Obama participa de comício de Kamala Harris mirando votos decisivos da Pensilvânia

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O ex-presidente americano Barack Obama participou de um comício para impulsionar a campanha de Kamala Harris na noite desta quinta-feira, 10, mirando votos decisivos nas últimas semanas da campanha presidencial. Falando enquanto a votação já estava em andamento no crucial Estado da Pensilvânia, Obama reformulou seu antigo grito de campanha, "Sim, nós podemos", para "Sim, ela Pode".

Obama fez várias críticas a Donald Trump, a quem descreveu como um "valentão", um "bilionário atrapalhado", uma "piada" e alguém que faz discursos como "Fidel Castro". O democrata retratou Trump como desconectado da realidade e afirmou que "não há absolutamente nenhuma evidência de que esse homem pensa em alguém além de si mesmo".

A aparição do ex-presidente na Universidade de Pittsburgh foi seu primeiro comício de campanha para Kamala, dando início a uma turnê por Estados decisivos em seu nome. Obama já havia participado de um evento de arrecadação de fundos para Kamala na Califórnia no mês passado e, em agosto, discursou na Convenção Nacional Democrata. Oito anos após deixar o poder, Obama continua sendo uma das vozes mais confiáveis do Partido Democrata para mobilizar os eleitores.

No comício, o ex-presidente destacou que os últimos anos, começando pela pandemia, têm sido difíceis para os americanos, com altos preços e outros impactos pressionando as famílias trabalhadoras. "Eu entendo por que as pessoas querem mudar as coisas. Quero dizer, eu sou o cara da esperança e mudança. Então, entendo que as pessoas estão frustradas, e podemos fazer melhor", disse Obama.

Como o primeiro presidente negro da nação, a presença de Obama em apoio a Kamala ressalta o caráter histórico de sua carreira política. Kamala, a primeira negra e de descendência sul-asiática a ocupar o cargo de vice-presidente, seria a primeira mulher a servir como presidente se eleita no próximo mês.

Obama foi um dos principais democratas que, nos bastidores, incentivaram Biden, seu ex-vice-presidente, a abandonar a corrida de 2024. Obama e Kamala são amigos há duas décadas, desde que ele concorreu ao Senado em Illinois. Ela fez campanha para ele quando ele disputou a presidência em 2008.

A Pensilvânia é um Estado que Obama venceu em suas campanhas presidenciais de 2008 e 2012, mas Trump conquistou em 2016. Biden o venceu por uma margem estreita em 2020, e o Estado promete ser um dos mais disputados nas eleições deste ano. Trump esteve na parte leste do Estado na quarta-feira para comícios consecutivos em Scranton e Reading.

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O Partido Liberal (PL) expulsou o deputado federal cearense Júnior Mano, que organizou nesta quarta-feira, 16, um encontro entre prefeitos para sinalizar apoio a Evandro Leitão, candidato petista que concorre à prefeitura de Fortaleza no segundo turno contra André Fernandes (PL).

Além do deputado e de outros 41 prefeitos, participaram do encontro o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), e o ex-governador do Estado e ministro da Educação Camilo Santana.

Nas redes sociais, Mano disse estar surpreso com a decisão. Segundo ele, sua expulsão teria sido um pedido direto do ex-presidente Jair Bolsonaro ao presidente estadual da legenda, Carmelo Neto. O deputado ressaltou seus feitos, declarou "gratidão e lealdade" a Valdemar Costa Neto, mas se posicionou oficialmente a favor do petista.

"Diante todos os fatos que tem ocorrido na capital, dessas candidaturas, eu resolvi sim tomar uma posição e apoiar o amigo Evandro Leitão. Voto no Evandro não é porque ele é do PT, não. Eu voto no Evandro porque ele é o melhor para Fortaleza. Evandro já mostrou com a sua capacidade de diálogo, sua capacidade de atender as pessoas, de atender a classe política e de atender aquelas pessoas que mais precisam. [...] Eu tenho certeza que a capital terá um grande prefeito pelos próximos quatro anos", afirmou o parlamentar.

Costa Neto, presidente do PL, disse ter conversado com o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), líder do partido na Câmara, e declarou que "era impossível acreditar no que estava vendo". "Júnior sempre foi parceiro. Parece que o André não pediu apoio a ele e por isso ele teria tomado essa decisão", afirmou.

Questionado se Mano e Fernandes teriam uma boa relação, o ex-deputado disse achar que não, mas acrescentou que isso "não é motivo para tomar uma decisão dessas". A assessoria de Júnior Mano afirmou "nunca ter percebido algo do tipo" entre os dois e disse que, caso Fernandes não tenha de fato pedido o apoio do deputado no segundo turno, ele não teria sido "muito inteligente".

Apesar de ser do partido que abriga boa parte dos políticos ligados ao bolsonarismo, Júnior Mano integra a ala governista da sigla, que tem sofrido punições internas na Câmara dos Deputados. Ele já havia sido suspenso das comissões da Casa por ter votado a favor da reestruturação ministerial.

A Justiça Eleitoral rejeitou o pedido feito pela campanha de Guilherme Boulos (PSOL) para impedir a divulgação da pesquisa Datafolha que, na semana passada, mostrou o prefeito Ricardo Nunes (MDB) à frente com 55% das intenções de voto, contra 33% do psolista. De acordo com o juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, não foram encontrados "deficiência técnica ou indício de manipulação".

Na decisão divulgada nesta quinta-feira, 17, o juiz pediu ainda que o Ministério Público Eleitoral se manifeste e que o Datafolha apresente a defesa no processo. "A pesquisa já foi divulgada em 10 de outubro, e a liminar almejada é demasiadamente drástica. Mais razoável que a análise seja realizada sob o crivo do contraditório, após a defesa do requerido e a oitiva do Ministério Público Eleitoral. Talvez seja necessária inclusive eventual prova pericial", escreveu Colombini.

A campanha de Boulos havia pedido ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que o Datafolha prestasse esclarecimentos sobre a pesquisa realizada nos dias 8 e 9 de outubro, alegando que o instituto "não informou alterações realizadas fora do registro no TSE".

A equipe do psolista acredita que as alterações citadas teriam beneficiado Nunes. Segundo a campanha, as ponderações utilizadas pelo instituto não haviam sido informadas ao TSE. No pedido, a campanha destacou "uma diferença de 11,5 pontos percentuais entre o resultado direto dos questionários e aquele divulgado ao público, apresentando cenário que não condiz com a realidade dos dados colhidos ao eleitorado".

Para a campanha, o instituto não detalhou todos os usos de ponderação ao TSE. "A pesquisa Datafolha registrada no TSE previa este tipo de ponderação, mas apenas para as informações de gênero, idade e escolaridade".

O instituto utilizou a ponderação sobre em quem os eleitores votaram no primeiro turno das eleições e em quem votariam no segundo nas respostas dos entrevistados que haviam escolhido Pablo Marçal (PRTB). No levantamento contestado pela campanha psolista, 84% dos eleitores que afirmaram ter votado em Marçal no primeiro turno tendiam a votar em Nunes, enquanto Boulos ficou com apenas 4% desse eleitorado.

A mais recente pesquisa do Datafolha sobre a eleição paulistana, divulgada na última quinta, 17, traz o atual prefeito com 51% e o deputado federal com os mesmos 33% do levantamento anterior.

O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, se tornou alvo de duas novas acusações de assédio sexual. As denúncias foram feitas à Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP), que apura os casos.

Almeida foi demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em setembro, quando a ONG Mee Too disse ter recebido relatos de que ele assediou mulheres durante o exercício do cargo. Entre as vítimas está a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco.

As novas denúncias foram reveladas pela Folha de S.Paulo e confirmadas pelo Estadão, que procurou a Casa Civil, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. O julgamento caberá às conselheiras Caroline Proner e Vera Karam de Chueiri.

A pena cabível é a de censura ética, já que Almeida não integra mais a administração pública federal. Esta sanção faz com que a conduta inadequada do servidor fique registrada em consultas funcionais por três anos.

O ex-ministro já é alvo de um processo no âmbito da CEP, aberto pelo governo após sua demissão. Anielle disse publicamente ter sofrido importunação sexual e, à PF, relatou que as abordagens de Almeida chegaram à forma de contato físico. Silvio Almeida tem negado as acusações e se diz vítima de perseguição.

Ele foi anunciado ministro dos Direitos Humanos em dezembro de 2022 e chegou chancelado por seu currículo acadêmico, atuação como advogado e militância contra o racismo.