No mês em que é celebrado o Dia dos Povos Indígenas (19/04), o MCI realiza uma rica programação gratuita de oficinas, cursos, feira de artesanato, apresentações culturais, palestras e rodas de conversa
Para celebrar o Dia dos Povos Indígenas (19/04), o Museu das Culturas Indígenas realizará uma série de atividades especiais na segunda edição do Abril Indígena. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
A agenda prevê apresentações de danças, palestras, oficinas e cursos de formação que pretendem sensibilizar o público sobre o contexto dos indígenas nos territórios originários do Estado de São Paulo. Confira a programação ao longo do mês:
Lançamento e audição de álbum "Nhe'etimbó"
A programação tem início com a apresentação do álbum de estreia de Potyguara Juão Nÿn, em 05 de abril, às 16h. Na audição, o músico contará histórias sobre as composições e aspectos de cada faixa do álbum. A gravação reúne nove canções em Tupi-Guarani inspiradas na cultura e na espiritualidade do Ka’atimbó – cosmovisão que já foi considerada feitiçaria, mas que significa “fumaça da mata“ e um método de cura. O álbum conta com produção de Guilherme Kastrup e beats eletrônicos de Nelson D.
Medicinas tradicionais e cuidados com a saúde mental
Em 06 de abril, o MCI promove o I Encontro de Medicinas Tradicionais Brasileiras e Promoção da Saúde Global - Saúde Mental, Autodesenvolvimento e Espiritualidade. Com a presença de representantes de comunidades indígenas, afro-brasileiras e acadêmicos, a programação contará com oficinas, palestras e rodas de conversas
para troca de experiências dos saberes ancestrais e da medicina tradicional, a fim de enriquecer as perspectivas de ações para o enfrentamento dos transtornos mentais.
A atividade será realizada em parceria com o Centro de Estudos de Promoção da Saúde e Potencialização da Vida (CEPVIDA) e o Consórcio Acadêmico Brasileiro de Saúde Integrativa (CAPSIN).
Ninmangwá Djagwareté, com Awa Djerowewedju
Nesta edição especial da brincadeira da onça (Ninmangwá Djagwareté, em Guarani), em 13 de abril, às 10h, o público toma o lugar das peças do tabuleiro e representam os animais na partida. O jogo começa com a onça-pintada capturando os cachorros e é finalizado quando os cachorros conseguem encurralar a onça. A relação com a natureza e as histórias dos povos originários são incorporadas à brincadeira, que contribui para a desenvoltura e agilidade ao tomar decisões, desenvolve criatividade e favorece a capacidade de resolução de problemas.
Oficina de grafismos e pintura corporal, com Kitche-rã Kaingang
Uma das práticas tradicionais dos Kaingang, os grafismos são repletos de significados espirituais e uma conexão com a ancestralidade. Para contar sobre esse costume e a transmissão da cultura Kaingang ao longo das gerações, o MCI receberá Kitche-rã Kaingang em 13 de abril, às 14h. Além de compartilhar relatos sobre seu povo, ela realizará pinturas corporais (nos braços) nos participantes.
Visitas mediadas
Em 26 de abril, às 15h, o MCI oferecerá uma visita mediada e um bate-papo para os idosos, é a Virada da Maturidade: acolhimento e roda de conversa para público idoso. A atividade visa provocar trocas culturais sobre as perspectivas dos povos originários a respeito do envelhecimento e o papel social dos mais velhos nos territórios. A visita será conduzida pelos mestres de saberes, Natalício Karaí e Cláudio Verá.
Já em 18 de abril, às 14h, é a vez do MCI receber a comunidade surda para uma visita guiada com interpretação em Libras. O público percorrerá as exposições Hendu Porã’rã - Escutar com o corpo, Mymba’i - Pedindo licença aos espíritos, dialogando com a Mata Atlântica, Nhe’ẽry - onde os espíritos se banham e Ocupação Decoloniza - SP Terra Indígena. Também poderão conhecer mais sobre a vivência indígena com os mestres de saberes.
Cineclube TAVA
Nesta edição especial do Abril Indígena, o MCI receberá o lançamento de dois documentários que tratam da cosmovisão e da luta do povo Guarani Mbya, ambientados na T.I. Jaraguá, em São Paulo (SP), na quinta-feira (18/04), às 18h. Minha câmera é minha flecha! (2024), de Natália Tupi e Guilherme Fascina, conta a trajetória do comunicador, Richard Wera Mirim, que utiliza as redes sociais e produtos audiovisuais como ferramentas para luta e resistência dos povos originários. Em Os sonhos guiam (2024), Natália Tupi registra experiências espirituais do jovem líder indígena, Mateus Wera.
Após a projeção dos documentários, o público poderá conhecer mais sobre as produções em um bate-papo com a diretora, Natalia Tupi, e os personagens, Richard Wera e Matheus Wera.
Artes manuais e literatura
Para celebrar e difundir conhecimentos tradicionais sobre a fabricação de artefatos, o MCI abrirá a Feira de Artesanato Indígena em 19 de abril, na área externa do espaço. Artesãos de diferentes regiões do Estado de São Paulo vão expor e comercializar peças em madeira, sementes e penas.
Na mesma data, às 14h, o MCI realizará o lançamento do livro Cânticos Tradicionais, Científicos e Culturais Huni Kuĩ, uma coletânea de cânticos milenares científicos e culturais do povo Huni Kuĩ, selecionados pelo pesquisador e mestre de saberes, Maru Huni Kuĩ.
Histórias e apresentações culturais
Em 20 de abril, às 10h, histórias do povo Terena serão contadas por Dario Machado, Gerolino Cézar e Ranulfo Camilo, das T.Is. Icatu e Araribá no Oeste Paulista. Os Terena são parte remanescentes da antiga nação Guaná e estão presentes nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Possuem características culturais essencialmente chaquenhas (de povos provenientes da região do Chaco, e no caso dos Terena, do Paraguai) e falam a língua tradicional Aruak.
Às 14h, o ritual Toré será apresentado pelo grupo de dança Pankararu, constituído por moradores do Real Parque, em São Paulo (SP). O Toré é considerado símbolo maior de resistência e união entre povos, além de ser uma das principais tradições indígenas do povo Pankararu do nordeste brasileiro.
Temáticas indígenas na educação
Para fechar a programação do Abril Indígena, o MCI realizará o ciclo formativo em temáticas indígenas para educadores. As atividades, conduzidas pelos mestres de saberes, visam conscientizar e combater visões homogêneas dos povos originários nos ambientes escolares. Neste mês, o encontro acontecerá em 27 de abril, às 10h e às 15h.
Abril Indígena: Confira a programação especial do Museu das Culturas Indígenas
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