Kamala Harris: projeto de Trump para 2025 é voltar América ao passado e atacar liberdade

Internacional
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A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, afirmou nesta quarta, 24, que o projeto do ex-presidente Donald Trump para o país, caso ganhe as eleições e tome posse em 2025, é "voltar a América ao passado" e prejudicar as famílias americanas. Em discurso durante evento em Indianapolis, ela alegou que os planos de eliminar o Medicare, programas de educação criados na gestão Biden, entre outras iniciativas defendidas pelo republicano, representam um "ataque à liberdade das famílias".

"Enfrentamos a escolha entre duas visões para a América: uma focada no futuro e outra no passado. Eu convido vocês a votar pelo futuro no qual todos tem saúde acessível e a economia funciona para os trabalhadores", disse Harris, que espera a indicação oficial para concorrer à presidência pelo Partido Democrata. "O que está em jogo é nossa liberdade de votar, de aprender nossa história e de viver em um país sem violência de armas."

A vice-presidente também citou outras pautas defendidas por seu partido, como a luta por equidade e direitos das mulheres. Harris pediu que a população se mobilize para incentivar eleitores a comparecerem às urnas neste ano. "Quando votamos, fazemos história", disse.

Harris também comentou sobre o presidente Joe Biden e o que esperar sobre o discurso dele nesta noite, o primeiro após desistir de sua candidatura à Casa Branca. Segundo ela, Biden falará sobre o seu "trabalho extraordinário" nos últimos anos e sobre os planos para os próximos seis meses no cargo. "Ele é um líder de visão ousada e sei que somos gratos por seu trabalho pela nossa nação", disse a vice-presidente.

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A deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, criticou o que chamou de "articulação bolsonarista" para aprovar no Congresso dos Estados Unidos o projeto de lei "No Censors on our Shores Act" (em tradução livre, "sem censura no nosso território"). Se virar lei, o dispositivo pode barrar a entrada do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no país norte-americano.

No X (antigo Twitter), Gleisi chamou aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que se mobilizam para aprovação do texto, de "entreguistas", e movimentação deles de "crime de lesa-pátria". "O inelegível, seus parentes e foragidos da Justiça brasileira estão desafiando, mais uma vez, as instituições brasileiras e mostrando a quem eles realmente servem: a um país estrangeiro", escreveu a parlamentar.

Após aprovação nesta quarta-feira, 26, do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a proposta segue para votação no plenário da Casa. O Comitê tem atribuições semelhantes à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados brasileira.

O nome de Moraes não é mencionado no texto da proposta, mas os autores, os deputados republicanos María Elvira Salazar e Darrell Issa, já criticaram diretamente as decisões de Moraes e se referiram a ele como "aplicador da censura".

A proposta quer impedir a entrada nos Estados Unidos ou, então, impor a deportação de autoridades estrangeiras apontadas como atores contra a liberdade de expressão de cidadãos americanos. Para virar lei, ela precisa passar pelo plenário da Câmara dos Representantes, pelo Senado e, então, ser sancionada pela Casa Branca. O STF não comentou o projeto.

A apresentação do "No Censors on our Shores Act" ocorreu depois de lobby feito pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente brasileiro João Batista Figueiredo, que governou ainda no período militar. Paulo vive nos Estados Unidos e está foragido da Justiça brasileira.

O pano de fundo do projeto de lei é o embate entre o ministro Alexandre de Moraes e o X, do bilionário Elon Musk, que envolveu o bloqueio da plataforma no Brasil em setembro do ano passado. Mais recentemente, Moraes tem aplicado sanções semelhantes à Rumble, rede de publicação de vídeos.

Pelas decisões sobre a Rumble, Moraes é alvo na Justiça americana de uma ação conjunta entre a plataforma e a Trump Media, empresa de Donald Trump. Elas acusam o magistrado de violar a soberania americana ao ordenar a suspensão do perfil do blogueiro Allan dos Santos, também foragido e residente nos Estados Unidos.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos (equivalente ao Ministério das Relações Exteriores) criticou nesta quarta-feira o bloqueio de redes sociais norte-americanas pelo Brasil, classificando as decisões como "censura". O órgão afirmou que o bloqueio é "incompatível com os valores democráticos". A publicação foi compartilhada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.

Em resposta, o Itamaraty afirmou em nota que o governo brasileiro recebeu a manifestação americana "com surpresa" e que "rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais".

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse nesta quinta-feira, 27, que os eleitores não o comparam ao seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), mas com ele mesmo, que já havia governado o País entre 2003 e 2010. O petista deu a declaração em entrevista à TV Record depois de ser questionado sobre o mau momento da popularidade de seu governo nas pesquisas de opinião.

"Eu acho que nós temos que ter clareza de que uma pesquisa, quando está boa ou quando está ruim, serve de análise para saber se você muda ou não de comportamento. Eu acho que o povo brasileiro tem o direito de cobrar de um presidente da República como a torcida cobra de um jogador. Vira e mexe você vê a torcida vaiar o melhor jogador em campo, porque ele não está fazendo, não está correndo", disse o presidente da República.

E declarou: "Eu sei que eu tenho compromisso com o povo brasileiro, eu prometi durante a campanha. O povo brasileiro não me compara com o Bolsonaro, porque o Bolsonaro foi muito ruim, mas muito ruim. Eu quero que você viaje o Brasil para você saber se encontra uma obra dele. O povo me compara comigo mesmo. O povo me compara com o Lula de 2010. Quando eu deixei a economia, ela estava crescendo 7,5%."

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, parabenizou o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), por terem construído um entendimento para a construção do túnel submerso que liga Santos-Guarujá, no litoral paulista. Em sua avaliação, o povo brasileiro "nunca precisou tanto de convergências" como neste momento.

"Quero parabenizar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador Tarcísio de Freitas que tiveram a grandeza neste momento que, mesmo com diferenças pontuais, fazer uma construção de um entendimento em nome do Estado de São Paulo e em nome do Brasil", comentou o ministro, em evento de lançamento do edital para construção do túnel Santos-Guarujá.

A cerimônia acontece nesta quinta-feira, 27, em Santos, e conta com a participação de Lula e de Tarcísio.

Silvio Costa Filho disse que, muitas vezes, são as diferenças que constroem as convergências.

O ministro fez questão de parabenizar Tarcísio pelo "desprendimento" e "capacidade de entendimento". "Sentou com o presidente Lula, com os ministros, e o presidente Lula disse: 'Isso é bom para São Paulo, é bom para o Brasil'", contou.

No discurso, Silvio Costa Filho também fez questão de lembrar da proposta de acordo aprovada em setembro do ano passado para beneficiários do Portus, fundo de previdência complementar dos funcionários de autoridades portuárias.

Segundo o ministro, esse é o maior acordo do setor portuário com trabalhadores. O ministro disse que serão aportados R$ 1,5 bilhão aos trabalhadores, fazendo uma referência ao acordo, que traz um valor diferente, de R$ 1,15 bilhão.