"Reencontro de Improviso" reúne artistas da dança e da música em espetáculos únicos pautados pelo improviso

Cultura
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Apresentações acontecem a partir de interpretações das artistas da dança Carol Vilela, Bárbara Maia, Lívia Espírito Santo e Clara Lins, e dos músicos Willian Rosa, Pedro Alves e Abu; estreia é no dia 10/7, no Centro Cultural Alto Vera Cruz

 

A partir da concepção de arte como criação coletiva, libertária e em movimento constante, o projeto "Reencontro de Improviso" apresenta espetáculos tramados no instante presenciado pelo público. Em cena, quatro artistas da dança e três da música: Carol Vilela, Bárbara Maia, Lívia Espírito Santo e Clara Lins; Abu, Pedro Alves e Willian Rosa. Tendo a improvisação como linha-guia, são costurados movimentos e sonoridades, de forma única, a cada espetáculo. A nova temporada do projeto, que inclui apresentações e uma oficina de improvisação, acontece entre julho e outubro deste ano, nos Centros Culturais Alto Vera Cruz, Vila Fátima, Vila Santa Rita e no Teatro Francisco Nunes. A estreia é no dia 10 de julho, quarta-feira, às 14h, no Centro Cultural Alto Vera Cruz, com ingressos gratuitos que devem ser retirados previamente neste link.

 

"Reencontro de Improviso" partiu do simples e potente desejo da artista da dança Carol Vilela de reunir amigos para compor uma performance cênica autoral de improviso, criando diálogos espontâneos entre música e dança. Graduada em Dança pela Université Paris 8 e ex-professora do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) do Palácio das Artes, a artista mineira se movimentou para retomar conexões nos palcos, de forma instigante, criando um coletivo de profissionais reconhecidos da dança e da música, com experiências, histórias de vida, idades, formações e atuações variadas.

 

"O espetáculo nasceu da vontade de reunir artisticamente pessoas que fizeram parte de diferentes momentos da minha vida, pessoas com quem eu trabalhei de diferentes maneiras. Algumas não se conheciam, outras já haviam trabalhado juntas em outros contextos. Então, tem essa ideia do reencontro", explica Carol Vilela, idealizadora do projeto, que surgiu em 2022 e estreou um ano depois, no Circuito Municipal de Cultura. "Tinha um pouco desse momento pós-pandemia, de querer estar junto, e também de entender como fazer dialogar essas diferentes linguagens no campo da improvisação", completa a artista.

 

Decidido o rumo de "Reencontro de Improviso", Carol Vilela partiu para os convites, direcionados a artistas com quem teve contato em ocasiões distintas. Entre as artistas do corpo, convidou Bárbara Maia, que havia sido sua colega no curso de graduação em Dança na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Lívia Espírito Santo, que trabalhou por dez anos na Companhia de Dança do Palácio das Artes, por quem nutria profunda admiração; e Clara Lins, que foi sua aluna, quando Carol Vilela era professora de dança contemporânea do Cefart, recém-chegada da Europa.  

 

Na música, as parcerias se deram com William Rosa, violonista, bandolinista, educador e compositor, integrante da banda instrumental Iconili e com passagem pelo Grupo de Choro do Palácio das Artes. Além de Abu, músico autodidata e fundador do selo Xifuta Records, com trabalhos expressivos na cena do rap; e o baterista, percussionista e professor Pedro Alves, pupilo de referências da área, como André Limão Queiroz e Fernando Rocha, que já tocou com a Orquestra de Choro e o Grupo de Percussão da UFMG.

 

Improvisos multilinguagem

 

Em cena, os trabalhos dos sete artistas-improvisadores se entrelaçam por perspectivas transdisciplinares que envolvem pesquisas com o corpo, a memória, a escuta, a fotografia, o design, os jogos de interação, a música popular, a percussão, o rap e a dança contemporânea, além de questões relacionadas às populações LGBTQIAP+ e outros temas sociais. Mesmo com diversas reflexões em comum entre os artistas, "Reencontro de Improviso" não tem a espinha dorsal de uma narrativa unificada, capaz de guiar as apresentações de forma homogênea. Pelo contrário, a ideia é que todos os artistas sejam proponentes e, a cada apresentação, com cerca de 50 minutos de duração, brotem novas possibilidades de criação.

 

"No nosso primeiro encontro, nos apresentamos de maneira poética, gerando um repertório de palavras que é ativado, em cena, para construir certas narrativas. São cinco palavras para cada artista, que surgem, em determinados momentos, durante o espetáculo. O diálogo entre música e dança acontece efetivamente tanto nas propostas coletivas quanto na emergência dos solos, duos e trios", explica Carol. "A estrutura do espetáculo é fixa, mas dentro dela muita coisa pode acontecer. Nesse sentido, estamos falando de músicos e dançarinos criando juntos. E aí está a magia da improvisação. Há espaço para proposições que partam dos músicos e, também, para ideias que venham da dança. Cada um vai entendendo como criar a partir do outro. Tudo em pé de igualdade". 

 

Palcos e plateias

 

Para as quatro apresentações na capital mineira, o coletivo terá plateias bastante distintas. "No Centro Cultural Vera Cruz, são esperadas crianças e adolescentes, alunos de escolas públicas da região. Já no Centro Cultural VIla Fátima, na Serra, estaremos dentro de um festival maior de cultura, então temos públicos de todas as vertentes. E no Centro Cultural Santa Rita, no Barreiro, vamos nos encontrar com jovens que já têm interesse pela dança, porque lá já acontecem projetos com aulas de dança", explica Carol.

 

Por esse motivo, um dia antes da apresentação no Barreiro, o grupo irá realizar a oficina "Técnicas de Improvisação: tecendo diálogos entre dança e música", aproveitando a presença dos estudantes dos cursos de dança promovidos no Centro Cultural Vila Santa Rita. O objetivo da atividade é fornecer as primeiras ferramentas para o desenvolvimento de cenas de improvisação, a partir da construção de interpretações com músicas, sons e experimentações do corpo. A participação é gratuita, sem necessidade de inscrição prévia. 

 

Para a apresentação no Teatro Francisco Nunes, que encerra a temporada, o grupo contará com a participação especial de Cris Diniz, profissional com robusta bagagem no teatro e, mais especificamente, na iluminação cênica. Uma das pessoas fundadoras do curso de Tecnologia da Cena do Cefart, Diniz já foi responsável pela iluminação teatral de grupos como Trampulim, Cia Negra de Teatro e Grupo Dos Dois. Entre inúmeros outros projetos, atualmente é responsável pela coordenação internacional do Corredor Latinoamericano de Teatro, plataforma de intercâmbio para circulação de espetáculos cênicos em países latinos. 

 

"Nos centros culturais, não teremos o trabalho da iluminação, já que a proposta é ser mais simples. Mas, no teatro, a iluminação também será um ponto artístico, executado de improviso, a partir das percepções de Cris Diniz. A gente não quer uma luz certa para o trabalho, assim como não queremos uma música ou uma coreografia certa. A luz também poderá ser propositora. A ideia é que a gente explore um pouquinho o diálogo de ações da dança, da música e da luz", finaliza Carol.

 

Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. 

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