Brasil registra aumento no desmatamento em áreas urbanas e especialistas alertam para impactos no clima e na saúde

Dados recentes divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revelam um crescimento preocupante no desmatamento de áreas verdes localizadas em zonas urbanas brasileiras. O levantamento, feito com base em imagens de satélite entre janeiro e abril de 2025, indica um aumento de 18% na supressão de vegetação nativa em regiões metropolitanas em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O fenômeno, segundo especialistas, está diretamente ligado à expansão imobiliária desordenada, à falta de fiscalização ambiental e à pressão por novos empreendimentos em áreas de preservação. Cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Manaus lideram o ranking de perdas florestais urbanas, com registros de cortes ilegais em parques, margens de rios e fragmentos de mata atlântica.

Além do impacto ecológico — com a perda de biodiversidade e o comprometimento de corredores ecológicos — o desmatamento urbano contribui para a elevação das temperaturas locais, fenômeno conhecido como “ilha de calor”. Bairros com pouca cobertura vegetal registram até 5 °C a mais do que áreas arborizadas, afetando diretamente a qualidade de vida da população.

Outro reflexo é o aumento do risco de enchentes e deslizamentos. A vegetação natural atua como uma barreira que absorve a água da chuva e protege encostas, o que é especialmente relevante em municípios com geografia acidentada ou drenagem precária.

Organizações ambientais cobram uma reação mais firme do poder público, incluindo o fortalecimento de políticas de arborização urbana, revisão de planos diretores e incentivos à criação de unidades de conservação municipal. Técnicos do setor ambiental também alertam que preservar o verde nas cidades é fundamental para mitigar os efeitos da crise climática e promover saúde pública.

A expectativa é de que os dados do segundo semestre sirvam de base para ajustes em políticas locais e pressionem governos estaduais e municipais a reverter a tendência ainda em 2025.