Trump defende ampliar uso doméstico das forças armadas, apesar de conflitos no exterior

Internacional
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O ex-presidente dos EUA e candidato republicado à Casa Branca, Donald Trump, tem dado maior impulso à pauta anti-imigração, inclusive, com uso das forças armadas norte-americanas a medida que a campanha chega na reta final.

Na última sexta-feira (11) no Colorado, ele descreveu a cidade de Aurora como uma "zona de guerra" controlada por gangues venezuelanas, embora as autoridades digam que era um único quarteirão do subúrbio de Denver que tenha sido alvo de grupos com essa característica e que a área está segura novamente. "Eu vou resgatar Aurora e todas as cidades que foram invadidas e conquistadas", disse Trump no comício. "Vamos colocar esses criminosos vis e sanguinários na prisão ou expulsá-los do nosso país", completou.

O ex-presidente e seus conselheiros planejam mudar as prioridades e recursos militares, mesmo diante da escala de conflitos na Europa e no Oriente Médio. A principal plataforma de Trump nesta frente, conhecida como Agenda 47, visa medidas duras na fronteira EUA-México, que incluem trazer tropas hoje alocadas no exterior para a região e fazer com que a Marinha aborde e inspecione navios numa espécie de "bloqueio". O republicano também tem dito que usará a Guarda Nacional e possivelmente o Exército como parte da operação para deportar milhões de imigrantes que não têm status legal permanente.

A retirada de tropas que estão em ações internacionais divide o próprio partido: enquanto parte da sigla apoia as iniciativas, outra defende a manutenção da atuação dos EUA como agente relevante da política externa global. Outro objeto de atenção é o uso das forças militares para fins próprios. Com uma campanha marcada por ameaças e um atentado a tiros, os assessores de Trump pediram que aeronaves militares o transportassem em meio a preocupações crescentes com ameaças do Irã. A solicitação é considerada incomum.

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O diretório do PT em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, acionou o Ministério Público Eleitoral nesta terça-feira, 15, contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) por propaganda caluniosa e difamatória contra a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que concorre pelo partido à prefeitura da capital gaúcha.

Em um evento de campanha do prefeito Sebastião Melo (MDB) na segunda-feira, 14, a ex-primeira-dama, representando seu partido, acusou o PT de ser uma "facção", "querer roubar" e possuir "insanidade mental".

O Código Eleitoral prevê detenção de seis meses a dois anos para a prática de calúnia. A difamação, por sua vez, é punida com detenção de três meses a um ano. Nos dois casos, também está previsto pagamento de multa. O MP Eleitoral pode acolher representação do partido e investigar o tema ou não.

A assessoria de Michelle Bolsonaro, que preside a ala feminina do PL, foi procurada para comentar o caso, mas não havia dado uma resposta à reportagem do Estadão até a publicação deste texto. O espaço segue aberto.

"A gente não pode aceitar o partido das trevas, (Sebastião) Melo. A gente sabe que aonde tem o PT tem fome, tem desgraça, tem mentira, tem insanidade mental, porque não é possível ser só maldade", disse Michelle, dirigindo-se ao emedebista, que concorre à reeleição em segundo turno contra a candidata do PT. "É uma facção, são mentirosos, são cruéis, querem roubar."

A representação do PT porto-alegrense ao Ministério Público Eleitoral é assinada pela deputada estadual Laura Sito, presidente do diretório do partido na capital gaúcha.

"A acusação é infundada e ofensiva, atentando contra a honra objetiva do partido e contra a candidatura opositora", diz o documento. Segundo a representação, o Código Eleitoral restringe a propaganda eleitoral caluniosa e difamatória.

"Porto Alegre é uma capital historicamente identificada com valores democráticos. Esse tipo de rebaixamento político nunca foi visto em eleições passadas", afirmou Laura Sito ao Estadão.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou pela primeira vez nesta quarta-feira, 16, o novo heliponto do Palácio do Planalto. A estrutura estava parada havia 14 anos, segundo o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Republica. Uma reforma de cerca de R$ 770 mil foi feita para o heliponto voltar a funcionar.

O carro de Lula saiu da garagem do Planalto e chegou a poucos metros do helicóptero que o esperava no local às 13h20. Começou a chover quase ao mesmo tempo em que o presidente e a primeira-dama, Janja Lula da Silva, embarcaram. O procedimento todo durou cerca de quatro minutos.

O petista foi da sede do governo para a Base Aérea de Brasília, de onde decola para Natal (RN).

É comum o presidente da República se deslocar de helicóptero do Palácio da Alvorada, a residência oficial, para a Base Aérea. Há um extenso gramado em frente ao prédio, onde existe uma estrutura para pousos e decolagens desse tipo de aeronave.

A primeira pesquisa Quaest sobre o segundo turno das eleições 2024 em São Paulo mostra o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), com 45% das intenções de voto. Concorrendo com ele, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) tem 33% das menções do cenário estimulado, em que os nomes da dupla são apresentados para os entrevistados.

Segundo o levantamento, 19% dos eleitores afirmaram que votariam em branco ou anulariam o voto caso o pleito fosse hoje. Outros 3% não sabem em quem votar. As entrevistas foram realizadas entre os dias 13 e 15 de outubro, período em que a capital paulista enfrenta consequências de uma forte chuva que atingiu a cidade na última sexta-feira, 11.

Sobre a escolha do voto ser definitiva ou ainda haver margem para mudança, 86% dos eleitores de Nunes já estão decididos pelo candidato, enquanto os que disseram que votarão têm Boulos tem 85% de certeza sobre a escolha.

A pesquisa Quaest, que entrevistou 1.200 eleitores paulistanos, tem margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos, índice de confiança de 95% e registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo SP-05735/2024.

Na pesquisa anterior do instituto, divulgada na véspera do primeiro turno, eventuais cenários de segundo turno foram testados entre os três candidatos melhor posicionados. Entre Nunes e Boulos, a pesquisa indicou que o atual prefeito venceria com 51% dos votos, contra 33% de Boulos.

Cenário espontâneo

No cenário espontâneo da pesquisa, o instituto perguntou se o entrevistado já decidiu em quem votar e, se sim, em quem - nessa modalidade os nomes não são fornecidos. Entre as respostas, 38% disseram que votariam em Nunes, ante 28% em Boulos. Nesse cenário, 26% disse estar indeciso, e outros 8% afirmaram que votariam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos.

Herança de votos

Entre os eleitores que votaram no ex-coach Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno, 74% afirmaram que agora votam em Nunes, enquanto 13% vota em Boulos. Já 54% do eleitorado de Tabata Amaral (PSB) diz votar no psolista, enquanto 23% preferem o atual prefeito.

Imagem do candidato

Nunes é o candidato que mais tem uma imagem positiva entre os entrevistados, com 53% das menções, ante 35% dizendo que têm uma imagem negativa do atual prefeito. Outros 7% responderam que não o conhecem, e 5% não respondeu.

A ordem é inversa para Boulos: o psolista tem 42% julgando que sua imagem é negativa, enquanto 40% afirmam que é positiva. Outros 12% dizem que não o conhecem, e 6% não souberam ou não quiseram responder.