Israel faz homenagem às vítimas do Hamas e envia mais tropas ao Líbano

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No dia em que prestou homenagem às vítimas do ataque do Hamas, Israel deu sinais de que a guerra, que completou um ano nesta segunda-feira, 7, está longe do fim. O Exército enviou mais tropas ao Líbano, iniciou uma ofensiva por mar e isolou áreas na fronteira, que serão transformadas em zonas militares. Os sinais enviados pelo governo israelense são de que uma trégua parece cada vez mais distante.

Em discurso na TV, o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, prometeu cumprir os objetivos da guerra, que qualificou como uma "missão sagrada". "Enquanto o inimigo ameaçar nossa existência e a paz de nosso país, continuaremos a lutar", disse. "Não vamos parar até concluir a missão."

O Exército de Israel enviou ontem sua terceira divisão para o sul do Líbano. Analistas estimam que cerca de 10 mil soldados estejam agora lutando contra o Hezbollah, o que coloca em xeque a noção de que a ofensiva militar seria uma "invasão limitada", como foi relatado no início dos combates.

As forças israelenses afirmam que o objetivo é afastar o Hezbollah o máximo possível para longe da fronteira e interromper os ataques com mísseis ao norte de Israel. Beirute também foi bombardeada ontem, principalmente Dahiya, área muito povoada ao sul da capital, reduto do Hezbollah - 22 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas.

Fuga

Um dos ataques de ontem atingiu um quartel de bombeiros no sul do Líbano e matou pelo menos 10 homens que se preparavam para sair em serviço. O governo libanês disse que o ataque era um crime de guerra. No total, mais de 2 mil pessoas morreram no Líbano em um ano de guerra, a maioria nas últimas três semanas - mais de 100 mil ficaram feridas.

O aumento das operações israelenses despovoou cidades inteiras no sul do Líbano. Segundo o Programa Mundial de Alimentos, a maioria dos moradores da cidade costeira de Tiro, que chegou a ter 200 mil habitantes, fugiu. A ONU estima que 1,2 milhão de libaneses foram forçados a deixar suas casas, o que significa mais de 20% da população.

Os combates são intensos também em Gaza. Ontem, novos foguetes foram disparados contra Israel da cidade de Khan Younis. Os projéteis foram interceptados, e Israel disse que os lançadores foram destruídos por caças.

Horas depois, as sirenes soaram em Tel-Aviv por causa de cinco foguetes disparados do enclave palestino. Pelo menos dois conseguiram romper as defesas aéreas de Israel, atingindo o leste da cidade. Duas mulheres ficaram levemente feridas por estilhaços.

Minuto de silêncio

As homenagens às 1,2 mil vítimas do atentado de 7 de outubro de 2023 começaram em Re'im, local do massacre do festival de música Nova, onde uma multidão observou um minuto de silêncio às 6h29, hora do início do ataque do Hamas. O lugar permanece praticamente intacto, com veículos queimados, tendas, sacos-cama e roupas espalhadas pelo campo.

Outras manifestações foram realizadas em Tel-Aviv e Nir Oz, kibutz onde 30 habitantes morreram e mais de 70 foram feitos reféns. Vigílias foram realizadas em várias partes do país. Algumas famílias dos sequestrados se concentraram diante da residência oficial do premiê Binyamin Netanyahu, em Jerusalém, para protestar contra o governo. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou neste sábado, 8, a advogada Verônica Abdalla Sterman para uma cadeira no Superior Tribunal Militar (STM). A indicação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), no Dia Internacional da Mulher.

A advogada precisa ser sabatinada pelo Senado e ter o nome aprovado pela Casa para assumir a vaga no tribunal superior responsável por julgar crimes militares.

Caso tenha o nome chancelado, Verônica Sterman assumirá cadeira na Corte destinada à advocacia que será aberta em abril, com a aposentadoria do ministro José Coêlho Ferreira, atual vice-presidente do tribunal.

O nome de Verônica Sterman era defendido pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e pela nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

A advogada defendeu Gleisi e o ex-marido dela, o ex-ministro Paulo Bernardo, em casos da Operação Lava Jato.

A petista fez uma publicação no Instagram sobre a nomeação da advogada. "Parabéns Verônica! Parabéns presidente", escreveu Gleisi na rede social, neste sábado.

Pressão

A indicação para a vaga é de livre escolha do presidente da República, desde que requisitos sejam cumpridos, como ter mais de 35 anos de idade e notável saber jurídico. Lula, contudo, era pressionado para escolher uma mulher.

Publicamente, a ministra Maria Elizabeth Rocha, que assumirá a presidência do STM na próxima quarta-feira, fez um apelo ao presidente.

"Estou aqui clamando ao presidente para que eu tenha uma companheira que possa, junto comigo, defender as questões de gênero. Muitas vezes, por eu ser a única na Corte, minha voz é pouco ouvida. Mas não me rendo à homogeneidade", declarou a ministra durante entrevista à CNN Brasil no último dia 1.º.

Se for aprovada pelos senadores, Verônica Sterman será a segunda mulher nomeada ministra da Corte superior.

Maria Elizabeth Rocha foi a primeira ministra indicada para o STM desde 1808, quando o tribunal foi criado por d. João VI. Ela também foi nomeada por Lula, em 2007, para a vaga destinada à advocacia.

Preterida

Verônica Sterman é formada em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com mestrado em Direito Penal pela Universidade de São Paulo (USP). Aos 40 anos, é sócia do escritório da Abdalla Sterman Advogados.

Em agosto do ano passado, a advogada foi preterida por Lula na indicação para uma vaga no Tribunal Regional Federal da 3.ª Região (TRF-3). Na ocasião, ele escolheu Marcos Moreira, apadrinhado de Luiz Marinho, ministro do Trabalho.

Lula é alvo e críticas por priorizar homens nas indicações para os tribunais superiores. Neste terceiro mandato, por exemplo, o petista escolheu Cristiano Zanin e Flávio Dino para cadeiras no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em um vídeo publicado no Instagram, o presidente disse esperar que a Corte tenha compreensão para diferenciar o que é crime militar do que é crime comum.

"Eu tenho certeza de que você e a Maria Elizabeth vão mudar a história do STM. Um STM que tenha a compreensão do que é crime militar e do que é crime comum. Eu acho que vai ser bom para a sociedade, para o STM e para as mulheres", afirmou o petista, ao lado da advogada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo informou neste sábado, 8, que atualmente o total 45,6% dos servidores federais ativos são mulheres, um aumento de 3,21% em relação a 2022. Em ponto porcentual, o aumento foi de 0,8 p.p.

Até o início de 2025, eram 261,4 mil servidoras, do total de 572,8 mil ativos.

Os dados foram compilados pelo Observatório de Pessoal do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI).

Já entre os cargos de direção e assessoramento criados pelo atual governo, 76% são ocupados por mulheres, segundo o estudo, em um total de 1,2 mil postos criados.

Essas ocupações estão incluindo coordenadorias-gerais, diretorias, assessorias especiais, secretarias e equivalentes. No geral, há 11,4 mil funcionários no setor público nesses cargos, sendo apenas 39,2% ocupados por mulheres.

Com voto da ministra Carmén Lúcia neste sábado, 8, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar réus os deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA) e Pastor Gil (PL-MA), além do suplente de deputado Bosco Costa (PL-SE), por corrupção pelo uso indevido de emendas parlamentares.

Além de Cármen Lúcia, os ministros Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, que é relator do caso, também votaram a favor de aceitar a denúncia ofertada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta que o trio cobrava uma propina de 25% dos recursos destinados para o município de São José de Ribamar, na Região Metropolitana de São Luís, capital maranhense.

Os parlamentares negam irregularidades no direcionamento dos recursos. As defesas pediram ao STF a rejeição da denúncia por falta de provas.

Os ministros Flávio Dino e Luiz Fux, que completam a Primeira Turma, ainda não apresentaram seus votos. O julgamento corre até o dia 11 de março no plenário virtual do STF.

Segundo a denúncia da PGR, baseada em investigação da Polícia Federal (PF), os três parlamentares teriam pedido propina de R$ 1,66 milhão em troca de R$ 6,67 milhões destinados ao município na área da saúde.

Entre as provas coletadas pela PF, estão conversas em que os deputados mencionam reuniões para cobrar pagamento de comissões, além da organização de agendas com autoridades do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os nomes dos três deputados foram antecipados em outubro do ano passado pelo Estadão.

Na época, foi revelado que a PF encontrou, no celular de Maranhãozinho, uma troca de mensagens com os outros dois deputados e também com o empresário Josival Cavalcanti da Silva, o Pacovan, sobre a negociação de emendas para o município.

A investigação que levou à denúncia dos parlamentares é um desdobramento de uma operação iniciada no Maranhão em dezembro de 2020.

Na ocasião, um prefeito do Estado denunciou à PF que Pacovan cobrava propina e dizia que atuava para parlamentares.

A PF apreendeu, entre os papéis desse investigado, uma lista com nomes dos parlamentares denunciados.