Biden alerta que Milton pode ser pior furacão a atingir Flórida em 100 anos

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Milhões de moradores em fuga causaram engarrafamentos gigantescos nesta terça, 8, em estradas da Flórida e esgotaram as bombas de combustível a caminho de um local mais seguro, em um êxodo que pode ser um dos maiores na história do Estado antes da chegada do furacão Milton, previsto para a madrugada desta quarta-feira, 9. A tempestade cresceu e se tornou uma das mais potentes já registradas. Segundo o presidente, Joe Biden, será o "pior furacão a atingir a Flórida em 100 anos".

O Milton atingiu a categoria máxima - 5 - na segunda-feira, 7, com ventos de até 290 quilômetros por hora. Ontem, chegou a perder força, caindo para a categoria 4, com ventos de 265 quilômetros por hora, mas no fim do dia voltou a se fortalecer e foi reclassificado como categoria 5.

Ele deve tocar o solo na região da Baía de Tampa, na Flórida, nas primeiras horas de amanhã. Todos, desde autoridades locais até o presidente, pediram ontem que os residentes vulneráveis deixem a região, uma área metropolitana de cerca de 3 milhões de habitantes que não sofre um impacto direto de um furacão há mais de um século.

Até a manhã de ontem, 11 condados haviam emitido ordens de saída obrigatória ou voluntária para cerca de 5,5 milhões de moradores de áreas costeiras e de baixa altitude no Estado, segundo a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês). O número de condados e pessoas em áreas de retirada aumentou ao logo do dia de ontem.

É a segunda vez em menos de duas semanas que a Flórida é atingida por um furacão, após a passagem do Helene, que deixou 230 mortos em vários Estados do sudeste americano. O Milton é a tempestade mais forte no Golfo do México desde 2005.

Alertas

Na Casa Branca, Biden chamou o furacão Milton de "uma questão de vida ou morte" e pediu que as pessoas deixem suas casas imediatamente. O presidente conversou com o governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis, que disse ter recebido total apoio de Biden. "Tudo o que nós pedimos, o governo nos forneceu", disse DeSantis, também alertando para que os moradores se apressassem. "Se você for sair, saia agora", disse.

Em entrevista à CNN, a prefeita da cidade de Tampa, Jane Castor, foi ainda mais enfática. "Se você escolher ficar em uma das zonas de retirada, você vai morrer", disse.

Notícias falsas

Biden adiou uma viagem planejada para Alemanha e Angola por causa da tempestade. "Eu simplesmente não posso estar fora do país neste momento", disse. O democrata também falou sobre a desinformação em torno da resposta federal ao furacão Helene, espalhada pelo ex-presidente Donald Trump e outros conservadores republicanos. "Aqueles que fazem isso, o fazem para tentar prejudicar o governo", afirmou o presidente.

Autoridades do serviço de emergência em desastres emitiram vários avisos esta semana alertando que notícias falsas e rumores online sobre a resposta do governo aos furacões Helene e Milton prejudicaram os esforços para socorrer as vítimas. A diretora da Fema, Deanne Criswell, afirmou ontem que as alegações tornaram a agência alvo de críticas partidárias e colocaram vidas em risco. "É absolutamente o pior que eu já vi", disse.

Mudanças climáticas

Em uma cena que se repetia em vários lugares da Flórida, dezenas de carros formavam ontem fila em um ginásio de Tampa para pegar sacos de areia para proteção de suas casas das inundações. O especialista em furacões Michael Lowry alertou que a maré de tempestade "poderia dobrar os níveis" registrados há duas semanas durante a passagem do Helene, que já provocou grandes inundações.

Os cientistas afirmam que a mudança climática, provavelmente, desempenha um papel importante na rápida intensificação dos furacões, pois as superfícies oceânicas mais quentes liberam mais vapor d'água, o que fornece mais energia às tempestades e, consequentemente, intensifica a potência dos ventos.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) havia previsto que a temporada de furacões no Atlântico Norte (de junho a novembro) seria especialmente turbulenta este ano em razão da alta temperatura dos oceanos. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

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O engenheiro eletrônico Carlos César Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL), entregou sua defesa prévia ao Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito do golpe. A estratégia dos advogados foi apresentar o trabalho dele como técnico e, com isso, tentar descolar a auditoria feita pelo IVL de iniciativas políticas para desacreditar as urnas.

Carlos Rocha é um dos 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Os relatórios produzidos pelo IVL, sob supervisão dele, foram usados pelo PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, para questionar o resultado das eleições de 2022. O PL pediu a anulação de parte dos votos alegando mau funcionamento de alguns modelos de urnas eletrônicas.

O engenheiro afirma que prestou "serviços técnicos especializados" e que o objetivo do trabalho não era encontrar fraudes nas urnas e sim "oportunidades de aprimoramento no sistema eleitoral".

"Reitera-se que as ações desenvolvidas durante o projeto de fiscalização eleitoral objetivaram exclusivamente o aperfeiçoamento do sistema eleitoral brasileiro, sem intenção de desinformar ou manipular resultados", afirma a defesa.

"Tudo dentro da lei. Tudo dentro do compromisso ético do contrato entre o IVL e o PL de uma auditoria que fosse construtiva e colaborativa, como devem ser as auditorias. Tudo normal."

Ele disse também que "nunca mencionou a palavra 'fraude', nem nos relatórios, nem em mensagens de e-mail ou WhatsApp, nem em entrevistas".

Os advogados Melillo Dinis do Nascimento e Gladys Nascimento, que representam o engenheiro, afirmam que a PGR está "criminalizando um trabalho técnico".

"A denúncia ignora que questionamentos técnicos sobre processos eleitorais são comuns em democracias. A revisão, o debate e a fiscalização garantem a confiabilidade dos sistemas. Tratar essas atividades como conspiração deturpa os fatos e compromete a credibilidade das próprias instituições", argumentam.

A defesa de Carlos Rocha também alega que ele não tem responsabilidade pelo uso que o PL fez dos relatórios produzidos pelo IVL. O contrato de serviço dava ao partido exclusividade sobre o uso do material. Os advogados do engenheiro argumentam que a cessão "desonera totalmente o IVL e Carlos Rocha pela utilização posterior do material pelo PL, cabendo ao contratante qualquer responsabilidade por sua divulgação ou uso em quaisquer meios ou finalidades".

Outro argumento é o de que Carlos Rocha foi denunciado, mas o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, não. "Todos os relatórios (confidenciais por força contratual) foram entregues somente ao presidente do PL (Valdemar da Costa Neto), figura política e dirigente partidário responsável por sua utilização. Ele não é denunciado. O engenheiro que cuidou de conduzir uma equipe técnica o foi."

A PGR dividiu os denunciados em quatro núcleos. Carlos Rocha foi incluído no "núcleo de desinformação", formado majoritariamente por militares do governo Bolsonaro. "O único civil, que não era funcionário público, era Carlos Rocha. Não se sustenta a sua relação com este núcleo", questiona a defesa.

A defesa prévia é o conjunto de argumentos apresentado pelos acusados antes da instauração formal do processo. Serve justamente para tentar convencer os ministros a rejeitar a denúncia e, com isso, encerrar o caso sem a deflagração de uma ação penal.

A Primeira Turma do STF vai analisar as manifestações das defesas para decidir se há elementos suficientes para receber a denúncia da PGR. Pelas regras internas do Supremo, as duas turmas da Corte são responsáveis pelos julgamentos de casos criminais.

Jair Renan Bolsonaro (PL-SC), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e vereador em Balneário Camboriú, fechou na última semana um acordo com o banco Santander para quitar dívida de R$ 433,3 mil com a instituição.

A dívida diz respeito a um empréstimo pedido pela RB Eventos e Mídia, empresa de Jair Renan que já foi encerrada pela Receita Federal. Em junho de 2023, a empresa teria feito um empréstimo de R$ 291 mil com o Santander.

O valor atual da dívida é de R$ 433.360,31. Conforme o acordo fechado, Jair Renan deverá pagar R$ 409.542,14. Ele alegou não ter recursos para pagar o valor integral. Caso o pagamento não seja localizado, o processo continua a correr na Justiça. As informações são do UOL.

Jair Renan também responde por lavagem de dinheiro e falsificação de documentos. A denúncia foi feita pelo Ministério Público em março de 2024. Segundo o MP, o filho "zero quatro" do ex-presidente teria fraudado documentos para inflar o faturamento da RB Eventos e Mídia e conseguir três empréstimos bancários - entre eles o contrato de R$ 291 mil com o Santander.

Em dezembro de 2023, a dívida do vereador de SC estava em R$ 360 mil. O Santander deu entrada em uma ação para cobrar o filho do ex-presidente, a empresa de eventos e o instrutor de tiro Maciel Carvalho. O banco chegou a pedir por duas vezes à Justiça o bloqueio desse valor das contas de Jair Renan.

A primeira foi em abril do ano passado e, a segunda, em agosto, depois que ele registrou sua candidatura para o cargo de vereador em Balneário Camboriú. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou ter um patrimônio de R$ 42.069,79 em depósitos em conta corrente.

Na ocasião, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) encontrou apenas R$ 16.611,63 na conta de Jair Renan.

O Estadão entrou em contato com a defesa do vereador, mas não havia obtido retorno até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

O senador Humberto Costa (PT-PE) e o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, protagonizaram uma troca de farpas nas redes sociais nesta terça-feira, 4, motivada por um passeio de jetski do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o carnaval, em Angra dos Reis.

Bolsonaro e Malafaia publicaram um vídeo andando com o veículo no último final de semana. O senador publicou a gravação em sua conta no X (antigo Twitter), afirmando que os dois estariam se beneficiando da isenção de impostos do jetski.

"Lula luta para acabar com a fome e gerar oportunidades pro povo. Bolsonaro anda de jetski com Malafaia, aproveitando a isenção de impostos que deu a esse mimo de luxo, à custa do trabalhador. Curtem a vida à base de PIX e dízimos. Desfrute, fascista. Na cadeia, não vai ter disso", escreveu Humberto Costa. O ex-presidente zerou as alíquotas de importação para jetski em 2022. A alíquota original incidente sobre o produto era de 20%.

O pastor, no entanto, retrucou as críticas do senador, atacando o parlamentar e sua sigla. "Quem é você para acusar alguém de alguma coisa? O partido que você pertence, o PT, é responsável pela maior roubalheira de um governo na história política do Brasil. Cambada de corruptos condenados em todas as instâncias da justiça e liberados pelos amiguinhos do STF", escreveu Malafaia no X.

Bolsonaro passou o carnaval na Vila Histórica de Mambucaba, na região, onde tem uma casa. Além do pastor, o ex-presidente também se encontrou com a socialite e apresentadora Val Marchiori, e com o deputado federal Luciano Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara.