Theatro Municipal de São Paulo anuncia sua Temporada de 2024 com sete óperas e destaque para mulheres compositoras

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Com um olhar para questões de nosso tempo e uma mostra que busca cada vez mais abarcar a diversidade de compositores e intérpretes de todos os gêneros e identidades, a programação da maior casa de óperas do Brasil tem aumento de 30% da presença de compositoras mulheres.
 

Pelo terceiro ano, a programação foi elaborada com os corpos artísticos junto a um comitê curatorial que inclui Ailton Krenak, Ana Teixeira, Bel Santos Mayer, Gabriela di Laccio e Elodie Bouny.
 

Elaborar a programação de uma das mais queridas casas de ópera do país e manter os títulos e programações atrativos e consonantes às questões de seu tempo traz desafios. Pelo terceiro ano consecutivo, o Theatro Municipal contou com um comitê curatorial transdisciplinar para a elaboração da programação: Ana Teixeira, pesquisadora em dança, artista e professora universitária; Elodie Bouny, violonista e compositora; Gabriella Di Laccio, cantora lírica, ativista e criadora da fundação internacional Donne, Mulheres na Música; Isabel Santos Mayer, educadora e gestora da Rede de Leitura LiteraSampa; e Ailton Krenak, escritor e filósofo para discutir e deliberar, junto à direção e corpos artísticos, potencialidades e possibilidades, ampliando horizontes e apontando temáticas e recortes.
 

A programação contará com sete óperas: Madama Butterfly, de Puccini, Carmen, de Bizet, uma ópera nacional, O Contratador de Diamantes, de Francisco Mignone, O Castelo do Barba Azul, de Béla Bartók, O Olhar de Judith, de Malin Bång, Nabucco, de Giuseppe Verdi, e María de Buenos Aires, de Piazzolla, remontagem de 2021.

"Todo o esforço da nomeação dos membros do comitê e dos programas da temporada é também uma alavanca poética de reinvenção, uma forma de mostrar nosso olhar sobre o mundo e a arte. Uma poiesis que convoca, inevitavelmente, o espírito de seu tempo", diz Andrea Caruso Saturnino, no texto em que apresenta a programação do ano.
 

Ela salienta que, assim como nos últimos anos, o protagonismo de mulheres compositoras e intérpretes foi ficando cada vez mais evidente ao longo de todas as temporadas, e um esforço consciente de evidenciar nomes e personagens que não tiveram seu devido destaque nos registros históricos seja em função de seu gênero, sua orientação sexual, sua identidade racial, sua classe social ou sua nacionalidade se mostrou presente em todas as conversas.
 

"Foi um prazer, uma honra e uma responsabilidade ser chamada para o Comitê curatorial do Theatro Municipal de São Paulo de 2024. A equipe foi formada de maneira a termos conversas construtivas e a elaborar um programa equilibrado que respeitasse as minorias sem perder sua qualidade, pelo contrário. Inclusive sobre a questão das mulheres na música, foi chamada a especialista Gabriella Di Laccio e, graças a isso, conseguimos atingir quase 30 por cento de presença de compositoras mulheres, fato antes inédito. Também ficamos atentos em ter presença brasileira entre os programas", diz Elodie Bouny.
 

Gabriella Di Laccio, que realiza um importante trabalho de jogar luz sobre nomes de artistas mulheres que ficaram à margem da historiografia musical, afirma: "Cada vez mais, quero usar a minha arte como uma ferramenta para impactar positivamente a indústria musical, amplificando vozes de compositoras desconhecidas, compartilhando sua música com o mundo", afirma.
 

Algumas inspirações integraram o percurso para a seleção de títulos e programas, deslocando-se para uma rota que, quase inadvertidamente, já vinha sendo percorrida desde 2021, quando apresentamos no palco do Theatro Municipal a cantata concertante Icamiabas, de João Guilherme Ripper, seguida de projeções de trabalhos do coletivo de artistas liderados por Ibã Huni Kuin e dos Kariri-xocó, realizando um Toré. As Icamiabas povoaram durante séculos o imaginário dos nossos colonizadores, assim como, ao longo do tempo, outros grupos de guerreiras temíveis assombram e fascinaram o imaginário masculino: as Amazonas gregas, as Valquírias da mitologia nórdica e as Agojie do império Daomé, estas últimas as únicas a deixarem vestígios concretos de sua existência.
 

Como uma boa barcaça rumo ao futuro, o Theatro Municipal revigora-se dessas mulheres míticas de diferentes tempos e lugares, impregnando de sua força e tenacidade uma programação estruturada sobre grandes aparições femininas e, por que não, feministas e um fazer feminino que sofreu um apagamento histórico de suas autorias e reflexões sobre o mundo na arte.
 

"Ampliar a presença negra, indígena, migrante e feminina nesta instituição vem norteando nossa bússola de navegação, em busca de novos mundos, mais plurais e definitivamente mais inclusivos. Afinal, se o Theatro se destina a todos, é porque todos devem estar representados nele, e por ele", completa a diretora geral do Theatro Municipal de São Paulo.

Assim, uma produção historicamente invisibilizada mas não menos prolífica e significativa, chega à temporada de 2024 já configurando um número nunca antes visto de compositoras, tanto na programação da Orquestra Sinfônica Municipal, quanto na programação da Orquestra Experimental de Repertório e do Balé da Cidade de São Paulo, além dos concertos do Coral Paulistano e do Quarteto de Cordas. A temporada de óperas apresenta um repertório variado com grandes clássicos do gênero que trazem protagonistas femininas rebeldes e que fogem ao estereótipo social de gênero, incluindo, também, uma obra comissionada, Judith's Gaze, e a recuperação histórica de uma obra brasileira, O Contractador de Diamantes. O fortalecimento de parcerias com outras instituições acontece por meio da realização de coproduções e convidando tanto diretores cênicos já bem conhecidos da casa, como Lívia Sabag, Jorge Takla e William Pereira , quanto artistas que farão sua estreia no palco do Theatro, caso de Wouter Van Looy e Christiane Jatahy.
 

TEMPORADA DE ÓPERAS

A temporada lírica da casa se inicia em 15 de março com Madama Butterfly, que terá direção cênica de Livia Sabag. Comemorando o centenário de morte de Giacomo Puccini, que já tem homenagem dupla prevista: a Orquestra Sinfônica Municipal apresenta, no mês de dezembro, La Bohème, em concerto. Na obra em três atos, que terá regência de Roberto Minczuk nos dias 15 a 20 e de Alessandro Sangiorgi nos dias 22 e 23, será contada a clássica história de Pinkerton, um oficial americano em Nagasaki, e de Cio-Cio-San, uma jovem japonesa devotada que irá, ao longo da narrativa, vivenciar inúmeras situações dolorosas que irão provar a impossibilidade de seu amor. No papel-título duas grandes sopranos, a italiana Carmen Giannattasio divide as datas com a uruguaia nascida no Japão Eiko Senda. Interpretando Pinkerton, o espanhol Celso Albelio e o chileno Enrique Bravo integram os elencos que se alternam.
 

Na sequência, uma montagem da fulgurante Carmen, de Georges Bizet, estreia no dia 3 de maio com direção cênica de Jorge Takla e direção associada de Ronaldo Zero. A história original, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, baseado no romance homônimo de Prosper Mérimée, se desenvolve em torno da cigana Carmen, que trabalha em uma fábrica de tabaco em Sevilha, na Espanha. Conhecida por seduzir homens, a cigana envolve o soldado Don José e o convence a desertar de seu posto militar para segui-la. Dois mundos opostos, uma paixão violenta e o feminicídio mais famoso da história da ópera. Na versão que será apresentada no Theatro em 2024, Takla propõe um novo ambiente para a trama - um atelier de alta costura, com suas disputas internas, glamour e uma miríade de personagens do disputado mundo da moda.
 

Título que estreou no Festival de Ópera do Amazonas em maio deste ano, O Contractador de Diamantes, de Francisco Mignone, será montada pela primeira vez no palco do teatro paulistano com regência do maestro Alessandro Sangiorgi, de 28 de junho a 2 de julho. A direção fica a cargo de William Pereira, que marcou a dramaturgia nacional com a fundação de companhias históricas como A Barca de Dionísio, além de ter sido responsável por inúmeras montagens do gênero nas principais casas do país. Nos papéis principais, Lício Bruno e Rosana Lamosa. A ópera se passa em Diamantina, Minas Gerais, e foi escrita quando Mignone tinha apenas 24 anos. A versão de São Paulo terá um diferencial com relação a do ano anterior: uma congada irá acontecer em uma cena com um grupo tradicional de Justinópolis, MG.

Já no mês seguinte, julho, um double bill toma conta do Theatro. Castelo de Barba Azul, única ópera do compositor húngaro Béla Bartók, com libreto de Béla Balázs, é uma obra simbolista de grande profundidade psicológica. Baseada numa conhecida fábula de transmissão oral codificada no século XVII por Charles Perrault, a ópera tem apenas dois personagens: o próprio nobre e misterioso Barba Azul e Judith, sua nova esposa. A angustiante trama, de portas fechadas e proibidas à jovem esposa de Barba Azul, dá origem a uma das partituras mais ricas do repertório da ópera moderna.

 

Sete portas trancadas e um clima de iminente ameaça fazem da tensa jornada de descobertas de Judith uma viagem às profundezas da psiquê humana, representada pelo próprio castelo que dá título à ópera. Castelo que custodia a solidão e a escuridão de Barba Azul, e que sangra a cada porta aberta. Em Judith's Gaze (O Olhar de Judith), ópera especialmente comissionada e estreada em 2022, a libretista Mara Lee e a compositora Malin Bang, ambas suecas, reescrevem a história do ponto de vista da personagem-título. Judith não quer mais abrir as portas do castelo de Barba Azul, quer destrancar as suas próprias. Viajando ao subconsciente (ou ao seu próprio castelo), Judith encontra seus medos e desejos e a ópera revela a subjetividade dessa personagem que já viveu à sombra e escuridão do marido.

 

A montagem é uma coprodução do Theatro Municipal de São Paulo com o Folkoperan, de Estocolmo, Suécia, onde estreou em 2023, e o Muziektheater Transparant, da Bélgica, com direção cênica de Wouter Van Looy, artista belga especialmente engajado em ampliar o acesso do público a repertórios contemporâneos. Diretor de óperas e teatros musicais com larga experiência em montagens de diferentes formatos, Van Looy dirige pela primeira vez uma montagem no Brasil.
 

Na sequência, a partir de 27 de setembro, uma das mais prolíficas e premiadas diretoras brasileiras, Christiane Jatahy - que recebeu em 2022 o prestigiado Leão de Ouro da Mostra Internacional de Teatro de Veneza pelo conjunto de sua obra e é artista associada ao Odéon – Théâtre de L'Europe de Paris desde 2016 - faz sua estreia como diretora cênica no Theatro Municipal de São Paulo encenando Nabucco, de Giuseppe Verdi. A obra, que estreou no Scala de Milão em 1842, conta a história do rei Nabucodonosor II, da Babilônia. Escrita durante a ocupação austríaca no norte da Itália, a obra teve seu Coro dos Escravos Hebreus do terceiro ato transformada em uma música-símbolo do nacionalismo italiano, à época. A montagem de Jatahy que estreou em 2023 foi aclamada por crítica e público no Grande Teatro de Genebra, com sua exploração da permeabilidade das linguagens cinematográfica e teatral. A montagem do Theatro Municipal terá como Nabucco, nos diferentes elencos, o italiano Alberto Gazale e o estadunidense Brian Major, como Abigaille, a uruguaia Maria José Siri e a norte-americana Marsha Thompson. Como Zaccaria, os baixos brasileiros Savio Sperandio e Matheus França se alternam num elenco que tem ainda Luisa Francescone e Juliana Taino como Fenenea e Marcello Vannucci e Guilherme Moreira como Ismaele.

 

Em novembro, María de Buenos Aires, a ópera-tango que fez sucesso em 2021, será remontada na Sala de Espetáculos A obra teve sua estreia em 1968, com libreto do escritor uruguaio Horacio Ferrer. Numa complexa e onírica mistura entre música e poesia, a ópera narra a trajetória de vida de Maria, uma prostituta do subúrbio de Buenos Aires. Piazzolla cria uma obra que mescla múltiplos estilos musicais, do tango ao jazz, para nos levar por essa jornada pela noite da capital argentina. Nesta remontagem da bem-sucedida encenação realizada por Kiko Goifman em 2021, o diretor traz para a cena o cinema ao vivo, mesclando imagens e unindo diferentes linguagens artísticas à atmosfera portenha e brasileira, além de contar com a participação de prostitutas integrantes do coletivo Daspu, grife da ONG Davida. Kiko Goifman é diretor, roteirista, artista multimídia, web artista, produtor cultural e ator. Assina a direção de diversos trabalhos em vídeo, entre ficções, documentários, videoclipes e programas de TV.

 

ORQUESTRA SINFÔNICA MUNICIPAL

 

A programação sinfônica e lírica se inicia com o concerto de aniversário da cidade de São Paulo, no dia 25 de janeiro, apresentando Te Deum, de Bruckner, no ano em que se comemoram os 200 anos do nascimento do compositor. No mesmo programa, a arrebatadora Nona Sinfonia, de Beethoven, com a participação da Orquestra Sinfônica Municipal, do Coro Lírico e do Coral Paulistano, sob a regência do maestro Roberto Minczuk.

 

No dias 01 e 02 de fevereiro, a OSM apresenta a Sinfonia nº 7, de Anton Bruckner e Concerto para violoncelo, de Edward Elgar, o concerto terá participação do solista Andrei Ioniță, no violoncelo. Entre 29 e 30 de março, a orquestra apresenta o concerto Ressurreição, Sinfonia Nº 2 de Gustav Mahler, com Rosana Lamosa, soprano, e Carolina Faria, mezzo-soprano. Nos dias 5 e 6 de abril, o concerto La Noche de Los Mayas apresenta obras de compositoras como Tania León (Cuba, *1943), Marisa Rezende (Brasil, *1944) e Silvestre Revueltas.

 

Nos dias 12 e 13 de abril serão apresentadas obras das compositoras Joan Tower (Estados Unidos, *1938) e Germaine Tailleferre (França, 1892, 1983). Outra montagem especial será A Sagração da Primavera, de Stravinsky, junto a uma intervenção concebida por Ailton Krenak e o artista visual Ernesto Neto, nos dias 31 de maio e 1º de junho.

 

Nos dias 14 e 15 de junho, a Orquestra Sinfônica apresentará ao público Sonho e Revolução, com regência de Érica Hindrikson. A obra Rapsódia para Novos Tempos, comissionada para Marco ScarassatiMichelle Agnes Magalhães e Rubans Russomano Ricciardi, terá sua estreia mundial na temporada da Orquestra Sinfônica Municipal, nos dias 30 e 31 de agosto.

 

Um dos grandes momentos da temporada está previsto para acontecer nos dias 18 e 19 de outubro. Terra em Transe, o clássico do cineasta Glauber Rocha, empresta sua partitura sonora, que inclui músicas, textos, sons e vozes, para um concerto concebido pelo multi artista Nuno Ramos, juntamente com o artista plástico e compositor Eduardo Climachauska e o maestro Luís Gustavo Petri, e executado pela Orquestra Sinfônica Municipal, o Coro Lírico e solistas convidados.

 

Nos dias 8 e 9 de novembro, a OSM apresenta um concerto com composições de Kaija Saariaho (Finlândia, 1952 - 2023), Alma Mahler (Áustria, 1879 - 1964) e Richard Strauss (Alemanha, 1864 - 1949). Nos dias 13 e 14 de dezembro, a Orquestra Sinfônica apresenta o tão esperado Concerto de Natal, no repertório Oratório de Natal, de Sebastian Bach. E finalmente, nos dias 20 e 22 de dezembro, para finalizar as comemorações do aniversário de nascimento de Giacomo Puccini, a ópera La Bohème será apresentada no formato concerto, com participação do Coro Lírico Municipal e solistas convidados.

 

CORAL PAULISTANO

Além de integrar importantes e grandiosas montagens líricas da temporada, caso de Catedrais Sonoras, na qual apresentam Bruckner e Beethoven no aniversário da cidade e Oratório de Natal de Bach, o Coral Paulistano apresenta no final de fevereiro, nos dias 28 e 29/2, na Sala da Conservatório, o Concerto Retorno a La Tierra, dedicado a compositores latino-americanos, com regência da mestra Maíra Ferreira, e destaque para diversas compositoras e poetas contemporâneas, entre elas Emma Paz Noya (Bolívia, *1920-2013) e Tatiana Catanzaro (Brasil, *1976).

 

No dia 30 de abril, o coral apresenta destaques da composição brasileira na escadaria interna do Theatro Municipal Cantar Brasileiro, um concerto que traz radicalmente a proposta de Mário de Andrade para o grupo: a de fazer uma música brasileira, com um cantar nacional e para a fruição dos trabalhadores brasileiros. No dia 18 de junho, no Salão Nobre, serão acompanhados de harpa e órgão para interpretar composições de Josef Rheinberger.

 

Grandes nomes da composição brasileira, como a multiartista Jocy de Oliveira, também integram diálogos e subtextos que também são provocações, altos-relevos que interrogam a contemporaneidade. Jocy foi convidada a criar uma peça para ser apresentada pelo Coral Paulistano, na sequência de Les Noces, de Igor Stravinsky, em resposta e contraposição a esta obra que aborda a preparação de uma festa de casamento camponês típico da Rússia dos anos 1920. Não é a primeira vez que a compositora brasileira é convidada para este diálogo, dada sua relação próxima com a obra e a figura do compositor.

 

Coral Paulistano, sob regência e direção da maestra Maíra Ferreira, apresenta uma temporada eclética, com música à capela, acompanhada e com orquestra, cantando tanto peças do século XX e XXI quanto retomando o romantismo e grandes obras. No dia 20 de agosto, apresenta um programa que traz vozes espalhadas pelo Salão Nobre do Theatro entoarão músicas de um conjunto de compositoras que estão sendo resgatadas dentro do contexto da renascença italiana: Raffaela Aleotti e Maddalena Casulana.

 

BALÉ DA CIDADE DE SÃO PAULO

O Balé da Cidade de São Paulo apresenta sua primeira temporada sob a direção artística de Alejandro Ahmed.

 

No momento em que a sociedade discute questões ligadas a novas configurações de corpos em tempos de Inteligência Artificial e avanços da robótica como possibilidade de estudos e ampliação do sentido técnico e artístico da dança, o Balé avança no campo da pesquisa de movimentos, realizando workshops e residências artísticas para rever os sentidos de sua atuação como companhia, posicionando o corpo artístico na cena contemporânea.

 

As apresentações no palco do Theatro Municipal se iniciam com uma nova criação da artista cubana Judith Sanchéz Ruíz, cujo trabalho é norteado por questões como casualidade e complexidade humana, improvisação, comunidade e ativismo. Suas coreografias não se baseiam na mecanização ou na memória do movimento, mas sim nas ramificações e camadas de temas numa rádio, conceito utilizado nas suas duas últimas peças mais significativas, ENCAJE (2017) e My Breast on the Table (2019). Na mesma noite será apresentada a remontagem Horizonte+, coreografia dos artistas brasileiros Beatriz Sano e Eduardo Fukushima, que irão trabalhar na coreografia junto ao Balé da Cidade de São Paulo em dezembro de 2023, como resultado de um edital para coreógrafos lançado pela primeira vez.

 

Em agosto será apresentada a nova coreografia de Biomashup, um trabalho criado por Cristian Duarte em 2014, especialmente recriado para o Balé da Cidade de São Paulo. O trabalho nos convida a um exercício de percepção de um espaço ressonando ficções cinéticas. Os bailarinos, como forças dinâmicas, disponibilizam seus arquivos da dança, produzindo um campo de contaminação e regeneração povoado pela diferença de possibilidades e intensidades não esgotadas pelo tempo histórico. Ao vivo, o músico Tom Monteiro toca um theremin – um dos primeiros instrumentos eletrônicos a ser inventado e um dos poucos que pode ser tocado sem contato físico – em especial arranjo, juntamente com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, sob a regência do maestro Alessandro Sangiorgi . A segunda coreografia da noite será uma nova criação a ser anunciada.

 

Em outubro, o Balé apresenta duas coreografias, a remontagem Variação, coreografia e concepção com Davi Pontes e trilha sonora de Podeserdesligado. Uma peça que explora as capacidades radicais da ação de fazer uma pose. A obra conta com 31 bailarinos que se revezam em uma plataforma, executando imagens de seus arquivos pessoais que se repetem e se combinam para desafiar formas de viajar no tempo sem depender da linearidade, resultando numa coreografia que ameaça leituras hegemônicas sobre a história. A segunda coreografia da noite será uma criação inédita das coreógrafa carioca Marcela Levi e da argentina radicada no Rio de Janeiro Lucía Russo. Marcela e Lucía apostam em um projeto de autoria compartilhada, em uma direção artística que aponta para um regime de sentido aberto em que diferentes posições inventivas se entrecruzam em um processo que acolhe linhas desviantes, dissenso e diferenças internas como força crítica construtiva.

 

ORQUESTRA EXPERIMENTAL DE REPERTÓRIO

 

Em 2024, a Orquestra Experimental de Repertório dará continuidade ao seu objetivo de capacitação de profissionais e a promoção de um amplo e diversificado repertório, neste ano com enfoque em compositoras mulheres, destinado a ilustrar a vasta abrangência da arte sinfônica, ao mesmo tempo em que fomenta a criação de novas audiências.

 

Dentre os grandes destaques do ano da orquestra da casa, os concertos de junho e julho trazem destaques para compositoras mulheres vivas, caso de Higdon e Taillefere, além dos latinos Villa-Lobos e Strasnoy. A ideia de futuro e a inovação das técnicas de escritura orquestral também se mostram muito presentes nas obras de Debussy e Scriabin, que brilham no concerto de julho com La Mer (1905) e Poema do Êxtase (1905-1908)

 

Abrindo a temporada, no dia 28 de janeiro, a Sala de Espetáculos do Theatro Municipal será o cenário para um emocionante concerto da Orquestra Experimental de Repertório, sob a regência de Guilherme Rocha, na ocasião a orquestra apresentará composições de Tchaikovsky.

 

No meio do mês de junho, dia 16, a Orquestra Experimental de Repertório apresentará composições de latino-americanos como The end, do franco-argentino Oscar Strasnoy (*1970), e Ciranda das sete notas, do brasileiro Villa-Lobos (1887-1959). Destaque para a peça que encerra o programa, da compositora norte-americana Jennifer Elaine Higdon (*1962).

 

Em julho, será apresentado o programa Tailleferre, Debussy e Scriabin. Destaque para Overture para Orquestra, de Germaine Tailleferre (1892 - 1983), a obra musical notável composta pela compositora e pianista francesa que foi uma das figuras mais destacadas do movimento musical conhecido como Les Six, que surgiu no início do século XX na França. Essa composição é uma representação notável do estilo neoclássico. A Overture para Orquestra é uma peça vibrante e enérgica, frequentemente exibindo uma abordagem lúdica da música, uma característica marcante do estilo neoclássico.


Já em dezembro, a Sala de Espetáculos do Theatro Municipal receberá um concerto que reitera o protagonismo feminino na programação do ano, com concerto apresentado pela Orquestra Experimental de Repertório em colaboração com um Coro Feminino. Destaque para a obra Blue Cathedral, de Jennifer Higdon (1962), compositora americana de música clássica contemporânea. Ela recebeu muitos prêmios, incluindo o Prêmio Pulitzer de Música, em 2010, por seu Concerto para Violino e três Prêmios Grammy.

 

QUARTETO DE CORDAS DA CIDADE DE SÃO PAULO

O Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo apresentará em 2024 uma programação que contempla quintetos para piano, com a participação de pianistas convidados. Destacam apresentações com obras de compositoras como Grazina Bacewicz (Polônia, *1909 - 1969), Léa Freire (Brasil, *1957), bem como pianistas de destaque como Erika Ribeiro, indicada ao Grammy Latino e que vem ganhando notoriedade como uma pianista refinada e versátil, rompendo os rótulos de popular e erudito; Rubia Santos, professora da Universidade da Costa Rica; Karin Fernandes, uma das pianistas brasileiras mais prolíficas em gravações, e a curitibana Martina Graf, que se aperfeiçoou na Alemanha e especializou-se em música de câmara, tendo se apresentado em diversos países europeus.

 

O Quarteto foi fundado por Mário de Andrade com o intuito de ter uma formação que interpretasse um repertório brasileiro e com uma leitura nacional e é composto pelos músicos Betina Stegmann, Marcelo Jaffé, Nelson Rios e Rafael Cesário, que se apresentam na Sala do Conservatório, na Praça das Artes.

 

PROJETOS ESPECIAIS
 

A programação especial de 2024 contempla diversas atividades de difusão que transbordam o Complexo do Theatro Municipal, ocupam o entorno e invadem os espaços internos com as mais variadas manifestações artísticas. Os projetos Teatro no Theatro, com 16 apresentações teatrais em diversos espaços do Theatro Municipal. A programação ainda contará com projetos dos chamamentos externo e interno de 2023.

 

Devido ao grande sucesso da primeira edição em 2023, o projeto Samba na Praça continua em 2024, de março a novembro. Todas as segundas sextas-feiras do mês, o vão da Praça das Artes celebra o Samba, com os principais grupos das comunidades da cidade de São Paulo no formato das tradicionais rodas de samba.

 

Para 2024, a programação especial também terá o projeto Fantasia Brasileira: a memória do Ballet do IV Centenário nas ruas, uma série de performances nas escadarias e arredores do Theatro Municipal durante horário comercial, visando principalmente o público passante, em comemoração aos 70 anos deste que foi o primeiro corpo de baile do Theatro. As performances terão a forma de tableau vivants (quadros-vivos) inspirados no histórico ballet do IV Centenário, cuja rápida história esteve diretamente vinculada ao Theatro. O projeto aproxima artes visuais, dança e a arte da performance, tornando pública parte da história artística de São Paulo e do Theatro, lançando mão de seu acervo para tal construção.

 

No dia 21 de novembro o Theatro Municipal de São Paulo lança seu Caderno de Assinaturas de 2024. Serão oferecidas vendas de séries de óperas, concertos líricos e sinfônicos com a Orquestra Sinfônica Municipal, Balé da Cidade e Quarteto de Cordas da Cidade, com a participação de grandes pianistas convidados.

 

Serviço

Theatro Municipal

Praça Ramos de Azevedo, s/nº

Sé - São Paulo, SP

Capacidade Sala de Espetáculos - 1503 pessoas

 

Praça das Artes

Avenida São João, 281

Sé - São Paulo, SP

Capacidade Sala do Conservatório - 200 pessoas

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Celebrado em 10 de fevereiro, agenda contará com caminhada, apresentações musicais, atividades infantis, aulas variadas, cinema no museu e um bolo para o tradicional parabéns

Completando seus 128 anos no dia 10 de fevereiro, o Parque Estadual Alberto Löfgren - Horto Florestal contará com uma agenda de atividades gratuitas para que seus visitantes possam celebrar a data de forma mais que especial. Entre as ações programadas pela Urbia, administradora do espaço, os visitantes poderão participar da caminhada histórica; curtir apresentações musicais, atividade de Carnaval para as crianças, aulas de yoga e de dança, treinamento funcional e um bolo para reunir os frequentadores do Parque e marcar a data cantando parabéns.
 

Confira abaixo a programação completa:

 

Treinamento Funcional, Aula de Yoga e Aula de Dança

Para começar o dia praticando atividade física ao ar livre, das 9h às 10h, a professora Andréa Schaidt, voluntária do Horto, realizará uma aula de Treinamento Funcional gratuita, na quadra de areia do Parque. A modalidade é uma forma de exercício físico que visa melhorar a capacidade funcional do corpo para realizar atividades cotidianas de maneira mais eficiente e segura. Além dos benefícios físicos, o treino proporciona também o contato com a natureza, o que contribui para a redução do estresse e para a melhora do bem-estar emocional.
 

Das 9h30 às 10h30, a instrutora voluntária Sandra Ladwig conduzirá uma Aula de Yoga gratuita na Tenda do Horto Florestal para os visitantes. A atividade prevê o ensino de técnicas para fortalecer o corpo e a mente de forma interligada, além de exercícios de respiração, postura e meditação. Para participar, é recomendado o uso de roupas leves e que permitam a mobilidade do corpo. Também é necessário levar tapete próprio para a prática da modalidade.
 

Por fim, das 10h30 às 12h30, também na Tenda do Parque, os frequentadores poderão participar de uma Aula de Dança superanimada com a instrutora Ana Pantera, voluntária do Parque. Com músicas variadas e movimentos energéticos, a dança é uma atividade que trabalha o corpo todo, melhorando a coordenação motora, o condicionamento físico e o humor. A aula será composta por passos simples, coreografias animadas e são indicadas para pessoas de todas as idades e níveis de condicionamento físico.
 

Todas as aulas são livres para todos os públicos e menores de 18 anos devem estar acompanhados de seus responsáveis.

 

Caminhada Histórica do Horto Florestal

Outra opção para quem quer iniciar o dia praticando alguma atividade física, além de conhecer um pouco mais sobre o Parque, das 9h às 11h, a equipe educativa da Urbia realizará a Caminhada Histórica do Horto Florestal, em parceria com o Instituto de Pesquisas Ambientais - IPA. Com saída da portaria principal do Parque, localizada na Rua do Horto, 931, a atividade se trata de um circuito educativo e guiado, no qual os visitantes passarão pelas raízes do espaço, entre as edificações históricas, árvores centenárias e pela área institucional do Horto, em que só pode ser acessada nessa data e com esse circuito. A participação é gratuita, livre para todos os públicos e menores de 18 anos devem estar acompanhados dos responsáveis.

 

Música no Horto

A agenda também contará com Música no Horto, apresentações ao vivo para que os visitantes possam apreciar um repertório repleto de músicas populares em meio à natureza exuberante do Parque. As apresentações serão realizadas das 12h às 13h e das 15h às 16h, na Alameda do Campo de Futebol do Horto Florestal. A entrada é gratuita e livre para todos os públicos. Vale ressaltar que menores de 18 anos devem estar acompanhados de seus responsáveis.

 

1º Bloquinho da Criançada no Horto

Neste ano, o feriado de Carnaval está agendado para o mesmo final de semana do aniversário do Parque. Sendo assim, a Urbia preparou o 1º Bloquinho da Criançada no Horto, com marchinhas carnavalescas, brincadeiras e desfile de fantasias. Acompanhadas de seus responsáveis, as crianças poderão desfilar no tapete do Horto com as suas melhores fantasias e se divertirem muito. Para entrar na brincadeira, cada participante deverá se apresentar com 30 minutos de antecedência ao desfile, no Centro de Visitantes do Parque, local em que será realizado o evento. Todos que participarem ganharão uma cortesia no Urbiabike, serviço de aluguel de modais, de acordo com a disponibilidade. A atividade é gratuita e será realizada às 14h.

 

Hora do Bolo de Aniversário do Horto Florestal

Às 14h30, em frente ao Centro de Visitantes, será a Hora do Bolo. A equipe da Urbia convida todos os visitantes do Parque a cantarem parabéns ao Horto para celebrar seu aniversário. Um bolo de 128 quilos será servido aos frequentadores do parque, em comemoração aos 128 anos do espaço. O acesso é livre, gratuito e menores de 18 anos devem estar acompanhados dos responsáveis.

 

Uma Noite no Museu Florestal com Cinema

Para finalizar o dia de comemoração com chave de ouro, a Urbia realizará Uma Noite no Museu Florestal com Cinema, das 18h às 20h. A sessão de cinema será com um filme infantil, contará com muita pipoca para tornar a experiência ainda mais especial. Para participar, os interessados devem adquirir o ingresso de R$15, a inteira, ou R$7,50, a meia, no Centro de Visitantes do Parque ou pelo site UrbiaPass.

 

Transporte público, táxi ou carros de aplicativo

Quem optar pelo transporte público poderá acessar uma das linhas de ônibus que partem do Terminal Santana e Tucuruvi, as alternativas são: 2020/10 Metrô Tucuruvi - Horto Florestal (ponto final); 1018/10 Metrô Santana - Vila Rosa; e 1775/10 Metrô Santana - Vila Albertina. Já quem for de táxi ou carros de aplicativo, o endereço é Rua do Horto, 931.

Os avanços tecnológicos transformaram radicalmente a forma como planejamos, vivenciamos e recordamos nossas viagens. Aplicativos e tecnologias desempenham um papel crucial ao simplificar e aprimorar a experiência do viajante, proporcionando uma jornada mais tranquila e enriquecedora. A importância dessas ferramentas é multifacetada, abrangendo desde a fase de planejamento até a recordação das memórias da viagem. 



Essas tecnologias oferecem conveniência, segurança e uma viagem personalizada. Ao integrar as ferramentas em cada etapa do processo, os viajantes podem aproveitar ao máximo cada parte do seu itinerário, tornando a viagem uma experiência inesquecível.



Sabendo da importância do planejamento para o turismo, reunimos cinco ferramentas que vão facilitar a sua viagem. Confira!



Cidadania4u: Fundada em 2019 por Rafael e Rodrigo Gianesini, a Cidadania4u surgiu a partir de uma dor dos irmãos, que tiveram que aguardar uma década para ter sua cidadania italiana reconhecida. Devido às dificuldades que enfrentaram via consulados, decidiram apostar na tecnologia como alternativa para eliminar a burocracia e ajudar outras pessoas que - assim como eles - têm o direito à dupla cidadania. Criaram, então, um aplicativo exclusivo onde o cliente pode monitorar, em tempo real, o passo a passo do seu processo. A empresa conta com profissionais com mais de uma década de experiência no mercado de reconhecimento de cidadanias italiana, portuguesa e espanhola e, junto à tecnologia aplicada, está mudando o cenário para descendentes desses países no Brasil.



CittamobiHá quase dez anos no mercado, a Cittamobi é uma empresa brasileira com tecnologia própria desenvolvida no Brasil que tem como objetivo auxiliar o passageiro a melhorar sua experiência na utilização do transporte público. Por meio de suas soluções tecnológicas, a empresa tem como premissa colocar o passageiro do transporte coletivo no centro e digitalizar a experiência de mobilidade por meio de uma Rede Vida que soma três vertentes importantes: operadores, usuários e órgãos gestores, fornecendo informações em tempo real sobre horários, itinerários, localização dos veículos e atualizações do sistema. Até o momento tem mais de 25 milhões de downloads nas mais de 330 cidades que atua.



Airbnb: O aplicativo facilita o planejamento da viagem, permitindo que os viajantes explorem opções, comparem preços e façam reservas com apenas alguns toques na tela. Essa eficiência é crucial para otimizar o tempo e garantir a disponibilidade de serviços desejados. 



Google Maps: Durante a viagem, o aplicativo de mapas desempenha um papel vital na orientação, fornecendo direções precisas, informações sobre o tráfego em tempo real e detalhes sobre pontos de interesse. Isso reduz a probabilidade de se perder e ajuda os viajantes a explorarem destinos de maneira mais segura. 



Uber: Os aplicativos de transporte transformaram radicalmente a dinâmica da mobilidade global. Ao oferecer uma solução ágil e acessível, a disponibilidade de carros e motoristas particulares para deslocamentos entre diversos destinos soluciona desafios para muitos viajantes. 

A campanha iniciou na última  quinta (01) e é válida até 14 de fevereiro

Em comemoração ao "Valentine's Day", tradicional data em que se comemora o "Dia dos Namorados" em diversos países, a TAAG, Linhas Aéreas de Angola, vai oferecer compras de passagens com até 50% de desconto nas tarifas do segundo bilhete. A promoção é válida, a partir de 1º de fevereiro, para voos internacionais operados pela companhia angolana e voos compartilhados (regime de codeshare) com a GOL e a Iberia.

Os bilhetes podem ser adquiridos nos canais de vendas habituais: lojas, call center, website e agências de viagens parceiras da TAAG.

O período de venda promocional acontece de 1º a 14 de fevereiro de 2024. Os pacotes incluem passagens aéreas de ida e volta, e os passageiros devem realizar suas viagens no período de 1º de fevereiro a 31 de março de 2024.

A TAAG voa para o Brasil há mais de 30 anos e, desde 2022 designou a Airlinepros Brazil como General Sales Agent (GSA) no país. Atualmente, a companhia conecta o país (São Paulo) a diversos destinos na África (por meio de Angola-Luanda), com cinco frequências semanais saindo do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Desde outubro do ano passado, os passageiros brasileiros não necessitam de visto para visitar Angola.

Mais informações pelo site da TAAG.