Museu da Imigração destaca design e evolução do café espresso em nova exposição internacional

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Após sua passagem pelo Museu do Café, em Santos, a mostra chega à capital paulista, onde ficará em exibição de 21 de fevereiro a 26 de maio de 2025

 

A paixão italiana pelo café espresso é o tema de uma nova exposição que aborda a evolução do design e da tecnologia dos artefatos de café, relacionando os itens à imigração italiana para o Brasil. Organizada pela IMF Foundation e EP Studio, com realização do Consulado Geral da Itália em São Paulo, do Museu do Café e do Museu da Imigração – instituições da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo – além de patrocínio da illycaffè, do próprio Consulado e da Cooxupé - Cooperativa Regional dos Cafeicultores de Guaxupé, Passione italiana: l'arte dell'espresso reúne 60 máquinas para uso doméstico e profissional, além de conjuntos de café e xícaras.

 

Em cartaz a partir de 21 de fevereiro, fechando o período que celebra os 150 anos de imigração italiana no Brasill, a exposição tem curadoria de Elisabetta Pisu e se desenvolve em dois núcleos que constroem uma narrativa rica em detalhes sobre a trajetória do grão. Um roteiro histórico apresenta inovações ligadas às máquinas e aos hábitos de consumo do café, transformados pela engenhosidade de pessoas e empresas que, com incessante pesquisa, atuaram para elevar a qualidade da bebida, melhorar seu sabor e aroma e otimizar a produção.

 

Além dessa perspectiva, a exposição traz insights sobre o significado social de uma das bebidas mais consumidas no mundo por meio dos lugares, rituais domésticos e designers que influenciaram os costumes e o imaginário coletivo, como as cafeterias históricas na Itália; o estilo de vida italiano; a evolução estética da panela moka; a cafeteira napolitana e Riccardo Dalisi; o projeto de Aldo Rossi unindo arquitetura e paisagismo doméstico; o ritual do café em casa e o conjunto Tea & Coffee Piazza and Towers, da marca Alessi.

 

Outro ponto destacado é o desenvolvimento tecnológico do setor com históricas máquinas de café, provenientes do acervo do MUMAC - Museo della Macchina per Caffè di Cimbali Group. Entre os modelos, o Snider Insuperabile, um exemplo de máquina de coluna de vapor produzida em 1920 e a Gaggia Tipo Spagna, invenção revolucionária que permitia uma camada cremosa no topo da bebida.

 

Passione italiana: l'arte dell'espresso ganha ainda mais relevância por sua conexão com a imigração italiana para o Brasil, um dos fatores responsáveis pela grande popularização da bebida no país. Hoje, a Itália ocupa a terceira posição na importação de café brasileiro, o que significa que o grão proveniente do Brasil é a base da maioria dos blends de espresso preparados diariamente por mais de mil torrefadores italianos.

 

"O desenvolvimento da cafeicultura brasileira está intimamente associado ao fenômeno da migração italiana para o Brasil", explica Domenico Fornara, cônsul-geral da Itália em São Paulo. "Um milhão e meio de italianos desembarcaram em território brasileiro a partir de 1870 e passaram a trabalhar principalmente nas empresas dos produtores de café. Foi graças à contribuição inestimável da mão de obra italiana que o café, símbolo nacional tipicamente italiano, se tornou um elemento de ligação permanente entre dois povos e duas culturas", finaliza.

 

A cerimônia de inauguração, aberta ao público, será realizada em 21 de fevereiro às 19h30, e contará com um pocket show da cantora italiana Mafalda Minnozzi.

 

Programação especial

Em consonância com as celebrações do Dia Nacional do Imigrante Italiano e a inauguração da exposição, o MI promoverá atividades especiais para o público.
 

Às 14h do dia 21 de fevereiro, o Núcleo Educativo do MI realizará uma visita temática na Sala da Maquete, explorando a passagem dos migrantes italianos pela antiga Hospedaria de Imigrantes.
 

Além disso, o Centro de Preparação de Café (CPC) do Museu do Café oferecerá duas sessões, às 15h e às 17h, de um workshop especial sobre o tradicional método italiano de preparo de café, a Moka. Os participantes terão a oportunidade de aprender sobre a história e os segredos do método, além de explorar diferentes técnicas para preparar e degustar cafés. As vagas para as atividades são limitadas, e as inscrições serão realizadas por ordem de chegada no dia do evento.
 

Por fim, o Centro de Preservação, Pesquisa e Referência (CPPR) convida o público interessado em genealogia e no registro de imigrantes para um bate-papo, com o intuito de auxiliar nas dúvidas sobre pesquisas de registros. A programação será realizada nos dias 21 e 22 de fevereiro, às 16h e 17h, com vagas limitadas, por ordem de chegada.
 

Para mais informações e a programação completa, consulte o site do Museu.

 

Serviço

 

Museu da Imigração

Rua Visconde de Parnaíba, 1.316 – Mooca – São Paulo/SP

Tel.: (11) 2692-1866

Ingressos: R$16 (inteira) | R$ 8 (meia entrada)

Bilheteria: de terça a sábado, das 9h às 17h; e aos domingos, das 10h às 17h

Acessibilidade no local - Bicicletário na calçada da instituição | Metrô Bresser-Mooca

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Em meio a um cenário de otimismo cauteloso, o turismo brasileiro vive um novo momento em 2025. Impulsionado pela valorização do turismo sustentável, pelas viagens de experiência e pela alta do dólar, que favorece o turismo doméstico, o setor registra uma recuperação robusta e cheia de oportunidades.

Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o faturamento do setor cresceu 8,5% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os destaques estão o Nordeste e o Centro-Oeste, que têm atraído visitantes em busca de ecoturismo, cultura regional e gastronomia típica.

A força do turismo interno

Com o dólar oscilando acima dos R$ 5,50, muitos brasileiros estão optando por conhecer melhor o próprio país. Destinos como Jalapão (TO), Chapada Diamantina (BA) e Alter do Chão (PA) estão no topo das buscas, segundo dados recentes da plataforma de viagens Booking.com.

“Estamos percebendo um novo perfil de turista, mais consciente e interessado em experiências autênticas, longe das multidões e com maior contato com a natureza”, afirma Paula Rezende, diretora de marketing de uma agência de viagens especializada em roteiros personalizados.

Turismo sustentável em alta

Outro destaque de 2025 é o crescimento do turismo sustentável. Projetos de hospedagem ecológica, trilhas com guias locais capacitados e parcerias com comunidades tradicionais estão se tornando diferenciais importantes na hora de escolher um destino.

A cidade de Bonito (MS), por exemplo, implementou um sistema de controle de visitantes em suas principais atrações naturais, equilibrando preservação ambiental e geração de renda para a população local.

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A tecnologia também tem papel de protagonista na retomada do setor. Aplicativos de roteiros personalizados, guias virtuais com inteligência artificial e o uso de realidade aumentada em museus e atrações têm melhorado a experiência dos turistas e ajudado a descentralizar o fluxo de visitantes.

“A integração de ferramentas tecnológicas permite que o turista tenha mais autonomia, segurança e acesso a informações atualizadas em tempo real”, destaca Rafael Oliveira, pesquisador em turismo digital da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Perspectivas para o futuro

O cenário para o turismo em 2025 é promissor, mas requer atenção à qualificação da mão de obra, infraestrutura de acesso e políticas públicas de incentivo ao turismo sustentável.

Com a chegada do segundo semestre, o setor se prepara para a alta temporada e aposta na diversificação de roteiros e no fortalecimento do turismo de base comunitária como pilares de um crescimento duradouro.

O ano de 2025 está sendo generoso para quem busca por uma brecha no calendário para viajar. Isso porque há quatro feriados prolongados e oito pontos facultativos nacionais, que é quando as empresas podem ou não liberar os funcionários. O primeiro prolongado aconteceu em abril, mas durante todo o ano há oportunidades para viajar, e os roteiros de turismo sustentável vem ganhando espaço na agenda do brasileiro. Além de serem opções responsáveis e que se preocupam com o meio ambiente, quem os realiza também ganha ao se conectar com a natureza.

O ecoturismo cresce cerca de 20% todos os anos no Brasil, de acordo com o Brasilturis. Um dos motivos pela escolha da modalidade são os benefícios, principalmente ao bem estar mental e na conexão com si mesmo. É comprovado que a exposição à natureza diminui o estresse, regulando os níveis de cortisol no corpo e baixando a pressão arterial. A rotina do dia a dia faz com que seja difícil parar para contemplar um fim de tarde, o cair da chuva, o cantar dos pássaros ou pisar na grama e, assim, esquecemos o quão bom esse contato pode fazer. 

“Viagens em meio a natureza são como uma terapia em meio a um mundo digital, cheio de telas e obrigações profissionais. O ecoturismo vem se tornando um estilo de vida para aqueles que priorizam qualidade de vida, na qual saúde física e mental são inegociáveis”, ressalta Cecília Fortunatti, cofundadora da VaiViver - Ecoturismo e Aventura. 

Para quem busca uma pausa da rotina agitada das cidades, a VaiViver — iniciativa voltada para viagens com propósito — criou roteiros com saídas exclusivas durante os feriados prolongados. Em maio, no Dia do Trabalho (01), acontecem as primeiras expedições para explorar mais de 150 cachoeiras escondidas no coração da Serra da Canastra, em Delfinópolis (MG). Já em junho, durante o feriado de Corpus Christi, o destino é Nobres (MT), no coração do cerrado mato-grossense. 

Foco na experiência

Buscando mais do que apenas um destino, e sim vivências transformadoras em meio à natureza, Sandra de Araujo Rodrigues, de 53 anos, decidiu romper barreiras pessoais e encontrou na VaiViver a segurança e o acolhimento necessários para viajar sozinha pela primeira vez. Após o divórcio e em busca de um novo ciclo de vida, ela escolheu a Chapada dos Guimarães como ponto de partida para essa jornada. Lá, além de se reconectar consigo mesma, fez amizades e viveu momentos que marcaram sua trajetória. Foi nessa viagem que surgiu o convite para comemorar seu aniversário, em 2022, na Chapada das Mesas — uma experiência que, segundo ela, mudou sua vida. “Você tem noção do que foi iniciar um novo ciclo na Chapada das Mesas? Foi simplesmente emocionante”, conta.

A experiência com a VaiViver foi um ponto central na jornada de transformação de Sandra. Desde o início, ela se sentiu segura e amparada para explorar atividades que jamais imaginou realizar — como tirolesa e passeios por cachoeiras, mesmo sem saber nadar. “Pode ter certeza que o meu ciclo, que se iniciou naquele período, foi um dos mais lindos que eu tive”, relembra. Segundo ela, o cuidado e o suporte da equipe fizeram toda a diferença: “É uma das empresas que dá mais segurança, principalmente para a mulher que viaja sozinha. Quando ela fala assim: ‘quero que você só se preocupe em fazer a mala’, é exatamente isso”, complementa.  

Opções para o Dia do Trabalho

A VaiViver oferece um roteiro de quatro dias para a cidade, que é ideal para quem busca uma imersão profunda no ecoturismo. Iniciando na quinta-feira (01), o grupo se reúne em São Paulo (SP), na estação Vergueiro com a equipe e segue direto para a pousada. A aventura começa na sexta-feira, após um típico café mineiro, com pão de queijo e café quentinho. 

Para os amantes de queijo, o roteiro contempla uma parada em diversas queijarias premiadas para provar o queijo canastra e conhecer um pouco mais da região. Os viajantes ainda adentram o Parque Nacional da Serra da Canastra, recebendo as boas energias da água sagrada e conhecendo a biodiversidade local. O destino é uma opção repleta de belezas naturais e trilhas, indicadas para iniciantes no esporte e com nível de preparação baixo. Ao total, são aproximadamente 12 km de trilhas divididos durante o roteiro, mas sem grandes desníveis. 

Quem escolhe Delfinópolis como destino conhece ainda o Condomínio de Pedra, Vale da Gurita, Complexo do Ouro e do Claro e lindas cachoeiras, como a Cachoeira do Tombo, da Gruta e Tenebroso. Está incluído no roteiro todos os passeios e tickets de entrada, transfer ida e volta da sua cidade de origem em ônibus semi leito, transfer em 4x4 para os passeios na Serra, ônibus rural, hospedagem em pousada em Delfinópolis - próxima ao centrinho e barzinhos -, e as principais refeições com típicos cafés e almoços mineiros. 

 

Com uma rica herança africana presente na cultura, na história e na gastronomia, o Rio de Janeiro foi eleito o Melhor Destino Nacional de Afroturismo durante a 3ª edição do Prêmio Afroturismo, realizada nesta segunda-feira (14.04), em São Paulo. O anúncio foi feito na World Travel Market Latin America (WTM-LA) - um dos mais relevantes eventos globais do setor turístico. A premiação é promovida pela plataforma Guia Negro, que tem a valorização das raízes afro-brasileiras como um de seus pilares estratégicos.

A escolha do Rio reforça o papel da cidade na valorização da cultura afro e no fortalecimento de experiências turísticas ligadas à ancestralidade. Entre os roteiros destacados pelo júri estão a Pequena África, na região portuária, e o bairro de Madureira – trajetos que resgatam e celebram a contribuição da população negra na formação da identidade carioca.

Outro reconhecimento importante foi para o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), localizado na Gamboa. Inaugurado em 2021, o espaço foi premiado como a Melhor Atração Turística do segmento, sendo descrito pelos jurados como um “local de resistência”, dedicado à preservação, promoção e celebração da cultura afro-brasileira, por meio de exposições, rodas de conversa e atividades culturais.

A premiação também reconheceu outros esforços que impulsionam o afroturismo no Brasil. São Luís (MA) foi destaque pelos investimentos no setor, recebendo o título de Destaque Guia Negro. A turismóloga Thaís Rosa Pinheiro, fundadora da agência Conectando Territórios e consultora do Ministério do Turismo, foi eleita a melhor profissional do segmento. 

ROTAS NEGRAS - O fortalecimento do Afroturismo também se reflete nas políticas públicas voltadas para a promoção internacional do Brasil. Como parte desse esforço, o Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial e outros órgãos do Governo Federal, lançou o Programa Rotas Negras.

A iniciativa tem como objetivo fomentar experiências turísticas que valorizem a ancestralidade africana em diferentes territórios – urbanos e rurais –, impulsionando oportunidades de inclusão e protagonismo para as populações negras. Com foco na economia criativa, circular e sustentável, o programa também visa fortalecer os destinos turísticos de matriz afro-brasileira presentes no Mapa do Turismo.

Além disso, o Rotas Negras prevê ações voltadas à educação e sensibilização dos turistas sobre a história e a cultura afro-brasileira, à capacitação de comunidades locais na gestão dos seus produtos turísticos e ao enfrentamento de estereótipos, contribuindo para a autoestima das populações envolvidas.