Dia do Reciclador: indústria brasileira recupera 30,1% dos resíduos gerados

Meio Ambiente
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Setor registrou o maior índice de reciclagem pós-consumo desde 2018    

No último dia 22 de novembro foi celebrado o Dia do Reciclador. A data foi criada para reconhecer e valorizar o trabalho dos profissionais que atuam na coleta, separação e aproveitamento dos resíduos, além de conscientizar sobre a importância desse processo de preservação do meio ambiente.   
 

A Indústria é fundamental na busca pela sustentabilidade e na promoção da economia circular. Por meio da reciclagem, os resíduos são destinados de forma adequada, evitando que sejam descartados de maneira irresponsável e prejudicial ao meio ambiente. Além disso, o reaproveitamento permite a extensão do ciclo de vida dos produtos, reduzindo a necessidade de extração de recursos naturais.   
 

O processo de reciclagem de resíduos plásticos, por exemplo, possui função crucial na redução das emissões de gases de efeito estufa, com foco especial na diminuição da emissão de dióxido de carbono (CO2), principalmente devido à economia de energia nesse processo.     
 

No Brasil, em 2022, 25,6% dos resíduos plásticos pós-consumo foram reciclados mecanicamente e 30,1% recuperados, ou seja, foram destinados de forma ambientalmente correta. É o que revela o estudo do Índice de Reciclagem Mecânica de Plásticos Pós-consumo no Brasil, divulgado pelo PICPlast (Plano de Incentivo à Cadeia do Plástico), iniciativa da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST) com a Braskem realizado pela MaxiQuim.     
 

O estudo descreve a origem dos resíduos consumidos na reciclagem com um total de 1.722 mil toneladas, distribuídas da seguinte forma: 29% de fontes comerciais (sucateiros), 24% provenientes de indústrias (aparas), 19% de beneficiadores (recicladores menores), 13% de empresas de gestão (incluindo logística reversa), 11% de cooperativas, 2% provenientes diretamente das fontes geradoras e 1% de catadores e aterros. Desde 2018, a indústria observa um crescimento considerável, com aumento de 46% no volume e incremento de 42,6% na receita por tonelada produzida, alcançando a marca de R$ 3.128,00.
 

Além dos benefícios ambientais, o setor também gera emprego e renda. A coleta, separação e comercialização dos recicláveis envolvem diferentes etapas que demandam mão de obra qualificada. Dessa forma, a reciclagem contribui para a economia local e a inclusão social.     
 

No último ano, foram gerados 14,7 mil empregos pela indústria recicladora com mais de 1,3 mil empresas. Em 2022, a indústria de reciclagem do plástico obteve mais de R$ 4.700 milhões de faturamento, de acordo com a Pesquisa de Reciclagem PICPlast/MaxiQuim. "Em suma, a indústria recicladora desempenha uma função crucial no desenvolvimento de um futuro mais sustentável. Ao promover a destinação adequada dos resíduos, a extensão do ciclo de vida dos produtos, a redução da extração de recursos naturais e a geração de emprego e renda, ela contribui para a preservação do meio ambiente e para a melhoria da qualidade de vida da sociedade como um todo", comenta José Ricardo Roriz Coelho, presidente da ABIPLAST.          
 

Incentivo à cadeia produtiva

Em 2018, a partir da mobilização dos Recicladores da ABIPLAST, a Rede pela Circularidade do Plástico foi criada, sendo a primeira iniciativa brasileira a favor da Economia Circular do Plástico, consistindo de um hub de projetos que conta com todos os elos do ciclo de vida das embalagens plásticas, trazendo conexão e governança para toda a cadeia de valor. Atualmente, a iniciativa conta com a participação de 66 empresas de diferentes segmentos e 247 voluntários a favor da Circularidade do Plástico.
 

No Dia do Reciclador será lançado o Circularize, projeto com o objetivo de estreitar a relação comercial entre cooperativas e recicladoras de plástico. São disponibilizados em seu portal guias técnicos para otimizar a entrega da matéria-prima, solução criada para garantir mais eficiência e qualidade. Além disso, busca-se padronizar a sucata plástica para agregar valor, facilitar a comercialização e promover a melhoria da renda dos catadores, fortalecendo também a educação ambiental desses agentes ambientais. Os benefícios incluem a melhoria da qualidade do material triado, maior valor agregado e redução das perdas para as recicladoras.
 

A Associação, em parceria com a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e a Central de Custódia, verificadora de resultados independente, também está desenvolvendo a plataforma Recircula Brasil, que tem o objetivo de rastrear os resíduos plásticos, desde sua origem até sua reintegração como matéria-prima na fabricação de novos produtos. Considerada pioneira no setor, a ferramenta é fundamental na comprovação da reciclagem, da circularidade e da inserção de conteúdo reciclado nos produtos, promovendo transparência, compliance, segurança jurídica e maturidade digital para toda a cadeia de valor no país.