Equipe de Trump busca rejeição de caso federal de subversão eleitoral contra ex-presidente

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
Advogados de Donald Trump planejam pedir a um juiz que rejeite o caso federal de subversão eleitoral contra o ex-presidente, baseando-se em uma decisão da Suprema Corte que restringiu o alcance da acusação, conforme indicado em um documento judicial.

A defesa, em documento apresentado em conjunto com os promotores sexta-feira à noite, que detalha propostas divergentes para os próximos passos, antecipou uma série de desafios que poderiam estender o caso criminal contra o ex-presidente. No processo, Trump é acusado de tentar reverter o resultado da eleição presidencial de 2020, até o final do próximo ano.

O documento entregue inclui alegações de que a nova acusação, emitida pelos promotores na semana passada e que é mais restrita, ainda contém pontos pelos quais Trump, sendo ex-presidente, teria imunidade, como suas conversas com o então vice-presidente, Mike Pence.

Os advogados de defesa planejam, inicialmente, tentar rejeitar o caso, argumentando que um juiz federal na Flórida já havia descartado uma acusação diferente contra Trump por manter documentos sigilosos em Mar-a-Lago, uma propriedade do ex-presidente. Nesse caso, a juíza Aileen Cannon concluiu que o conselheiro especial Jack Smith, responsável pela acusação, teve sua nomeação e o financiamento de seu escritório feitos de maneira inadequada.

O documento judicial federal em Washington apresenta visões diferentes sobre o andamento do caso antes de uma audiência agendada para a próxima semana, marcando a primeira vez que o processo aparece em tribunal após meses.

A decisão da Suprema Corte sugere que um julgamento provavelmente não ocorrerá antes da eleição, deixando para a juíza distrital dos Estados Unidos, Tanya Chutkan, decidir quais acusações devem ser mantidas ou descartadas.

A equipe de Trump sugere que o caso continue com debates pré-julgamento até possivelmente o outono de 2025, ultrapassando a eleição presidencial de novembro. A equipe de Smith não definiu datas, mas indicou estar pronta para discutir a imunidade de Trump assim que o tribunal achar conveniente.

O documento apresentado pela defesa de Trump reflete a mudança significativa no cenário legal desde a apresentação da acusação do conselheiro especial Jack Smith em junho de 2023. Inicialmente, Trump foi acusado de tentativas extensas de manter o poder e impedir a transferência pacífica de autoridade. No entanto, as acusações agora precisam considerar o impacto de uma decisão da Suprema Corte que estabelece que ex-presidentes têm imunidade absoluta ao exercer poderes constitucionais essenciais e são geralmente imunes por outros atos oficiais realizados enquanto presidente.

Com essa mudança, a equipe de Smith atualizou a acusação na semana passada, retirando acusações sobre as interações de Trump com o Departamento de Justiça, uma área que o tribunal indicou como imune a acusações, além de realizar outras alterações. No entanto, os advogados de Trump argumentam agora que os promotores não foram suficientemente abrangentes em suas revisões.

Para a defesa, várias ações descritas na Acusação Suplementar, incluindo Tweets, declarações públicas sobre a eleição presidencial de 2020, comunicações com funcionários estaduais sobre a eleição e questões relacionadas a listas alternativas de eleitores, também deveriam ser consideradas imunes.

"Se o Tribunal determinar, como deveria, que o Conselheiro Especial não pode refutar a presunção de que esses atos são imunes, a lei vinculante exige que toda a acusação seja rejeitada porque o grande júri considerou evidências imunizadas", escreveram os advogados de Trump na sexta-feira. Fonte: Associated Press.

Em outra categoria

A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB), lidera o ranking de aprovação entre os chefes de Ministérios do governo Lula, de acordo com uma pesquisa da AtlasIntel. O levantamento aponta que Tebet é a mais bem avaliada pelos brasileiros, enquanto o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, registra a maior rejeição.

Com 62% de aprovação, Tebet se destaca como a ministra mais bem avaliada, seguida por Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e Macaé Evaristo, dos Direitos Humanos e Cidadania, ambos com 54%. Wellington Dias, responsável pela Assistência Social, aparece com 51%, enquanto Ricardo Lewandowski, da Justiça, soma 47% de aprovação.

Na outra ponta, Juscelino Filho lidera a rejeição, sendo avaliado negativamente por 70% dos entrevistados. Anielle Franco, da Igualdade Racial, aparece em seguida, com 59% de reprovação. Já Fernando Haddad, da Fazenda, Carlos Lupi, da Previdência Social, e André Fufuca, dos Esportes, registram um índice de desaprovação de 55% cada.

A pesquisa ouviu 2.595 pessoas entre os dias 24 e 27 de fevereiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

O levantamento também questionou os entrevistados sobre a necessidade de uma reforma ministerial no governo Lula. A maioria, 58%, afirmou que o presidente deve promover mudanças na equipe, enquanto 30% defenderam a manutenção dos atuais ministros e 12% não souberam opinar.

Quando perguntados sobre o impacto dessas possíveis alterações, 51% acreditam que trocas na equipe podem melhorar o governo, ao passo que 29% consideram que não haveria diferença significativa, e 20% não souberam responder.

Entre as prioridades para uma eventual reforma, a melhoria na articulação política foi apontada como a mais urgente, mencionada por 34% dos entrevistados. Em seguida, aparecem a busca por maior eficiência na gestão pública (28%) e a substituição de ministros com altos índices de rejeição (22%).

O presidente Lula deu início a sua reforma ministerial na última semana. Nísia Trindade deixou o comando do Ministério da Saúde, sendo substituída por Alexandre Padilha, que, por sua vez, abriu espaço para Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria de Relações Institucionais.

O Brasil caiu seis posições no ranking global de democracia (Democracy Index) de 2024, elaborado pela empresa de inteligência da The Economist, ficando agora no 57º lugar.

No capítulo dedicado ao Brasil, intitulado 'democracia brasileira em risco', o estudo afirma que a polarização política aumentou na última década e gerenciar o impacto das plataformas de mídia social na democracia brasileira tem sido problemático, o que levou a Suprema Corte a "passar do limite".

O documento diz que a questão chegou ao auge em agosto de 2024, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) ordenou o bloqueio à empresa de mídia social X porque representava uma "ameaça direta à integridade do processo democrático" antes das eleições locais nacionais de outubro de 2024.

"Restringir o acesso a uma grande plataforma de mídia social dessa forma por várias semanas não tem paralelo entre países democráticos. A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser considerado restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral", argumenta o texto. E acrescenta: "Tornar certos discursos ilegais, com base em definições vagas, é um exemplo de politização do judiciário".

Na sequência, a The Economist cita um levantamento do Latinobarómetro de 2023 sobre liberdade de expressão que apontou que 64% dos brasileiros afirmaram que ela "é mal garantida ou não é garantida", porcentual que estaria acima da média regional de 45%.

Além disso, 62% dos brasileiros dizem que não expressam suas opiniões sobre os problemas que o País enfrenta, ficando atrás apenas de El Salvador e bem acima da média regional de 44%.

A pontuação do Brasil, segundo a pesquisa, também foi afetada negativamente por novos detalhes da "suposta tentativa de golpe" em 2022 contra o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e membros do STF, que teria sido organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e membros do alto escalão das Forças Armadas, que negam irregularidades.

"O plano de golpe também sugere que há uma tolerância perturbadora à violência política no Brasil que está ausente em democracias mais consolidadas", afirma a pesquisa.

O ranking de democracia da The Economist é liderado pela Noruega, seguido pela Nova Zelândia e Suécia. Coreia do Norte, Mianmar e Afeganistão ocupam as três ultimas posições, de uma lista de 167 países.

O procurador Carlos Alberto de Souza Almeida, que atua junto ao Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), foi condenado a devolver R$ 4,5 milhões que recebeu em salários retroativos e indenização.

O Estadão busca contato com o procurador.

O valor engloba vencimentos referentes ao período em que aguardou ser convocado no concurso público (1999-2005) e uma indenização por dano moral pela "nomeação tardia".

O montante a ser restituído aos cofres públicos pode chegar a R$ 7 milhões considerando juros e correção monetária. Como a decisão foi tomada na primeira instância, ele pode recorrer.

Carlos Aberto só foi classificado depois de conseguir anular judicialmente questões da prova, o que ocorreu em dezembro de 2005, seis anos após o concurso. Em um dos ofícios no processo, ele chegou a renunciar "a quaisquer efeitos pecuniários que lhe possam atribuir a sentença".

Em 2018, quando já estava no cargo, o procurador deu entrada em um processo administrativo para receber "vencimentos e outras parcelas remuneratórias conexas, não percebidas no período de 17/06/1999 a 30/12/2005", além da indenização por dano material.

O pedido foi aprovado pelo Tribunal de Contas do Amazonas e as parcelas foram depositadas entre outubro de 2018 e outubro de 2019.

A juíza Etelvina Lobo Braga, da Vara da Fazenda Pública de Manaus, afirma na sentença que o procurador "agiu de forma temerária e com prática duvidosa, quando postulou direitos aos quais ele mesmo já havia expressamente renunciado".

A decisão afirma ainda que a ordem de pagamento do Tribunal de Contas é "flagrantemente indevida".

"A nomeação e posse decorrente de ordem judicial, bem como ulterior exercício no cargo de Procurador de Contas, do requerido Carlos Alberto de Souza Almeida, não se deram de forma tardia, mas sim por ordem judicial, que não deveria gerar direito à indenização, razão pela qual houve equívoco e ilegalidade da Corte de Contas, que não atentou, também, à renúncia expressa firmada nos autos pelo candidato", diz a sentença.