Elon Musk já investiu mais de R$ 400 milhões na campanha de Donald Trump

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O magnata da tecnologia Elon Musk, que é a pessoa mais rica do mundo, investiu mais de US$ 70 milhões (o equivalente a R$ 400 milhões) na campanha do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e de outros republicanos, tornando-se um dos maiores doadores das eleições americanas, de acordo com informações de financiamento divulgadas nesta semana.

Desde o meio do ano, Musk fez uma doação para o America PAC, um super comitê de ação política que ele lançou em maio para ajudar Trump na disputa pela Casa Branca. Rapidamente, o bilionário se tornou um ator central no esforço eleitoral de Trump.

"O America PAC está apenas buscando o senso comum e valores centristas", disse Musk, que é o fundador da Space X e da Tesla, na última terça-feira em sua rede social X, logo após a quantia de dinheiro que ele contribuiu ser tornada pública em um registro de financiamento de campanha.

Super comitês como o America PAC de Musk podem arrecadar e gastar quantias ilimitadas de dinheiro, mas são normalmente proibidos de coordenar seus esforços com os candidatos que apoiam. Uma decisão recente da Comissão Eleitoral Federal, que regula campanhas políticas federais, permitiu que candidatos e esses grupos de grandes gastos trabalhem juntos em chamadas operações de "campo", que são os exércitos de pessoas enviados para bater de porta em porta e ajudar a mobilizar os eleitores.

Embora os candidatos e partidos políticos tradicionalmente organizem e paguem por tais esforços, a campanha de Trump tem lutado para arrecadar dinheiro este ano e recorreu a alguns grupos externos para realizar o trabalho, com o America PAC de Musk sendo o principal deles.

Mas, ao fazer isso, a campanha terceirizou uma função central para um grupo de organizações inexperientes que operam de forma independente. A decisão do governador da Flórida, Ron DeSantis, de contar com um grupo externo para fazer a campanha de porta em porta é apontada como uma das razões para o fracasso de sua candidatura presidencial.

Até agora, o America PAC gastou mais de US$ 38 milhões (R$ 215 milhões) em esforços de campanha de porta a porta, de acordo com divulgações de financiamento de campanha.

Grande parte do dinheiro do America PAC foi pago a um punhado de empresas de consultoria, incluindo várias ligadas a Phil Cox, ex-assessor de campanha presidencial de Ron DeSantis e ex-diretor executivo da Associação de Governadores Republicanos. Empresas sob o guarda-chuva das diversas companhias de Cox já receberam pelo menos US$ 21 milhões (R$ 119 milhões) desde agosto, mostram os registros.

O fato de Trump terceirizar grande parte de seus esforços para mobilizar eleitores não é a única estratégia não convencional que sua campanha adotou este ano. Sua campanha e aliados também abandonaram a abordagem tradicional de conquistar eleitores independentes ou moderados. Em vez disso, estão tentando impulsionar a participação de apoiadores de Trump que raramente votam, uma abordagem nova, mas arriscada.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, em entrevista a um portal bolsonarista, que é o candidato da direita para a Presidência da República em 2026.

A declaração de Bolsonaro, feita nesta quarta-feira, 16, rebate o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que disse, em entrevista à GloboNews no último dia 11, que os primeiros da fila para a disputa são o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Em entrevista ao portal Auri Verde Brasil, que é alinhado ao bolsonarismo, o ex-presidente se queixou de "não ser nada" no partido de Valdemar. Bolsonaro também criticou as duas decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que causaram a inelegibilidade dele até 2030.

"Eu sei que não sou nada no partido, agradeço muito ao Valdemar. Candidato para 2026 é Jair Messias Bolsonaro. Estou inelegível por quê? Por que me reuni com embaixadores? Por que subi no carro de som do pastor Malafaia?", disse Bolsonaro.

O Estadão procurou Valdemar Costa Neto, mas não havia obtido retorno até a publicação deste texto.

O ex-presidente disse também que, caso a inelegibilidade imposta pelo TSE continue em vigor no próximo pleito presidencial, ele vai "jogar a tolha" e "cuidar da vida".

"Se isso for avante e se essa inelegibilidade continuar valendo, eu jogo a toalha e não acredito mais no Brasil, no meu País, que eu tanto amo e adoro e dou a minha vida. Se isso continuar valendo, eu só tenho um caminho: cuidar da minha vida. Antes que me matem, ou façam algo pior com a minha vida", afirmou o ex-presidente.

Na entrevista à GloboNews, Valdemar disse que ainda acredita que Bolsonaro pode ser candidato em 2026 e explicou que o PL levou um projeto de lei que busca anistiar o ex-presidente no Congresso Nacional. O dirigente partidário também afirmou que o ex-chefe do Executivo é "difícil" e só o convence 10% das vezes.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), voltou a pedir na noite desta quarta-feira, 16, o rompimento do contrato do governo federal com a Enel. Ele disse que a Prefeitura tem atuado na remoção de árvores caídas e conserto de semáforos, mas ponderou que o apagão causado pela chuva de sexta-feira, 11, não é um problema municipal.

"A Prefeitura, obviamente, sempre tem que estar melhorando os seus serviços, mas o problema que nós temos é a empresa que tem a concessão do governo federal para explorar a energia na cidade de São Paulo. Tanto é que o problema não é só aqui. [Atinge] vários outros municípios, como Diadema", afirmou o candidato à reeleição em entrevista ao SPTV 2, da Rede Globo.

O prefeito disse ainda que, desde o ano passado, vem pedindo que o Ministério de Minas e Energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Tribunal de Contas da União (TCU) atuassem no sentido de rescindir o contrato com a Enel. Após o entrevistador ponderar que a atuação não resolveu o problema, Nunes respondeu: "Não conseguiu porque é uma empresa ruim. Por isso a gente precisa trocar a empresa. Não tem como ela ficar aqui".

Após o apagão, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) passou a apostar as fichas de sua campanha nos danos provocados e no desgaste do prefeito, acusando Nunes de se omitir da responsabilidade por manter a ordem urbana, com ações como poda de árvores e retirada das que caíram após a chuva.

Segundo o chefe do Executivo paulistano, na noite desta quarta-feira, cinco dias depois da tempestade, ainda há 19 árvores que aguardam a Enel desligar a energia para serem removidas das ruas e quatro semáforos defeituosos, número que ele argumenta que é "o normal no dia a dia".

Nunes também não se comprometeu a manter a tarifa de ônibus congelada em R$ 4,40, como ocorreu durante os três anos de sua gestão. "Vamos pegar o estudo no final do ano e tomar uma decisão técnica. Não vou ser irresponsável", declarou o prefeito.

As campanhas de Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) interpretaram de maneiras diferentes a pesquisa Quaest divulgada nesta quarta-feira, 16.

A equipe do deputado federal psolista mostrou otimismo em relação ao alto número de eleitores indecisos, acreditando que esse grupo pode ser decisivo para uma virada nos últimos dias antes do segundo turno. Em contrapartida, os assessores do prefeito enxergam os resultados como sinal de estabilidade, destacando que o emedebista segue na liderança.

No cenário estimulado, em que os nomes dos candidatos são apresentados, Nunes obteve 45% das intenções de voto, enquanto Boulos registrou 33%. Além disso, 19% dos eleitores afirmaram que votariam em branco ou anulariam o voto, incluindo aqueles que não pretendem comparecer às urnas. Outros 3% ainda estão indecisos.

A equipe de Nunes acredita que esses 19% de votos brancos e nulos correspondam, em grande parte, aos eleitores de Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno. Segundo integrantes da campanha, a diferença entre Nunes e Boulos na pesquisa Quaest é similar aos resultados das pesquisas internas, o que indicaria uma vantagem confortável para o atual prefeito a poucos dias do segundo turno.

Os assessores de Nunes também destacam que, apesar das tentativas de Boulos de capitalizar politicamente o apagão causado pelas fortes chuvas da sexta-feira, 11, isso não teve impacto significativo na candidatura do prefeito. As entrevistas da Quaest foram realizadas entre 12 e 15 de outubro, período em que a cidade ainda enfrentava as consequências das tempestades.

Já no cenário espontâneo, em que os nomes dos candidatos não são apresentados, 38% dos entrevistados declararam voto em Nunes, enquanto 28% escolheram Boulos. Além disso, 26% disseram estar indecisos, e 8% afirmaram que votariam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos.

A campanha de Guilherme Boulos destacou o elevado número de eleitores indecisos na pesquisa espontânea, afirmando que "esse percentual pode ser decisivo para construir a virada".

A equipe do PSOL também ressaltou que as pesquisas mais recentes indicam uma diminuição na diferença entre Boulos e Nunes. Embora essa seja a primeira pesquisa Quaest do segundo turno, a última sondagem realizada pelo instituto na véspera do primeiro turno simulou um confronto entre os dois candidatos; nesse cenário, Nunes venceria com 51% dos votos, contra 33% de Boulos.

A pesquisa Quaest entrevistou 1.200 eleitores em São Paulo, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, índice de confiança de 95% e registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo SP-05735/2024.