Líbano: Se Israel pensa que isso vai resolver a guerra com o Hezbollah, está enganado

Internacional
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O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, disse que o país estava se preparando para uma grande retaliação do Hezbollah depois que uma explosão de pagers de integrantes da milícia xiita radical libanesa deixou 9 mortos.

"Se Israel pensa com isso que vai devolver seus deslocados do norte de Israel, eles estão enganados. Isso intensifica esta guerra", disse Bou Habib em um telefonema para o The New York Times.

Habib afirmou que o governo libanês está se preparando para registrar uma queixa sobre o ataque no Conselho de Segurança da ONU. "O Hezbollah definitivamente irá retaliar em grande estilo. Como? Onde? Não sei", disse ele após falar nesta terça-feira com autoridades do Hezbollah.

Ao menos nove pessoas morreram e quase 2.800 ficaram feridas nesta terça-feira, 17, quando os dispositivos de mensagem pager de membros do Hezbollah em todo o Líbano explodiram quase simultaneamente, em uma ação atribuída pelo grupo a um "ataque cibernético israelense". Segundo o Ministério da Saúde, além dos nove mortos confirmados, cerca de 2.750 pessoas ficaram feridas.

"O inimigo israelense é totalmente responsável por esta agressão criminosa" e "receberá sem dúvida a sua punição justa", afirmou o Hezbollah em um comunicado. O grupo terrorista Hamas também denunciou uma "agressão terrorista sionista", que não faz distinção "entre combatentes da resistência e civis".

O chefe do estado-maior de Israel, tenente-general Herzi Halevi, realizou um briefing de segurança com outros generais seniores na terça-feira à noite, disseram os militares em uma declaração. Os oficiais revisaram "a preparação para operações defensivas e ofensivas em todas as frentes", de acordo com a declaração.

EUA não receberam aviso de ataque

Os Estados Unidos, principal aliado de Israel, "não estiveram envolvidos", nem "tinham conhecimento deste incidente", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, que disse que não tinha "nenhuma avaliação" a oferecer sobre se Israel poderia ser responsável pelas explosões. Miller também apelou ao Irã para evitar ações que possam "aumentar ainda mais as tensões na região".

A coordenadora especial das Nações Unidas para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, alertou para o risco de uma "escalada extremamente preocupante em um contexto já (...) volátil" e instou "todas as partes envolvidas a se absterem de qualquer ação (...) que possa desencadear uma conflagração mais ampla".

As explosões ocorreram poucas horas depois que Israel anunciou que iria estender à sua fronteira com o Líbano os alvos da guerra, até então focada na luta contra o Hamas na Faixa de Gaza

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, viajará ao Egito na quarta-feira, 18, para discutir uma nova proposta de cessar-fogo em Gaza e a libertação de reféns, informou o Departamento de Estado.

É muito cedo para dizer como o ataque poderia impactar as negociações para um cessar-fogo em Gaza, disse Miller, do Departamento de Estado dos EUA. Os Estados Unidos continuavam dizendo a Israel e "outras partes" que eles deveriam buscar uma "resolução diplomática" para a guerra em andamento, ele acrescentou. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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Pesquisa CNT divulgada nesta terça-feira, 25, mostrou que 69,4% dos brasileiros não tiveram conhecimento sobre a eleição realizada para a escolha dos presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, em fevereiro deste ano. De acordo com a sondagem, somente 28,8% dos brasileiros tiveram conhecimento da realização das eleições para esses cargos, e um total de 1,8% não soube ou não respondeu.

O levantamento indicou ainda que, para 68,6% dos brasileiros, a escolha dos presidentes do Senado e da Câmara afetam diretamente a vida da população. Na opinião de 21,5% dos entrevistados, essas eleições não afetam diretamente a população, e 9,5% não souberam ou não responderam.

Pesquisa CNT divulgada nesta terça-feira, 25, mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República em 2026, mas com dificuldades no segundo turno contra seus adversários. O petista tem 30,3% das intenções de voto no cenário contra Jair Bolsonaro (PL), que tem 30,1%.

O ex-presidente, no entanto, está inelegível - o que o impede de ser candidato no ano que vem. Por isso, a Pesquisa CNT testou outros cenários com candidatos que podem vir a ser apoiados por Bolsonaro: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Tanto Eduardo quanto Tarcísio têm de 13% a 14% de intenções de voto, bem abaixo de Jair Bolsonaro. A distância até as eleições e o impasse na direita bolsonarista sobre quem será o candidato, no entanto, ajudam a explicar o afastamento entre o porcentual de intenções de votos do ex-presidente e de seus aliados.

Como o próprio Lula não tem confirmado que será candidato, a Pesquisa CNT também testou um cenário em que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seja o candidato do PT à Presidência da República em 2026. Haddad teve 16,2% das intenções de voto, atrás apenas de Ciro Gomes (PDT), que teve 19,7% das intenções de voto. Neste cenário, o candidato bolsonarista é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que teve 14,4% das intenções de voto.

No segundo turno, porém, o cenário é desfavorável para os petistas. De acordo com os dados da pesquisa, Lula está numericamente atrás de Bolsonaro nas intenções de voto (43,4% para o ex-presidente contra 41,6% para o petista) e pouco à frente de Tarcísio (41,2% para o presidente contra 40,7% para o governador). Haddad, por sua vez, está atrás de Bolsonaro (43,1% para o ex-presidente contra 39,4% para o ministro) e de Tarcísio (38,3% para o governador contra 37,3% para o ministro). Essas diferenças, no entanto, estão dentro da margem de erro da pesquisa, de 2,2 pontos porcentuais para mais ou para menos.

Na pesquisa espontânea, Lula está na liderança, com 23,5% dos entrevistados dizendo que votariam nele sem que nenhum nome de candidato fosse apresentado. Bolsonaro vem logo atrás, com 19,6% das intenções de voto nesse cenário. Os demais políticos têm porcentuais ínfimos: Tarcísio de Freitas tem 1,8%, Pablo Marçal, 0,9%, Nikolas Ferreira, 0,9%, e Ciro Gomes, 0,8%.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece à frente em três cenários testados pelo instituto Paraná Pesquisas para as eleições estaduais de 2026, conforme levantamento divulgado nesta terça-feira, 25. No entanto, a pesquisa indica que ele poderia enfrentar um segundo turno em disputas contra o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o empresário Pablo Marçal (PRTB), recentemente condenado pela Justiça Eleitoral de São Paulo e inelegível. Cabe recurso da decisão.

A pesquisa foi realizada entre os dias 20 e 23 de fevereiro de 2025, ouvindo 1.650 eleitores em 86 municípios paulistas. A margem de erro é de 2,5 pontos porcentuais, para mais ou para menos, com um nível de confiança de 95%.

No primeiro cenário estipulado, Tarcísio aparece com 37,8% das intenções de voto, seguido por Alckmin, que registra 24,7%. Pablo Marçal soma 16,2%, enquanto o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), tem 4,8%, e o ex-prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), 3%. Nesse contexto, Alckmin impediria uma vitória do atual governador no primeiro turno caso considerados apenas os votos válidos.

Quando a disputa ocorre sem Alckmin, Tarcísio amplia sua vantagem. No segundo cenário, ele aparece com 40,3%, seguido por Marçal, com 17,6%, e Márcio França (PSB), que soma 12,7%. Alexandre Padilha atinge 7,1% e Paulo Serra, 5%. Ainda assim, o levantamento sugere que um segundo turno seria necessário entre Tarcísio e Marçal.

Já no terceiro cenário, sem Alckmin e Marçal, Tarcísio chega a 48,6% das intenções de voto, enquanto França tem 16,6%. Alexandre Padilha aparece com 8,5% e Paulo Serra, com 5,9%. Nesse contexto, o governador venceria no primeiro turno.

Disputa sem Tarcísio

O levantamento também simulou cenários sem a participação de Tarcísio de Freitas. O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), lidera os panoramas em que é incluído como opção de voto.

Em um dos cenários testados, Nunes aparece com 27% das intenções de voto, seguido por Marçal, com 25,6%, em empate técnico. Márcio França soma 17%, Padilha tem 6,3% e Paulo Serra, 5,1%.

Em cenários sem Tarcísio nem Nunes, Márcio França e a ex-ministra e ex-prefeita Marta Suplicy (PT) figuram em empate técnico. Em um dos cenários testados, França tem 18,8%, Marta, 18,3%. Eles são seguidos pelo ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido), com 12,3%, o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), com 9,5% e pelo secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), com 4,7%.