Correção: Macron indica Barnier, ex-negociador da UE para Brexit, ao cargo de primeiro-ministro

Internacional
Tipografia
  • Pequenina Pequena Media Grande Gigante
  • Padrão Helvetica Segoe Georgia Times
A matéria publicada anteriormente grafou incorretamente o nome de Michel Barnier. Segue versão corrigida:

O presidente da França, Emmanuel Macron, indicou nesta quinta-feira, 5, Michel Barnier ao cargo de primeiro-ministro, conforme múltiplos veículos da imprensa estrangeira, após várias semanas de incertezas depois que eleições legislativas resultaram em uma Assembleia Nacional dividida. Barnier, de 73 anos, foi o principal negociador da União Europeia (UE) para o Brexit, o processo de saída do Reino Unido do bloco.

O novo premiê agora terá a tarefa de tentar formar um governo em um Parlamento sem uma força política com comando claro. A coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NPF) conquistou o maior número de assentos na casa legislativa, mas bem longe de uma maioria absoluta. Na semana passada, o grupo sugeriu o nome de Lucie Castets para o posto, proposta rejeitada por Macron. A recusa gerou uma série de protestos em Paris.

Desde a eleição, Gabriel Attal vem exercendo a posição de primeiro-ministro de maneira interina. Macron decidiu esperar o fim dos Jogos Olímpicos de Paris para começar as discussões sobre o novo futuro e, nos últimos dias, vinha conduzindo entrevistas com potenciais candidatos.

Em outra categoria

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira, 24, que quer a vice-presidência do Senado para pautar o projeto de anistia aos presos dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro em uma eventual ausência do senador Davi Alcolumbre (União-AP), favorito na eleição que vai ocorrer no próximo dia 1° de fevereiro. Segundo o ex-presidente, não é possível esperar até às eleições de 2026 para colocar em prática o plano de libertar os presos pela depredação dos Três Poderes.

"Estamos negociando, com esse apoio, é a primeira-vice-presidência. Você pode, em uma ausência do Alcolumbre, botar em votação, por exemplo, o projeto da anistia. A gente não quer esperar a anistia para o futuro presidente de direita, caso seja eleito em 2026 e vai tomar posse em 2027", afirmou o ex-presidente em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste.

A declaração confirma a estratégia do PL que foi revelada pelo Estadão no início da semana. O PL negocia participar da chapa de Alcolumbre, que deve ser eleito presidente do Senado com uma grande margem de votos, com um integrante próximo do ex-presidente na primeira vice-presidência para garantir a tramitação de textos de interesse da base bolsonarista.

Segundo o regimento interno do Senado, é o primeiro vice-presidente que assume o controle da Casa quando o presidente está ausente das atividades do Legislativo. Nesta ocasião, o parlamentar poderá colocar na pauta propostas que estão disponíveis para votação no plenário da Casa.

A defesa da estratégia adotada pelo PL foi o estopim para o embate entre Bolsonaro e o senador Marcos Pontes (PL-SP). Pontes quer se candidatar à Presidência do Senado, mesmo sem o apoio do ex-presidente, que classificou a atitude do parlamentar como "lamentável".

Atualmente, a proposta que busca perdoar os crimes cometidos pelos golpistas está em tramitação na Câmara dos Deputados. A proposta foi freada em outubro pelo presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). O favorito para sucedê-lo é deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), que também foi alvo de recados por parte de Bolsonaro na entrevista concedida à Revista Oeste.

Segundo o ex-presidente, Hugo Motta prometeu que irá pautar a anistia caso a maioria da Câmara (257 deputados) aprove um requerimento de urgência. Bolsonaro disse ainda que, caso o paraibano resista a colocar o texto em apreciação, os parlamentares do PL vão iniciar uma obstrução (paralisação das votações na Casa).

"Ele sabe o que nós queremos. Não pode um presidente da Câmara simplesmente ignorar o regimento interno. Não digo os 95, mas uns 80 parlamentares têm como partir para a obstrução e complicar a vida do pessoal lá dentro", afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente voltou a minimizar as acusações contra ele sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo Bolsonaro, durante a estadia nos Estados Unidos após deixar a Presidência, ele chegou a receber um convite para residir no país, mas não aceitou.

"Eu fiquei lá os três primeiros meses após dezembro de 2022 nos Estados Unidos. Eu não falo inglês, eu nem arranho. Eu acho que uns dois anos começaria a arranhar. Eu tive convite para ficar lá, eu fui tratado como um rei nos Estados Unidos", disse o ex-presidente.

O ex-chefe do Executivo estava em Orlando, na Flórida, no dia dos Atos de 8 de Janeiro. Segundo ele, a ausência dele naquela data é uma prova de que ele não teve relação com o vandalismo. Em novembro do ano passado, a Polícia Federal (PF) indiciou ele em três crimes por participar de um grupo que planejava uma ruptura democrática cujas atuações, segundo o inquérito, culminaram nas invasões aos prédios públicos.

"Golpe é quando o povo vai e o Exército vai atrás. Não teve um soldado na rua. Eles querem fazer uma vinculação comigo no 8 de Janeiro. Não houve golpe no 8 de Janeiro. Eu estava fora do Brasil, eu estava em Orlando. Talvez, segundo eles, eu estivesse organizando um golpe com o Pateta, com o Pato Donald e a Minnie ao meu lado", declarou Bolsonaro.

As redes sociais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão mais parecidas com a do aliado e prefeito de Recife, João Campos (PSB). A mudança no tom, adotando uma linguagem mais jovem, com referências a memes e nativa da rede de vídeos curtos TikTok, vem ocorrendo após a chegada de Mariah Queiroz Costa Silva, ex-integrante da equipe de Campos.

A mudança na chefia da Secretaria de Estratégias e Redes da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) ocorreu no último dia 17, quando o novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira, demitiu a antiga chefe e aliada da primeira-dama Rosângela da Silva, Brunna Rosa, do cargo.

Nos últimos dias, as postagens foram de anúncio de contrato de concessão de obra rodoviária em Minas Gerais à exaltação do cinema brasileiro pela indicação de "Ainda Estou Aqui" para concorrer na categoria de Melhor Filme do Oscar.

A nova linguagem inclui um tom mais informal, bate-bola entre Lula e outro personagem, além de efeitos sonoros, cortes rápidos, inserções de elementos visuais e movimentos de câmera dinâmicos. As legendas também mudaram e, agora, são coloridas com fundo preto, dando um tom descontraído à comunicação.

Antes, os vídeos de Lula mantinham características mais formais, com menos recursos visuais e adotavam uma linguagem sobretudo institucional, com trechos de declarações públicas em eventos ou em formato semelhante a entrevistas.

As semelhanças são muitas com o perfil de Campos no Instagram. Há um ano, o prefeito tinha 1,1 milhão de seguidores e era o chefe de Executivo municipal, entre as capitais, mais popular na rede social. Hoje, o prefeito acumula mais que o dobro: são 2,8 milhões de usuários o seguindo somente no Instagram.

Na primeira reunião ministerial do ano, nesta segunda-feira, 20, Sidônio disse que todos os seus colegas, de agora em diante, precisarão adotar uma estratégia ofensiva e pôr de pé uma "central de monitoramento das redes sociais" para dar respostas rápidas a problemas que atingem o governo.

No Planalto, o dano causado à imagem do governo com o caso da norma para maior fiscalização do Pix foi atribuído a um erro de comunicação, como mostrou o Estadão. A revogação da medida ocorreu após forte pressão nas redes sociais, orientadas por um vídeo enganoso do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), em que afirmava que haveria quebra de sigilo nas transações.

Como mostrou o Estadão, Sidônio pretende fazer de Lula o "motor de conteúdo" do governo. Segundo ele, toda vez que houver alguma medida importante a ser divulgada, quem falará primeiro será o presidente. Depois, os canais oficiais do governo e, só então, os ministros.

Desde o início de 2024, Lula demonstrava insatisfação com os resultados da comunicação e intensificou as reclamações no final do ano. Durante um seminário do PT, em 6 de dezembro, ele reconheceu que houve erros estratégicos e afirmou que mudanças seriam necessárias. Para integrantes do partido, essa declaração foi interpretada como uma "demissão pública" do então ministro Paulo Pimenta.

A servidora Eliana Vita de Oliveira, do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi condenada a 16 anos de prisão, em regime inicial fechado, pelo desvio de mais de R$ 2,4 milhões de contas judiciais. Ela foi considerada culpada por três crimes - peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Procurados pelo Estadão, os advogados Claudia João Felicio e Aluísio Monteiro, que representam a servidora, informaram que entraram com recurso para tentar reverter a sentença e que buscam uma "decisão justa". "Em relação à maioria das condutas à ela imputadas não existem provas que sustentem a condenação."

Eliana trabalhava no Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo), no Fórum Criminal da Barra Funda, como escrevente técnico judiciário, cargo que exerceu por mais de 30 anos. Segundo o Ministério Público, entre 2021 e 2023, ela emitiu alvarás falsos em pelo menos seis processos. O esquema foi descoberto por colegas de trabalho, que acionaram a polícia.

A servidora emitia alvarás para liberar valores bloqueados em inquéritos físicos que já haviam sido arquivados. Os alvarás dependem da assinatura do juiz responsável. É praxe que o escrevente que elaborou o documento o leve fisicamente ao magistrado para a conferência de informações. Eliana entrega o documento correto no gabinete e, depois, incluía a versão fraudulenta no sistema. Desse modo, o juiz ou juíza assinava, sem perceber, o alvará falso, diferente daquele que havia conferido pessoalmente.

Em depoimento, a servidora confessou os desvios. Eliana disse que usou parte do dinheiro para ajudar pessoas próximas, principalmente na pandemia da covid-19. Também admitiu que gastou o restante dos desvios com um apartamento, reformas e cirurgias plásticas, "mas não tinha luxo".

O juiz Paulo Fernando Deroma De Mello, da 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, afirma na sentença que a servidora "gozava de total confiança" e lançou mão de um "expediente ardiloso" para enganar magistrados e desviar os recursos.

"Tratou-se de elaborada estratagema apta a fraudar o sistema do Poder Judiciário, com estrutura complexa, inclusive induzindo a erro diversos magistrados", escreveu.

Eliana está presa e não poderá recorrer em liberdade, por risco de fuga. Ela passou dois dias foragida antes de se entregar à polícia, o que só ocorreu depois que o marido dela foi detido.

"É certo que a acusada tinha conhecimento da expedição de mandado e prisão. Adquiriu ouro, sacou dinheiro em espécie, pegou os passaportes, roupas, diversos aparelhos de telefonia celular e 'chip's', bem como outros pertences para fugir das consequências de seus atos criminosos", justificou o juiz.

Como a decisão foi tomada na primeira instância, cabe recurso.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE ELIANA

"A defesa já ingressou com o recurso diante da decisão junto à justiça paulista. Infelizmente entendemos que a justiça não está agindo de forma imparcial neste caso, mas não podemos nos curvar e aceitar isso. Vamos lutar por uma decisão justa nesse caso. Em relação à maioria das condutas à ela imputadas não existem provas que sustentem a condenação, tal qual a lei exige."

Claudia João Felicio e Aluísio Monteiro, advogados