Em outubro, Museu da Língua Portuguesa prepara programação especial para as crianças e curso sobre a importância do brincar

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Instituição também inclui entre suas atividades novas edições do clube literário, feira de troca de livros e sarau

Uma programação dedicada às crianças e um curso on-line sobre a importância do brincar. Essas são as principais ações de outubro do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Haverá ainda novas edições do clube de leitura, do sarau e da feira de troca de livros. 

O grande destaque do mês é o Festival Dia das Crianças 2024, que acontecerá em 12 de outubro (sábado). Ao longo de todo o dia, a criançada de todas as idades terá a oportunidade de assistir à apresentação de um coral e de participar de uma espécie de programa de auditório. Peças de teatro vão celebrar a diversidade cultural brasileira e de toda a América Latina. Elementos circenses também estarão presentes por meio de mágica, palhaçaria e performances com objetos inusitados, e brincadeiras e jogos lúdicos estarão espalhados pelo Saguão B, Pátio B e até mesmo pela calçada. A programação completa pode ser conferida neste link.  

Curso on-line 
Qual a importância da brincadeira no processo de aprendizagem? É justamente esta pergunta que o curso O brincar como forma de aprender e estar no mundo procurará responder em duas aulas. Gratuita, a atividade é voltada, principalmente, para professores e vai acontecer nos dias 3 e 10 de outubro (às quintas-feiras), das 19h30 às 21h, pelo YouTube do Museu da Língua Portuguesa. 

Na primeira aula, intitulada Arte, cultura e primeira infância, a educadora Diana Tubenchlak vai falar sobre a presença das artes visuais e práticas culturais junto à primeira infância. Na segunda, cujo título é o mesmo do nome do curso, a educadora Inez Pinheiro comentará a importância do brincar como direito constitutivo das crianças como espaço e tempo para invenção, criação e ação no mundo. 

Para participar, não é preciso se inscrever. Haverá emissão de certificado de participação e tradução em libras. 

Mais atividades 
O Núcleo Educativo do Museu organiza uma apresentação do projeto É Hora de História, voltado para as crianças, em outubro. No dia 8 (terça-feira), às 10h, as culturas de países africanos são lembradas na montagem Brincadeiras musicais e cantos de Moçambique e Malawi, da multiartista Aryani Marciano. Ela apresentará canções em línguas como chichewa, changana, makonde e xhosa. 

No sábado, dia 19, o Museu realiza três atividades: a já tradicional Feira de Troca de Livros, o clube de leitura Papo Literário e mais uma edição do Sarau Africanizar

Na Feira de Troca de Livros, das 14h às 17h, as pessoas são estimuladas a trocar com o Museu até oito livros em bom estado: sendo quatro livros por outros quatro livros da instituição e quatro livros por quatro ingressos (válidos até 29 de dezembro de 2024). Os participantes também podem trocar livros entre si. A atividade ainda promove mediação de leitura com o Núcleo Educativo, oficina de marca-páginas e conta com um espaço infantil.  

Papo Literário, clube de leitura do Museu, vai debater o livro Uma chance de continuarmos assim, de Taiasmin Ohnmacht. A mediação será realizada por Pétala e Isa Souza, integrantes do projeto Afrofuturas, que produz conteúdo pautado na decolonialidade e em contextos de raça, gênero, classe e representatividade. Na conversa, devem abordar assuntos relacionados ao afrofuturismo, tema presente na obra de Taiasmin. Em todos os encontros do Papo Literário, que acontecem das 14h30 às 16h30, ocorrem sorteio de livros e há tradução em Libras. 

Sarau Africanizar no Museu ocupará o Saguão Central da Estação da Luz das 12h às 14h. Com curadoria do Samba D’Ketu, terá, entre as atrações, a roda de samba com o grupo Mavambo e a dupla Max e Nega Zanza ensinando passos de samba-rock. Esta atividade dialoga com a exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasil.  

Domingo de brincadeiras 
O Museu da Língua Portuguesa é também uma ótima dica de passeio aos domingos. Neste dia da semana, além de garantir entrada gratuita aos espaços expositivos – promoção também estendida aos sábados -, realiza o projeto Domingo no Museu com brincadeiras espalhadas pelo Pátio B e Saguão B e apresentações artísticas. 

Os jogos lúdicos são orientados pelo coletivo Aqui que a gente brinca!, especializado em atividades que não necessitam de aparelhos tecnológicos. Ou seja, as crianças e suas famílias que vêm brincar no Museu são estimuladas a ficarem um pouco longe de celulares e a usarem a imaginação e a coordenação motora em brincadeiras como Amarelinha, Pião e Elástico. A ação acontece semanalmente das 12h às 15h. 

No dia 20, às 11h, o Domingo no Museu promoverá uma visita especial ao histórico prédio da Estação da Luz às crianças e seus familiares. Será uma oportunidade para conhecer espaços do prédio que, no dia a dia, o público não tem acesso. Os grupos para este passeio serão formados 15 minutos antes de seu início no Pátio A, perto da bilheteria. 

Exposições 
Quem vier ao Museu ainda tem acesso à sua exposição principal e à mostra temporária Línguas africanas que fazem o Brasil.  

A exposição principal aborda a diversidade da língua portuguesa falada no território brasileiro por meio de experiências audiovisuais, imersivas e interativas. Um dos destaques é a Nós da Língua, por meio da qual o público descobre características sociais, culturais e geográficas dos outros países e territórios em que a língua portuguesa é falada. Para isso, basta selecionar determinados temas que aparecem em telas interativas que se assemelham a computadores. 

Já a mostra temporária Línguas africanas que fazem o Brasil enaltece a presença do iorubá, fon, quicongo e outras línguas de África presentes no português falado no Brasil. Para isso, o curador do projeto, o músico e filósofo Tiganá Santana, convidou os artistas plásticos Aline Motta, Rebeca Carapiá, J.Cunha e Goya Lopes. Esta última apresenta uma história em quadrinhos estampada em um pano em duas línguas: o português e o iorubá. 

A exposição temporária conta com o patrocínio máster da Petrobras; patrocínio do Grupo CCR, por meio do Instituto CCR, do Instituto Cultural Vale e John Deere Brasil, e com apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra, por meio do Instituto Ultra, e da CAIXA – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.  

SERVIÇO 
Festival Dia das Crianças 2024 
Dia 12 de outubro (sábado), das 10h às 17h  
No Pátio B, Saguão B e calçada  
Grátis  

É Hora de História 
Dia 8 de outubro (terça-feira), às 10h (peça Brincadeiras musicais e cantos de Moçambique e Malawi
No Saguão B 
Grátis 

Feira de Troca de Livros do Museu  
Dia 19 de outubro (sábado), das 14h às 17h  
No Saguão B e Pátio B  
Grátis  

Papo Literário: narrativas negras em língua portuguesa  
Pétala e Isa Souza, do Afrofuturas, debatem o livro Uma chance de continuarmos assim (Taiasmin Ohnmacht
Dia 19 de setembro (sábado), das 14h30 às 16h30  
No Saguão B do Museu da Língua Portuguesa  
Grátis (com sorteio de livros e tradução em Libras) 

Sarau Africanizar no Museu 
Dia 19 de outubro (sábado), das 12h às 14h 
No Saguão Central da Estação da Luz 
Grátis 

Domingo no Museu 
Aos domingos, das 12h às 15h 
Dia 20, às 11h (visita especial ao prédio da Estação da Luz para crianças e famílias com crianças) 
Saguão B e Pátio B 
Grátis 

Exposição principal e mostra temporária Línguas africanas que fazem o Brasil  
De terça a domingo, das 9h às 16h30 (com permanência até as 18h)  
R$ 24 (inteira); R$ 12 (meia)  
Grátis para crianças até 7 anos  
Grátis aos sábados e domingos 
Acesso pelo Portão A  
Venda de ingressos na bilheteria e pela internet:  
https://bileto.sympla.com.br/event/90834/  

Museu da Língua Portuguesa  
Praça da Luz, s/nº - Luz – São Paulo

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Em meio a um cenário de otimismo cauteloso, o turismo brasileiro vive um novo momento em 2025. Impulsionado pela valorização do turismo sustentável, pelas viagens de experiência e pela alta do dólar, que favorece o turismo doméstico, o setor registra uma recuperação robusta e cheia de oportunidades.

Segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o faturamento do setor cresceu 8,5% no primeiro trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Entre os destaques estão o Nordeste e o Centro-Oeste, que têm atraído visitantes em busca de ecoturismo, cultura regional e gastronomia típica.

A força do turismo interno

Com o dólar oscilando acima dos R$ 5,50, muitos brasileiros estão optando por conhecer melhor o próprio país. Destinos como Jalapão (TO), Chapada Diamantina (BA) e Alter do Chão (PA) estão no topo das buscas, segundo dados recentes da plataforma de viagens Booking.com.

“Estamos percebendo um novo perfil de turista, mais consciente e interessado em experiências autênticas, longe das multidões e com maior contato com a natureza”, afirma Paula Rezende, diretora de marketing de uma agência de viagens especializada em roteiros personalizados.

Turismo sustentável em alta

Outro destaque de 2025 é o crescimento do turismo sustentável. Projetos de hospedagem ecológica, trilhas com guias locais capacitados e parcerias com comunidades tradicionais estão se tornando diferenciais importantes na hora de escolher um destino.

A cidade de Bonito (MS), por exemplo, implementou um sistema de controle de visitantes em suas principais atrações naturais, equilibrando preservação ambiental e geração de renda para a população local.

Tecnologia e inteligência artificial como aliadas

A tecnologia também tem papel de protagonista na retomada do setor. Aplicativos de roteiros personalizados, guias virtuais com inteligência artificial e o uso de realidade aumentada em museus e atrações têm melhorado a experiência dos turistas e ajudado a descentralizar o fluxo de visitantes.

“A integração de ferramentas tecnológicas permite que o turista tenha mais autonomia, segurança e acesso a informações atualizadas em tempo real”, destaca Rafael Oliveira, pesquisador em turismo digital da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Perspectivas para o futuro

O cenário para o turismo em 2025 é promissor, mas requer atenção à qualificação da mão de obra, infraestrutura de acesso e políticas públicas de incentivo ao turismo sustentável.

Com a chegada do segundo semestre, o setor se prepara para a alta temporada e aposta na diversificação de roteiros e no fortalecimento do turismo de base comunitária como pilares de um crescimento duradouro.

O ano de 2025 está sendo generoso para quem busca por uma brecha no calendário para viajar. Isso porque há quatro feriados prolongados e oito pontos facultativos nacionais, que é quando as empresas podem ou não liberar os funcionários. O primeiro prolongado aconteceu em abril, mas durante todo o ano há oportunidades para viajar, e os roteiros de turismo sustentável vem ganhando espaço na agenda do brasileiro. Além de serem opções responsáveis e que se preocupam com o meio ambiente, quem os realiza também ganha ao se conectar com a natureza.

O ecoturismo cresce cerca de 20% todos os anos no Brasil, de acordo com o Brasilturis. Um dos motivos pela escolha da modalidade são os benefícios, principalmente ao bem estar mental e na conexão com si mesmo. É comprovado que a exposição à natureza diminui o estresse, regulando os níveis de cortisol no corpo e baixando a pressão arterial. A rotina do dia a dia faz com que seja difícil parar para contemplar um fim de tarde, o cair da chuva, o cantar dos pássaros ou pisar na grama e, assim, esquecemos o quão bom esse contato pode fazer. 

“Viagens em meio a natureza são como uma terapia em meio a um mundo digital, cheio de telas e obrigações profissionais. O ecoturismo vem se tornando um estilo de vida para aqueles que priorizam qualidade de vida, na qual saúde física e mental são inegociáveis”, ressalta Cecília Fortunatti, cofundadora da VaiViver - Ecoturismo e Aventura. 

Para quem busca uma pausa da rotina agitada das cidades, a VaiViver — iniciativa voltada para viagens com propósito — criou roteiros com saídas exclusivas durante os feriados prolongados. Em maio, no Dia do Trabalho (01), acontecem as primeiras expedições para explorar mais de 150 cachoeiras escondidas no coração da Serra da Canastra, em Delfinópolis (MG). Já em junho, durante o feriado de Corpus Christi, o destino é Nobres (MT), no coração do cerrado mato-grossense. 

Foco na experiência

Buscando mais do que apenas um destino, e sim vivências transformadoras em meio à natureza, Sandra de Araujo Rodrigues, de 53 anos, decidiu romper barreiras pessoais e encontrou na VaiViver a segurança e o acolhimento necessários para viajar sozinha pela primeira vez. Após o divórcio e em busca de um novo ciclo de vida, ela escolheu a Chapada dos Guimarães como ponto de partida para essa jornada. Lá, além de se reconectar consigo mesma, fez amizades e viveu momentos que marcaram sua trajetória. Foi nessa viagem que surgiu o convite para comemorar seu aniversário, em 2022, na Chapada das Mesas — uma experiência que, segundo ela, mudou sua vida. “Você tem noção do que foi iniciar um novo ciclo na Chapada das Mesas? Foi simplesmente emocionante”, conta.

A experiência com a VaiViver foi um ponto central na jornada de transformação de Sandra. Desde o início, ela se sentiu segura e amparada para explorar atividades que jamais imaginou realizar — como tirolesa e passeios por cachoeiras, mesmo sem saber nadar. “Pode ter certeza que o meu ciclo, que se iniciou naquele período, foi um dos mais lindos que eu tive”, relembra. Segundo ela, o cuidado e o suporte da equipe fizeram toda a diferença: “É uma das empresas que dá mais segurança, principalmente para a mulher que viaja sozinha. Quando ela fala assim: ‘quero que você só se preocupe em fazer a mala’, é exatamente isso”, complementa.  

Opções para o Dia do Trabalho

A VaiViver oferece um roteiro de quatro dias para a cidade, que é ideal para quem busca uma imersão profunda no ecoturismo. Iniciando na quinta-feira (01), o grupo se reúne em São Paulo (SP), na estação Vergueiro com a equipe e segue direto para a pousada. A aventura começa na sexta-feira, após um típico café mineiro, com pão de queijo e café quentinho. 

Para os amantes de queijo, o roteiro contempla uma parada em diversas queijarias premiadas para provar o queijo canastra e conhecer um pouco mais da região. Os viajantes ainda adentram o Parque Nacional da Serra da Canastra, recebendo as boas energias da água sagrada e conhecendo a biodiversidade local. O destino é uma opção repleta de belezas naturais e trilhas, indicadas para iniciantes no esporte e com nível de preparação baixo. Ao total, são aproximadamente 12 km de trilhas divididos durante o roteiro, mas sem grandes desníveis. 

Quem escolhe Delfinópolis como destino conhece ainda o Condomínio de Pedra, Vale da Gurita, Complexo do Ouro e do Claro e lindas cachoeiras, como a Cachoeira do Tombo, da Gruta e Tenebroso. Está incluído no roteiro todos os passeios e tickets de entrada, transfer ida e volta da sua cidade de origem em ônibus semi leito, transfer em 4x4 para os passeios na Serra, ônibus rural, hospedagem em pousada em Delfinópolis - próxima ao centrinho e barzinhos -, e as principais refeições com típicos cafés e almoços mineiros. 

 

Com uma rica herança africana presente na cultura, na história e na gastronomia, o Rio de Janeiro foi eleito o Melhor Destino Nacional de Afroturismo durante a 3ª edição do Prêmio Afroturismo, realizada nesta segunda-feira (14.04), em São Paulo. O anúncio foi feito na World Travel Market Latin America (WTM-LA) - um dos mais relevantes eventos globais do setor turístico. A premiação é promovida pela plataforma Guia Negro, que tem a valorização das raízes afro-brasileiras como um de seus pilares estratégicos.

A escolha do Rio reforça o papel da cidade na valorização da cultura afro e no fortalecimento de experiências turísticas ligadas à ancestralidade. Entre os roteiros destacados pelo júri estão a Pequena África, na região portuária, e o bairro de Madureira – trajetos que resgatam e celebram a contribuição da população negra na formação da identidade carioca.

Outro reconhecimento importante foi para o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), localizado na Gamboa. Inaugurado em 2021, o espaço foi premiado como a Melhor Atração Turística do segmento, sendo descrito pelos jurados como um “local de resistência”, dedicado à preservação, promoção e celebração da cultura afro-brasileira, por meio de exposições, rodas de conversa e atividades culturais.

A premiação também reconheceu outros esforços que impulsionam o afroturismo no Brasil. São Luís (MA) foi destaque pelos investimentos no setor, recebendo o título de Destaque Guia Negro. A turismóloga Thaís Rosa Pinheiro, fundadora da agência Conectando Territórios e consultora do Ministério do Turismo, foi eleita a melhor profissional do segmento. 

ROTAS NEGRAS - O fortalecimento do Afroturismo também se reflete nas políticas públicas voltadas para a promoção internacional do Brasil. Como parte desse esforço, o Ministério do Turismo, em parceria com o Ministério da Igualdade Racial e outros órgãos do Governo Federal, lançou o Programa Rotas Negras.

A iniciativa tem como objetivo fomentar experiências turísticas que valorizem a ancestralidade africana em diferentes territórios – urbanos e rurais –, impulsionando oportunidades de inclusão e protagonismo para as populações negras. Com foco na economia criativa, circular e sustentável, o programa também visa fortalecer os destinos turísticos de matriz afro-brasileira presentes no Mapa do Turismo.

Além disso, o Rotas Negras prevê ações voltadas à educação e sensibilização dos turistas sobre a história e a cultura afro-brasileira, à capacitação de comunidades locais na gestão dos seus produtos turísticos e ao enfrentamento de estereótipos, contribuindo para a autoestima das populações envolvidas.