Cinema Nacional: políticas culturais e iniciativas de acesso impulsionam o setor audiovisual

Com o sucesso de produções brasileiras e investimentos por meio de políticas culturais de fomento, o cinema brasileiro vive um momento de expansão e democratização de seu acesso. O crescimento de salas de cinema no Brasil, alcançando o maior patamar da série histórica e reafirmando a trajetória de crescimento e atualização tecnológica no país, é outro marco da história recente do país. De acordo com o gráfico do Painel de Complexos e Salas de Exibição do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual (OCA), em 2024, atualmente são 3.481 cinemas em funcionamento em todos os 26 estados do país e no Distrito Federal. O maior número já registrado na série histórica.

O impacto dessas ações reflete diretamente no público das produções nacionais. Em 2024, o número de espectadores de filmes brasileiros dobrou, consolidando a valorização da identidade cultural e o interesse por histórias locais.

Entre os destaques, o longa Ainda Estou Aqui, estrelado por Fernanda Torres, ganhou reconhecimento internacional, ampliando a visibilidade após vencer o Globo de Ouro e receber três indicações ao Oscar, nas categorias melhor atriz, melhor filme estrangeiro e melhor filme.

Segundo o Painel Indicadores do Mercado de Exibição da Agência Nacional de Cinema (Ancine), o longa-metragem liderou as bilheterias dos cinemas brasileiros com mais de 2,9 milhões de espectadores.

Semana do Cinema 2025

Em sua sexta edição, a Semana do Cinema, que iniciará nesta quinta-feira,6, e vai até o dia 12 de fevereiro de 2025, é um exemplo também desse movimento e reforça o compromisso com a democratização do acesso à cultura.

Durante o período, os ingressos serão vendidos por apenas R$ 10, permitindo que um público ainda maior possa frequentar as salas de cinema e prestigiar tanto produções nacionais quanto internacionais.

Segundo a secretária do Audiovisual (SAV) do Ministério da Cultura, Joelma Gonzaga, trata-se de um passo importante para democratizar o acesso à as salas de cinema e fortalecer a relação do público com o audiovisual brasileiro. “Estamos trabalhando para que iniciativas como essa aconteçam também no âmbito da esfera pública, para que tenhamos salas de cinemas cheias e grande oferta da produção nacional permanentemente”, afirma.

Além do preço acessível, a iniciativa fortalece a indústria audiovisual, além do acesso à cultura e ao entretenimento. A bacharela em direito, Keysse Dayane de Sousa, entusiasta do cinema, destaca a importância da iniciativa: “Reduzir o preço de ingressos é uma forma de democratizar o acesso à cultura e lazer. Conheço pessoas adultas que nunca foram ao cinema. É uma boa oportunidade para a família e amigos prestigiarem o cinema brasileiro. Eu irei com minha mãe assistir Luiz Melodia e tirarei um dia para levar minhas irmãs pequenas”, conta.

Lúcio Otoni, presidente da Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (Feneec) fala sobre a expectativa do projeto.

“Quando criamos a campanha, em 2022, sabíamos do potencial que ela tinha, mas levar mais de 15 milhões de pessoas aos cinemas em apenas cinco edições foi além das expectativas. Para a primeira edição de 2025, decidimos reduzir ainda mais o preço dos ingressos, incentivando a participação dos cinéfilos de todo o Brasil”, explica o presidente da Feneec.

A promoção contempla todas as sessões e horários, incluindo finais de semana, com exceção de pré-estreias e exibições especiais. A programação diversificada traz longas nacionais e internacionais para atender a diferentes perfis de público.