prendeu e torturou menores em meio a repressão de gangues, diz Human Rights Watch

Internacional
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Um relatório de direitos humanos divulgado na terça-feira, 16, afirma que o governo de El Salvador prendeu 3.319 suspeitos menores de idade e condenou 579 a penas de prisão durante a severa repressão às gangues de rua que dura dois anos e meio.

O relatório da Human Rights Watch diz que os menores frequentemente foram mantidos em "condições desumanas" e, às vezes, nas mesmas instalações que adultos. O relatório afirmou que as autoridades pouco fizeram para garantir alimentação, cuidados de saúde e contato com a família, ou para protegê-los de espancamentos ou agressões sexuais na prisão.

Dos 3.319 detidos, um total de 841 menores permaneciam sob custódia em janeiro, segundo o relatório. Dos condenados, o relatório afirma que as autoridades, em muitos casos, coagiram os menores a "fazerem confissões falsas de crimes através de uma combinação de acordos de confissão abusivos e, às vezes, maus-tratos ou tortura."

Os suspeitos menores de idade frequentemente foram condenados por crimes como "associação ilegal", que o relatório afirma que "tem definições excessivamente amplas e penas máximas severas que variam de 10 a 20 anos," acrescentando que "essas condenações frequentemente foram baseadas em declarações não corroboradas e contraditórias da polícia."

No início deste mês, a organização de direitos humanos Cristosal afirmou que pelo menos 261 pessoas morreram nas prisões em El Salvador durante a repressão às gangues de rua. Sob um estado de emergência originalmente declarado em 2022 e ainda em vigor, o governo do presidente Nayib Bukele prendeu 81.110 suspeitos de membros de gangues em varreduras que grupos de direitos humanos dizem ser frequentemente arbitrárias, baseadas na aparência de uma pessoa ou no local onde ela mora.

O governo teve que liberar cerca de 7 mil pessoas devido à falta de provas. O grupo disse em um relatório que, até 15 de abril, 88 das 261 mortes "podem ter sido resultado de um ato criminoso," embora não tenha especificado quais atos poderiam ter sido.

A administração de Bukele fez questão de publicar vídeos de presos vestidos apenas com roupas íntimas sendo forçados a marchar escadas abaixo pelos guardas. Embora o governo seja acusado de cometer abusos massivos de direitos humanos durante essa repressão a gangues, Bukele permanece altamente popular em El Salvador porque as taxas de homicídio caíram drasticamente após as detenções.

A nação centro-americana passou de ser um dos países mais perigosos do mundo para ter a menor taxa de homicídios da região. Bukele aproveitou essa popularidade para ser reeleito em fevereiro, apesar de a constituição do país proibir segundos mandatos para presidentes. Fonte: Associated Press.

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Pesquisa CNT divulgada nesta terça-feira, 25, mostrou que 69,4% dos brasileiros não tiveram conhecimento sobre a eleição realizada para a escolha dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, em fevereiro deste ano. De acordo com a sondagem, somente 28,8% dos brasileiros tiveram conhecimento da realização das eleições para esses cargos, e um total de 1,8% não soube ou não respondeu.

O levantamento indicou ainda que, para 68,6% dos brasileiros, a escolha dos presidentes do Senado e da Câmara afetam diretamente a vida da população. Na opinião de 21,5% dos entrevistados, essas eleições não afetam diretamente a população, e 9,5% não souberam ou não responderam.

Pesquisa CNT divulgada nesta terça-feira, 25, mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República em 2026, mas com dificuldades no segundo turno contra seus adversários. O petista tem 30,3% das intenções de voto no cenário contra Jair Bolsonaro (PL), que tem 30,1%.

O ex-presidente, no entanto, está inelegível - o que o impede de ser candidato no ano que vem. Por isso, a Pesquisa CNT testou outros cenários com candidatos que podem vir a ser apoiados por Bolsonaro: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Tanto Eduardo quanto Tarcísio têm de 13% a 14% de intenções de voto, bem abaixo de Jair Bolsonaro. A distância até as eleições e o impasse na direita bolsonarista sobre quem será o candidato, no entanto, ajudam a explicar o afastamento entre o porcentual de intenções de votos do ex-presidente e de seus aliados.

Como o próprio Lula não tem confirmado que será candidato, a Pesquisa CNT também testou um cenário em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seja o candidato do PT à Presidência da República em 2026. Haddad teve 16,2% das intenções de voto, atrás apenas de Ciro Gomes (PDT), que teve 19,7% das intenções de voto. Neste cenário, o candidato bolsonarista é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que teve 14,4% das intenções de voto.

No segundo turno, porém, o cenário é desfavorável para os petistas. De acordo com os dados da pesquisa, Lula está numericamente atrás de Bolsonaro nas intenções de voto (43,4% para o ex-presidente contra 41,6% para o petista) e pouco à frente de Tarcísio (41,2% para o presidente contra 40,7% para o governador). Haddad, por sua vez, está atrás de Bolsonaro (43,1% para o ex-presidente contra 39,4% para o ministro) e de Tarcísio (38,3% para o governador contra 37,3% para o ministro). Essas diferenças, no entanto, estão dentro da margem de erro da pesquisa, de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Na pesquisa espontânea, Lula está na liderança, com 23,5% dos entrevistados dizendo que votariam nele sem que nenhum nome de candidato fosse apresentado. Bolsonaro vem logo atrás, com 19,6% das intenções de voto nesse cenário. Os demais políticos têm porcentuais ínfimos: Tarcísio de Freitas tem 1,8%, Pablo Marçal, 0,9%, Nikolas Ferreira, 0,9%, e Ciro Gomes, 0,8%.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece à frente em três cenários testados pelo instituto Paraná Pesquisas para as eleições estaduais de 2026, conforme levantamento divulgado nesta terça-feira, 25. No entanto, a pesquisa indica que ele poderia enfrentar um segundo turno em disputas contra o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o empresário Pablo Marçal (PRTB), recentemente condenado pela Justiça Eleitoral de São Paulo e inelegível. Cabe recurso da decisão.

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 23 de fevereiro de 2025, ouvindo 1.650 eleitores em 86 municípios paulistas. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

No primeiro cenário estipulado, Tarcísio aparece com 37,8% das intenções de voto, seguido por Alckmin, que registra 24,7%. Pablo Marçal soma 16,2%, enquanto o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), tem 4,8%, e o ex-prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), 3%. Nesse contexto, Alckmin impediria uma vitória do atual governador no primeiro turno caso considerados apenas os votos válidos.

Quando a disputa ocorre sem Alckmin, Tarcísio amplia sua vantagem. No segundo cenário, ele aparece com 40,3%, seguido por Marçal, com 17,6%, e Márcio França (PSB), que soma 12,7%. Alexandre Padilha atinge 7,1% e Paulo Serra, 5%. Ainda assim, o levantamento sugere que um segundo turno seria necessário entre Tarcísio e Marçal.

Já no terceiro cenário, sem Alckmin e Marçal, Tarcísio chega a 48,6% das intenções de voto, enquanto França tem 16,6%. Alexandre Padilha aparece com 8,5% e Paulo Serra, com 5,9%. Nesse contexto, o governador venceria no primeiro turno.

Disputa sem Tarcísio

O levantamento também simulou cenários sem a participação de Tarcísio de Freitas. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), lidera os panoramas em que é incluído como opção de voto.

Em um dos cenários testados, Nunes aparece com 27% das intenções de voto, seguido por Marçal, com 25,6%, em empate técnico. Márcio França soma 17%, Padilha tem 6,3% e Paulo Serra, 5,1%.

Em cenários sem Tarcísio nem Nunes, Márcio França e a ex-ministra e ex-prefeita Marta Suplicy (PT) figuram em empate técnico. Em um dos cenários testados, França tem 18,8%, Marta, 18,3%. Eles são seguidos pelo ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido), com 12,3%, o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), com 9,5% e pelo secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), com 4,7%.