No Paquistão, 20 morrem e 7 ficam feridos em ataque a mina de carvão

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Ao menos 20 trabalhadores de uma mina de carvão foram mortos e outros sete ficaram feridos em um ataque armado na província do Baluchistão, no sudoeste do Paquistão, no início da madrugada desta sexta-feira, 11.

"Por volta da 0h30, entre 35 e 40 homens com roupas civis, fortemente armados, abriram fogo contra os trabalhadores das minas de carvão durante cerca de 30 minutos antes de fugirem", disse o chefe da polícia local, Asim Shafi, de Duki, onde ocorreu o ataque, a 225 km da capital provincial, Quetta. "Eles estavam equipados com lançadores de foguetes e granadas."

Kaleemullah Kakar, funcionário distrital, confirmou o número de mortos à AFP, acrescentando que outros sete trabalhadores ficaram feridos. O Baluchistão, vizinho do Afeganistão e do Irã, é a província mais pobre do Paquistão, apesar dos seus recursos mineiros e de gás, que os separatistas reivindicam o controle. Os separatistas realizam regularmente ataques mortais contra as forças de segurança e paquistaneses de outras províncias.

O ataque

O mais recente ataque na inquieta província de Baluchistão foi registrado dias antes de uma importante cúpula de segurança ser realizada na capital. Os homens armados invadiram o alojamento em uma mina de carvão no distrito de Duki na noite de quinta-feira, 10, reuniram os homens e abriram fogo, disse o oficial de polícia Hamayun Khan Nasir.

Ele disse que os agressores também dispararam foguetes e lançaram granadas na mina e danificaram a maquinaria antes de fugir. A maioria das vítimas era de áreas de língua pashtu, e três dos mortos e quatro dos feridos eram afegãos. Irritados com a violência, donos de lojas locais fecharam suas portas em protesto contra os assassinatos.

Nenhum grupo reivindicou imediatamente a responsabilidade pelo ataque, mas a suspeita provavelmente recairá sobre o proibido Exército de Libertação de Baluchistão, conhecido pela sigla BLA, que tem como alvo civis e forças de segurança. O grupo lançou vários ataques em agosto que mataram mais de 50 pessoas, incluindo 23 da província oriental de Punjab, que mortos após serem retiradas de ônibus, veículos e caminhões no distrito de Musakhail, no Baluchistão. As autoridades responderam matando 21 insurgentes na província.

O primeiro-ministro Shehbaz Sharif expressou sua profunda tristeza pelos assassinatos na mina de carvão e prometeu eliminar o terrorismo. Sarfraz Bugti, o chefe do governo no Baluchistão, disse que "os terroristas mais uma vez visaram trabalhadores pobres". Ele afirmou ainda que os agressores eram cruéis e tinham uma agenda para desestabilizar o Paquistão. "A morte desses trabalhadores inocentes será vingada", disse ele em um comunicado. Já o ministro do Interior, Mohsin Naqvi, disse que aqueles que mataram os trabalhadores não conseguirão escapar do alcance da lei.

A província é lar de vários grupos separatistas que querem independência. Eles acusam o governo federal em Islamabad de explorar injustamente o rico Baluchistão, que é farto em petróleo e minerais. Na segunda-feira, 7, o BLA disse que realizou um ataque a nacionais chineses fora do maior aeroporto do Paquistão. Os corpos dos dois engenheiros chineses mortos foram enviados para Pequim por um avião na noite de quinta-feira, de acordo com oficiais de segurança.

Há milhares de chineses trabalhando no país, a maioria deles envolvida na iniciativa multibilionária Rota de Pequim, proposta de rota econômica da China envolvendo investimento e desenvolvimento em países asiáticos, africanos e europeus.

Dois suspeitos ligados a um bombardeio de 2021 que matou nove chineses e quatro paquistaneses que trabalhavam em uma barragem no noroeste, foram mortos na sexta-feira no leste do Paquistão, segundo a polícia de contraterrorismo. Os agentes disseram ainda que os suspeitos morreram quando homens armados atacaram uma van transportando os suspeitos para uma prisão em Sahiwal, um distrito na província de Punjab. Nenhum oficial foi ferido no tiroteio, disse o comunicado da polícia de contraterrorismo.

A explosão no aeroporto de domingo, 6, que o Exército de Libertação de Baluchistão disse ter sido obra de um homem-bomba, levantou questões sobre a capacidade das forças paquistanesas de proteger eventos de alto perfil ou estrangeiros no país.

Islamabad sediará uma cúpula na próxima semana da Organização de Cooperação de Xangai, um grupo fundado pela China e Rússia para contrapor as alianças ocidentais. As autoridades aumentaram a segurança na capital, destacando tropas. O ministério do Interior alertou esta semana as províncias para tomar medidas adicionais, pois separatistas e o Taleban paquistanês poderiam atacar locais públicos e instalações governamentais.

Os assassinatos dos mineiros ocorreram horas depois que empresários sauditas e paquistaneses assinaram 27 acordos de investimento avaliados em US$ 2 bilhões (R$ 11,3 bilhões) em vários setores, incluindo mineração em Baluchistão. A Arábia Saudita também quer investir em Reko Diq, um distrito em Baluchistão famoso por sua riqueza mineral, incluindo ouro e cobre. O Porto de Gwadar em Baluchistão é um ponto de ancoragem no Corredor Econômico China-Paquistão, parte da iniciativa Cinturão e Rota de Pequim. O BLA pediu aos trabalhadores chineses que deixassem a província para evitar ataques. (Com agências internacionais).

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta médica na manhã deste domingo, 4, após três semanas internado no Hospital DF Star, em Brasília, por onde passou por uma cirurgia no intestino. Bolsonaro estava internado desde 13 de abril e vem se recuperando do procedimento desde então. O hospital ainda não publicou boletim médico sobre a alta.

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Bolsonaro está no hospital desde o dia 13 do mês passado, quando foi submetido a uma cirurgia que durou 12 horas para retirar aderências no intestino e reconstruir a parede abdominal. O procedimento foi realizado após ele passar mal, no dia 11, em uma agenda no interior do Rio Grande do Norte.

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Mesmo com a demissão de Lupi, congressistas defendem a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar o escândalo envolvendo os descontos indevidos.