Hezbollah contava vítimas de pagers e foi alvo de walkie-talkies-bomba; 20 morrem

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O grupo radical xiita Hezbollah foi atingido nesta quarta-feira, 18, por outra onda de explosões em dispositivos de comunicação, no mesmo dia em que Israel sinalizou que estava caminhando para uma ação militar mais agressiva contra os militantes libaneses.

 

Na ação de ontem, walkie-talkies usados pelo grupo explodiram em casas, carros e nas mãos de pessoas pelo país, deixando 20 mortos e mais de 450 feridos. Um dia antes, milhares de pagers de membros do Hezbollah explodiram quase simultaneamente, ferindo mais de 2,8 mil pessoas e matando 12.

 

Os ataques desferiram um duro golpe contra o Hezbollah - uma importante força política no Líbano apoiada pelo Irã - e abalaram o país. Nos subúrbios de Beirute, houve pânico durante o funeral de dois combatentes, um paramédico e uma criança mortos nos ataques com pager.

 

Na cena caótica, houve uma explosão com muita fumaça e corre-corre. Aos gritos, os participantes foram orientados a retirar as baterias de seus telefones.

 

O Hezbollah, bem como oficiais dos EUA, disse que o serviço secreto de Israel, o Mossad, estava por trás dos ataques.

 

As explosões aumentaram os temores de uma guerra maior. O Hezbollah tem disparado milhares de mísseis e drones contra o território israelense desde outubro em solidariedade ao Hamas, grupo terrorista com quem Israel está em guerra em Gaza desde os ataques de 7 de outubro.

 

Militares israelenses não comentaram os ataques, mas seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, disse ontem, em uma declaração em vídeo, que Israel estava "no início de um novo período nesta guerra".

 

Sem mencionar as explosões no Líbano, ele disse que o "centro de gravidade" dos esforços militares de Israel estava "movendo-se para o norte", enquanto o país desviava "forças, recursos e energia" para a ameaça representada pelo Hezbollah. A Força Aérea israelense afirmou ontem à noite que atacou agentes do Hezbollah e "alvos terroristas" no sul do Líbano.

 

Pressão

 

Em uma análise publicada ontem, o New York Times afirmou que a aparente decisão de Israel de lançar o ataque pode ter sido motivada por fatores políticos e operacionais. O plano de cessar-fogo para Gaza liderado pelos EUA está paralisado e, com ele, a esperança de um acordo diplomático com o Hezbollah para acalmar a fronteira norte. Em razão dos mísseis disparados pelo grupo, mais de 60 mil israelenses foram forçados a sair de suas casas na região. A pressão política para lidar com "o norte", como os israelenses o chamam, tornou-se quase tão intensa quanto a que pede a libertação dos reféns ainda sob poder do Hamas, afirma o jornal.

 

Dispositivos

 

Dois oficiais de segurança libaneses e um oficial do Hezbollah disseram que alguns dos dispositivos que explodiram ontem eram rádios portáteis pertencentes a membros do grupo. Um dos dispositivos era um walkie-talkie da marca Icom, segundo dois oficiais com conhecimento do assunto. Não estava claro de qual empresa o Hezbollah comprou os aparelhos.

 

Os rádios que explodiram ontem eram maiores e mais pesados do que os pagers detonados em todo o país na terça-feira e, em alguns casos, provocaram incêndios maiores, de acordo com uma análise do New York Times das evidências visuais disponíveis.

 

Incêndios eclodiram em pelo menos 71 casas e lojas, e 18 carros e motocicletas pegaram fogo, segundo a Defesa Civil Libanesa. Os dispositivos de comunicação envolvidos nos ataques ontem eram aparentemente o modelo IC-V82, um rádio bidirecional da marca japonesa Icom. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que o julgamento que discute o Marco Civil da Internet e a responsabilidade das redes sociais por conteúdos publicados por terceiros será retomado neste semestre. A análise foi suspensa em dezembro por pedido de vista do ministro André Mendonça. "Isso é uma das nossas prioridades. Certamente vai ser julgado nesse semestre", disse em conversa com jornalistas na noite desta quinta-feira, 27.

Os três votos apresentados até agora estabelecem níveis diferentes de responsabilidade para as redes. Gilmar, que ainda não votou, avalia que a Corte deve manter em algumas situações a exigência de decisão judicial para remoção dos conteúdos, como nos casos de crimes contra a honra e debate parlamentar, para preservar a liberdade de expressão.

"Eu posso estar no plano das críticas normais, ainda que com palavras duras e ásperas. O debate parlamentar tem a discussão sobre a imunidade. Então, é uma das exceções, quer dizer, o crime contra a honra certamente vai, mais das vezes, exigir decisão judicial. Agora, há outros casos que mundo afora estão sendo reconhecidos, como pedofilia e pornografia infantil", afirmou.

Para Gilmar, alguns temas que devem ter consenso no plenário é no caso de crimes contra o Estado de Direito, terrorismo ou incentivo ao terrorismo e situações de crimes que podem ser identificados de forma mais objetiva, como venda de drogas. Nesses casos, o ministro acredita que a Corte vai estabelecer um regime de responsabilização mais duro.

O voto de um dos relatores, Luiz Fux, propôs que as empresas sejam obrigadas a remover conteúdos com injúria, calúnia e difamação (crimes contra a honra) assim que foram notificadas. Se não removerem, as plataformas podem ser multadas.

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), já pautou o julgamento em que o plenário vai decidir se confirma a decisão do ministro Flávio Dino que aprovou o plano apresentado pelo Congresso para a indicação das emendas parlamentares, destravando os recursos.

A votação será no plenário virtual. Nessa modalidade, não há debate entre os ministros. Os votos são registrados em uma plataforma online. O julgamento terá início nesta sexta-feira, às 0h, e se estende pelo carnaval, até o dia 5 de março.

O processo foi pautado com urgência a pedido de Flávio Dino. O ministro pediu uma sessão extraordinária para os colegas se posicionarem sobre o tema, já que sua decisão monocrática teve efeito imediato. Dessa forma, a decisão final será do colegiado.

Em decisão na quarta-feira, 26, Dino homologou o plano de trabalho apresentado pelo Executivo e pelo Legislativo para dar mais transparência e rastreabilidade às emendas parlamentares. Ele também liberou parcialmente o pagamento dos recursos.

O ministro afirmou na decisão que os questionamentos formulados por ele foram respondidos "com a indicação das medidas executadas e a demonstração do planejamento de ações futuras". Entre os principais resultados mencionados, ele cita a reformulação do Portal da Transparência, a abertura de contas específicas para transferências fundo a fundo de recursos para a saúde e a realização de auditorias pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) apresentou nesta quinta-feira, 27, um projeto de lei para impedir a entrada de estrangeiros que atentem contra instituições e autoridades brasileiras. O parlamentar justificou a proposta citando a decisão do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, que aprovou um projeto que barra a entrada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no país.

Para o deputado, a medida representa uma "ameaça direta à soberania brasileira e à liberdade de expressão no país". "Torna-se, assim, indispensável estabelecer mecanismos baseados no princípio da reciprocidade de modo que se responda proporcionalmente a atos legislativos de outros países que, em essência, possam constituir afronta à independência e à autoridade das nossas instituições", escreveu.

O projeto altera a Lei de Migração, incluindo um parágrafo na legislação sancionada em 2017 no País. "A proposta visa salvaguardar a integridade institucional dos Três Poderes brasileiros e proteger a soberania do Estado diante de ações estrangeiras que venham a limitar, de modo unilateral e punitivo, a livre circulação de magistrados, parlamentares e outros em virtude de decisões que proferem no exercício de suas funções", explica Paulinho da Força.

Para passar a vigorar, o texto precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados, pelo Senado Federal e então, sancionado pelo presidente Lula.

O projeto que impede a entrada de Moraes nos Estados Unidos foi apresentado em setembro do ano passado, depois da rede social X ter sido bloqueada no Brasil por determinação do ministro, ao não cumprir exigências previstas na legislação brasileira para operar no País. Nesta quarta-feira, 26, o Comitê da Câmara dos Estados Unidos, que possui atuação semelhante à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara brasileira, aprovou o projeto.

O dispositivo "No Censors on our Shores Act" (Sem Censura em nosso Território), prevê que autoridades estrangeiras que atuarem contra a liberdade de expressão de cidadãos americanos sejam impedidas de entrar nos Estados Unidos ou possam ser deportadas.

Moraes fez um discurso nesta quinta-feira, 27, em defesa da soberania do Brasil e contra o "imperialismo". Deixamos de ser colônia em 7 de setembro de 1822 e com coragem estamos construindo uma república independente e cada vez melhor", afirmou na sessão.