Eleição na Venezuela: Celso Amorim, enviado brasileiro, se reúne com chanceler de Maduro

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, chegou na sexta-feira, 27, na Venezuela. Ele foi recebido em reunião por Yvan Gil, ministro venezuelano das Relações Exteriores em Caracas.

Amorim foi escalado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para ser "seus olhos" em Caracas e acompanhará, in loco, as eleições presidenciais locais.

Yvan Gil escreveu no X, antigo Twitter, que conversou com Amorim, durante a reunião, sobre "a relevância dessas eleições" e a organização, que chamou de "impecável", do processo eleitoral local.

De acordo com fontes ouvidas pelo Estadão, o relato de Amorim sobre o que terá ocorrido no país vizinho dará respaldo ao governo brasileiro em seu posicionamento: reconhecer o candidato eleito, seja ele qual for, ou classificar o pleito como fraudulento - hipótese vista como menos provável no Palácio do Planalto.

Relações retomadas

Com a volta do PT ao governo em 2023, as relações entre Brasil e Venezuela foram retomadas. Nos anos de Jair Bolsonaro, o Itamaraty de Ernesto Araújo reconheceu o governo de Juan Guaidó como representante legítimo da Venezuela e rompeu completamente relações com o chavismo.

Sob Mauro Vieira e Celso Amorim, a diplomacia brasileira trabalhou para reconstruir pontes com Maduro e restabelecer relações bilaterais, com o argumento de que empresas brasileiras tinham dívidas de cerca de US$ 1,27 bilhão com a ditadura chavista.

De modo geral, o Brasil evitou criticar os abusos de Maduro até praticamente março deste ano, quando o Itamaraty divulgou uma nota condenando a proibição da inscrição de Corina Yoris para substituir Maria Corina. Desde então, Maduro passou a ver Lula e o governo com suspeita.

Tensão

Durante um discurso em um dos atos de sua campanha à reeleição, Nicolás Maduro afirmou que haverá um "banho de sangue" e uma "guerra civil fraticida" caso não vença as eleições. A fala foi proferida na quarta-feira, 17, na paróquia de La Vega, localizada no centro da cidade de Caracas. A fala estremeceu a relação com Lula, seu aliado de décadas, que afirmou ter ficado assustado com o tom adotado pelo venezuelano.

Na terça-feira, 23, Maduro mentiu ao dizer que o sistema eleitoral brasileiro não é auditável, o que levou a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, a cancelar o envio de observadores para a eleição.

Reforço na fronteira

A preocupação com as eleições em clima quente no país vizinho levou o governo brasileiro a reforçar a defesa da fronteira. À Coluna do Estadão, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse que há um planejamento para agir, se for necessário. "Estamos monitorando a situação no local. Nossa equipe de inteligência está atuando, e o efetivo da Operação Acolhida alerta, inclusive para eventual aumento do fluxo [de imigração]".

A fronteira da Venezuela com o Brasil em Pacaraima (RR) foi fechada após uma determinação de Nicolás Maduro. De acordo com fontes da região, apesar do fechamento, é possível atravessar pelas trilhas secas. O governo brasileiro não descarta um salto no fluxo imigratório a depender da tensão política da Venezuela após as eleições.

Em outra categoria

O ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) pediu autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para deixar temporariamente o regime semiaberto e passar a Páscoa com a família. Cabe ao ministro Alexandre de Moraes decidir se autoriza ou não a "saidinha".

A defesa argumenta que ele já cumpriu mais de um sexto da pena - um dos requisitos previstos na Lei de Execuções Penais para a concessão do benefício. O outro é o bom comportamento, que segundo seus advogados ele também já comprovou ao se dedicar ao trabalho e a atividades acadêmicas.

"Durante o período de reclusão, o reeducando dedicou-se de maneira constante ao trabalho e aos estudos conforme se atesta no (e-doc 603/604), desenvolvendo atividades produtivas que contribuíram significativamente para a sua ressocialização", diz o pedido.

Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por defender pautas antidemocráticas, como a destituição de ministros do tribunal e a ditadura militar.

O ex-deputado chegou a ser colocado em liberdade condicional, mas voltou a ser preso na véspera do Natal por descumprir o horário de recolhimento domiciliar noturno (de 22h às 6h) estabelecido como contrapartida para a flexibilização do regime de prisão.

O governo brasileiro recebeu nesta segunda-feira, 3, o prêmio da associação global das operadoras de telecomunicações (GSMA, na sigla em inglês) dado ao país que mais se destaca a cada ano na implementação de políticas públicas para o setor.

O prêmio foi recebido pelo Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, durante o Mobile World Congress (MWC), principal feira de telecomunicações do mundo, que ocorre esta semana em Barcelona.

Juscelino é o ministro com pior avaliação no governo Lula. Pesquisa da AtlasIntel divulgada dias atrás mostrou que Juscelino tem 70% de rejeição. A título de comparação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem 55% de desaprovação.

"Eu vejo com muita tranquilidade", disse Juscelino, ao ser questionado sobre a pesquisa durante entrevista coletiva. "Nós entendemos o quanto o governo tem entregado de resultado concreto nessa parte (telecomunicações)."

Na premiação, a GSMA entendeu que o Brasil se destacou por uma série de decisões que favoreceram a expansão da conectividade e da inovação, como a liberação antecipada do espectro de 3,5 GHz para acelerar a implantação do 5G, anunciada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) no fim do ano passado.

A associação apontou também a capacidade do Brasil em simplificar a regulamentação, apoiar o desligamento de redes antigas e autorizar o uso de espectro para testes e desenvolvimento de serviços.

O prêmio - chamado Global Mobile Awards - já foi vencido pelo Brasil em outras duas ocasiões (2005 e 2015). Em 2024, o vencedor foi Trinidad e Tobago, e em 2023, a Índia. A escolha do premiado se dá por um comitê com 200 membros independentes.

*O jornalista viajou para a cobertura do Mobile World Congress, em Barcelona, a convite da Huawei

O prefeito em exercício de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), entrou na "disputa" iniciada pelos prefeitos de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), sobre qual capital teria a melhor celebração do carnaval.

Damião afirmou em vídeo publicado no Instagram neste domingo, 2, que "Belo Horizonte não tem só o maior carnaval do Brasil, tem o melhor carnaval do Brasil, e disparado o mais seguro". Ele assumiu o comando do município com a licença médica do prefeito Fuad Noman (PSD).

Neste fim de semana, Nunes e Paes trocaram provocações sobre as festividades nas redes sociais. Tudo começou quando Ricardo Nunes afirmou no sábado, 1.º, que a capital paulista tem o maior, melhor e mais seguro carnaval do País.

"Queria mandar um abraço para o meu amigo Eduardo Paes, parabenizar pelo segundo maior carnaval do Brasil. Está aqui o maior e melhor carnaval do Brasil, maior e mais seguro", disse Nunes no Instagram.

Ele visitava a central do Smart Sampa, programa de vigilância da cidade, e comemorou ações das forças de segurança e o baixo índice de ocorrências graves apesar da grande circulação de foliões em São Paulo.

O prefeito carioca, Eduardo Paes, respondeu: "Vocês contam ou eu conto? Fofo ele, né?!", escreveu Paes no X (antigo Twitter). Na publicação, ele marcou os prefeitos João Campos (PSB), de Recife; Bruno Reis (União), de Salvador; e João Henrique Caldas (PL), de Maceió.

Já o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), saiu em defesa do carnaval carioca. Em encontro com a imprensa neste domingo, Castro disse em tom bem-humorado: "Liguei para o Ricardo Nunes e falei pra ele vir conhecer um carnaval de verdade". O governador acompanhou os desfiles do grupo especial na Marquês de Sapucaí.