Gustavo Silvestre e Ponto Firme unem moda e cultura no Museu do Ipiranga

Depois de se se apresentar no Edifício Copan, Gustavo Silvestre e Ponto Firme criaram mais uma experiência memorável que celebra a moda e cultura com o desfile no Museu do Ipiranga. No jardim externo, os modelos desfilaram 40 looks feitos com o com o seu exclusivo “tecido de crochê”, confeccionados com o fio Cordonê da Círculo e muitos paetês sustentáveis entrelaçados. O desfile fez parte da programação de pré-abertura oficial da São Paulo Fashion, nesta segunda-feira (14/10).

          Sobre levar a coleção ao Museu do Ipiranga nesta edição do SPFW, Gustavo revela o sentimento após o desfile. “Foi muito emocionante ocupar esse espaço com essas peças que são desenvolvidas por muitas mãos. Significa muito para mim e para o Ponto Firme. E foi mais uma grande oportunidade de mostrar a força do design autoral, a capacidade imensa que temos em relação à criatividade e inovação, desenvolvendo peças únicas e exclusivas e tudo isso alinhado ao nosso propósito social”.

          Os detalhes se complementam para mostrar esta coleção inédita do Verão 2025: desde os looks apresentados, até a trilha e o local do desfile. Gustavo Silvestre aposta em decotes e recortes nas peças; muita transparência com tramas de crochê mais abertas; o brilho sutil que cria um efeito metalizado e que se percebe ao se movimentar; a delicadeza do crochê e dos paetês que proporcionam leveza e um caimento fluido são os destaques das produções que são a cara da estação que se aproxima e com boas propostas de produções para as festas de fim de ano. Para embalar o desfile, um repertório recheado de brasilidade, com músicas de artistas como Djavan, Patrícia Marx e Gal Costa. E o cenário, com a passarela que começou nas escadas do museu e seguiu contornando o jardim externo, deste lugar que é símbolo cultural de São Paulo, arrematou a experiência. O casting contou com a apresentadora influencer Maya Massafera, que estreou nas passarelas, além de Halessia, Isabela Fiorentino, Vivi Orth e Dandara Queiroz. 

 

Valorização do trabalho manual

          O “tecido de crochê”, resultado de quase uma década de estudos desta técnica manual que Silvestre domina e ensina, foi grande estrela do desfile. “Ele consiste em um trabalho 100% manual, que utiliza os mais diversos tipos de materiais embutidos na trama do crochê, usando fio Cordonê da Círculo, que é levemente cintilante, para poder construir peças com brilho na medida certa, luxuosas e coloridas harmonicamente”, detalha.

          A coleção é um desdobramento da pesquisa sobre esse novo tecido desenvolvido à mão, que aparece de forma inusitada em vestidos, macacões, saias e tops. Muitos deles totalmente sustentáveis, desenvolvidos a partir do descarte da indústria do plástico. Para se ter uma ideia, cada peça de crochê executada, pode ter até nove profissionais envolvidos de ponta a ponta em todas as etapas, até 500 horas de produção, mais de 450 metros de fios em crochê e mais de 2,8 mil paetês de materiais recicláveis utilizados.

          Todas as peças são criadas, supervisionadas e finalizadas por Gustavo Silvestre, que desenvolveu uma nova forma de se trabalhar com o crochê, em detalhes e texturas. O estilista está focado em enaltecer e conscientizar sobre a sua moda autoral, que vai além da estética, e inclusive encerrou o desfile vestindo uma camiseta com os dizeres “cópia mata a criação”. “Cópias enfraquecem a inovação e criam uma cultura na qual o design autoral é subestimado. É essencial proteger o processo criativo para que iniciativas como a nossa possam continuar promovendo transformações positivas no Brasil e no mundo”, comenta Silvestre.

          Para a Círculo, este é mais um momento importante para mostrar o imenso potencial do crochê na moda. A marca é parceira de Gustavo Silvestre e Ponto Firme desde o começo do projeto, em 2015, e segue presente nas criações do estilista com o fio que conduz o crochê e dá estrutura para as peças da coleção. “É incrível ver como o Gustavo Silvestre trabalha com o crochê, trazendo inovação, modernidade, criatividade e sustentabilidade em looks conceituais e comerciais. Além disso, é preciso destacar o importante papel social do Ponto Firme, que gera oportunidades e transforma vidas através do trabalho manual”, afirma o Osni de Oliveira Junior, CEO da Círculo.