Candidato republicano da Carolina do Norte deixa comentários perturbadores em site pornô

Internacional
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O candidato republicano na Carolina do Norte, Mark Robinson, fez a série de comentários perturbadores em um site pornografia ao longo dos últimos dez anos, noticiou uma reportagem da CNN nesta quinta-feira, 19. Em um deles, Robinson se apelida de "negro nazista" e expressou apoio a volta da escravidão.

Segundo a reportagem, o republicano, atual vice-governador da Carolina do Norte e um dos membros do Make America Great Again (MAGA), costumava assistir vídeos de pornografia transgênero. Publicamente, Robinson adota uma retórica contra as pessoas trans.

Os comentários, que o vice-governador negou ter feito, são anteriores à entrada dele na política e no cargo atual. A CNN afirma que identificou o republicano ao comparar os detalhes biográficos do usuário que fez os comentários com o dele e descobrir que o e-mail cadastrado era o mesmo utilizado pelo político em diversos sites.

O usuário atribuído a Robinson, apelidado de "minisoldr", também se chamou de "pervertido" em um dos comentários. Segundo a CNN, era costume do político utilizar esse apelido online, em redes sociais como o Twitter, o Pinterest e em sites como o YouTube.

Os comentários foram feitos entre 2008 e 2012 no site "Nude Africa", que tem espaço para comentários. O perfil do usuário "minisoldr" foi cadastrado com o nome completo do vice-governador, informou o canal americano.

Muitos dos comentários contrastam com suas posições públicas sobre questões como o aborto e direitos transgêneros. Em um dos vídeos, Mark Robinson escreveu que gostava de assistir pornô entre travestis e mulheres cisgênero. "Isso é muito excitante", escreveu. "E sim, eu também sou um pervertido".

O republicano, que foi o primeiro vice-governador negro da história da Carolina do Norte e chegou a ser chamado de "Martin Luther King Jr. com esteroides" por Donald Trump, também fez comentários contra o ativista e chegou a ser chamado de "supremacista branco" por um outro usuário. "Tirem esse comunista desgraçado do National Mall!", escreveu se referindo ao memorial a King em Washington.

A repercussão do caso pode atrapalhar ainda mais os planos republicanos na Carolina do Norte, um Estado-pêndulo (com alternância de vencedor) na eleição dos EUA. Desde o início da campanha eleitoral, a figura controversa do candidato, que se considera "mais trumpista do que Trump", tem favorecido a candidatura democrata.

A resposta da campanha de Trump sobre a reportagem da CNN não mencionou Robinson. "A campanha do presidente Trump está focada em ganhar a Casa Branca e salvar este país. A Carolina do Norte é uma parte vital desse plano", disse Karoline Leavitt, porta-voz da campanha.

Ao negar os comentários, Mark Robinson acusou o oponente democrata, Josh Stein, de ter criado a história, mas não ofereceu nenhuma evidência. "As coisas que você vai ler nessa história não são palavras de Mark Robinson", disse em um vídeo publicado um pouco antes da reportagem ir ao ar.

Histórico contraditório

Os comentários, caso confirmados, fazem parte de uma série contradições que Mark Robinson é envolvido. Em 2020, por exemplo, ele foi eleito vice-governador em 2020 com uma retórica contrária a legalização do aborto nos EUA, mas dois anos depois revelou que pagou para a esposa fazer o procedimento na década de 1980.

Robinson também negou a existência do Holocausto, chamou membros da comunidade LGBT de "sujos", pediu a prisão de mulheres transexuais que usassem o banheiro feminino e disse que gostaria de voltar ao "tempo em que as mulheres não votavam". Todas essas declarações minam a candidatura atual dele e dão vantagem ao adversário democrata, Josh Stein.

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A notícia divulgada por um site especializado de que a seleção brasileira pode ter uma camisa vermelha como segundo uniforme na Copa do Mundo de 2026 gerou indignação em políticos bolsonaristas nas redes sociais. Eles reclamam da cor, vinculada a partidos de esquerda, em especial o PT, sobretudo em um ano eleitoral, em que os brasileiros vão às urnas para escolher o presidente e governadores de Estado.

De acordo com o site Footy Headlines que é referência em "vazar" camisas de clubes e seleções antes do lançamento, a camisa vermelha substituiria a azul, tradicional número 2 da seleção brasileira, e conteria o selo da Jordan, e não da Nike, fornecedora e material esportivo do Brasil desde 1996.

Senador por Minas Gerais, Cleitinho Azevedo (Republicanos) gravou um vídeo reclamando da possibilidade e pressionando o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, a barrar a mudança.

"O que isso tem a ver com política? Tem tudo a ver com política. O ano que vem é o ano de Copa do Mundo e é um ano eleitoral. Eles já querem fazer politicagem, ideologia, acabando com uma tradição que é a camisa que é verde e amarela. Aí eu faço uma pergunta e uma provocação: cadê você, presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues? Você vai permitir isso aí? Politicagem dentro seleção brasileira?", reclamou Cleitinho, usando uma camisa amarela da seleção.

O também senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou querer crer que a notícia não seja verdadeira. "A camisa da seleção sempre foi um símbolo da nossa identidade nacional, do nosso orgulho e das nossas raízes. Sempre foi verde e amarela, as cores da nossa pátria. Mudar isso não faz qualquer sentido", criticou. "Essa tentativa não passa de mais uma investida para desfigurar aquilo que nos faz brasileiros de verdade. Nossa bandeira não é vermelha, e nunca será", completou.

O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), crítico da postura do Supremo Tribunal Federal (STF) na condução de processos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ironizou: "O juiz também será nosso? A camisa vermelha proporciona essas vantagens ..".

Já a deputada Carla Zambelli (PL-SP) questionou se a CBF não queria "colocar logo uma estrela do PT na camisa vermelha". "Pelo menos teríamos seis estrelas e poderíamos sair por aí dizendo que, finalmente, conquistamos o hexa".

 

Na sessão solene do Congresso Nacional em homenagem ao aniversário de 150 anos do Estadão, a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) enalteceu a importância do jornal para a democracia brasileira e o profissionalismo do veículo, em seu discurso no plenário. A parlamentar foi uma das autoras da proposta de realização da cerimônia, junto com o deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP).

"Homenageamos não apenas um jornal. Homenageamos um pilar da democracia brasileira. Celebramos 150 anos de resistência, de coragem, de profissionalismo, de compromisso inegociável com a verdade", declarou a senadora.

A parlamentar prosseguiu: "O Estadão não é apenas uma testemunha dos grandes momentos do nosso País. É protagonista. Esteve presente na luta pela abolição da escravidão, na defesa intransigente da República, na resistência corajosa diante da censura da ditadura militar".

Gabrilli afirmou ainda que o Estadão "sempre foi farol em tempo de trevas" e exaltou a profundidade, a análise cuidadosa e o pensamento crítico nos tempos atuais.

"Hoje, enquanto a desinformação se alastra como uma epidemia silenciosa, o jornalismo sério, ético e independente é o que nos ancora na realidade e no bom senso", declarou. "Em tempos de bolhas digitais , ataques à imprensa e guerras contra a verdade, tememos pelo que há por vir."

O presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), pretende apresentar um projeto para reduzir a pena dos envolvidos no 8 de Janeiro. O texto está sendo negociado com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e com o Supremo Tribunal Federal.

Uma das versões em negociação prevê aumento da punição para os acusados de organizar tentativas de golpe de Estado. O novo projeto busca um meio termo para aliviar as penas impostas pelo STF, que chegam a 17 anos de prisão, mas assegurar que eventuais acusados de orquestrar o rompimento da ordem democrática tenham punições mais severas.

Como revelou a Coluna do Estadão no início do mês, o presidente da Câmara procurou o presidente Lula e ministros do Supremo com o objetivo de construir um acordo para revisão das penas dos condenados pelo 8/1, com o intuito de pacificar o País.

O projeto que já tramita na Câmara e é defendido pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, concede anistia total aos envolvidos no 8 de Janeiro. Parlamentares que apoiam o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sustentam que esse texto ainda pode beneficiar também o ex-presidente que virou réu por tentativa de golpe de Estado em processo que tramita no STF.

Para assegurar que a nova proposta possa tramitar de maneira mais rápida e consiga aderência dos mais variados partidos, o texto deve ser apresentado formalmente pelo próprio Alcolumbre.

O texto em gestação pode reduzir em até 2/3 a pena de pessoas que foram levadas a participar de atos em relação à punição de quem organizou ou estimulou a ação golpista. Outra ideia na mesa prevê deixar de considerar os crimes de abolição do Estado democrático e tentativa de golpe como crimes separados. Um deles passaria a ser crime antecedente. Com isso, as penas não se somariam, o que levaria à redução da punição definida na sentença.

Ministros do STF têm sido refratários à concessão de anistia para livrar da condenação todos que já têm sentença aprovada pela maioria da Corte. Em entrevista ao jornal O Globo, o presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, defendeu as penas que foram aplicadas.

"O Supremo aplicou a legislação editada pelo Congresso nos julgamentos do 8 de Janeiro. A solução para quem acha que as penas foram excessivas é uma mudança na lei. Não acho que seja o caso de anistia, porque anistia significa perdão. E o que aconteceu é imperdoável", disse Barroso.

Na Câmara, o partido de Bolsonaro tenta angariar apoios ao requerimento para forçar votação em regime de urgência ao projeto de anistia total. A legenda apresentou uma lista de 262 apoios à urgência.

Segundo Placar da Anistia do Estadão, pelo menos 207 dos 513 deputados dizem endossar a anistia aos presos do 8 de Janeiro.

Nos últimos dias, o presidente da Câmara tem resistido à pressão do PL. Em reunião com os líderes da Casa legislativa, ele obteve adesão das lideranças para adiar a apreciação do tema. "Já há uma sinalização, dos líderes que pediram o adiamento, que o diálogo entre os partidos pode avançar para uma solução", disse Motta.