Ambientalistas criticam destombamento de bairros-jardins em SP

Meio Ambiente
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150 entidades soltam manifesto contra tentativa do Condephaat de mudar regras em reunião que será realizada hoje

 

Um total de 150 entidades e especialistas da área ambiental e urbanística divulgaram nesta segunda-feira, dia 8, um manifesto contra a proposta de destombamento parcial dos bairro-jardins de São Paulo, o que tornaria a cidade mais suscetível às ondas de calor, tempestades e ao aquecimento. A discussão consta da pauta da reunião de hoje do Conselho do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo (Condephaat).

 

Os especialistas alertam para o contínuo agravamento das condições ambientais da cidade, cada vez mais impermeabilizada, com aumento das "ilhas de calor". Segundo Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), "o avanço das mudanças climáticas exigirá da cidade de São Paulo maior resiliência diante das ondas de calor e precipitações intensas, que só serão devidamente combatidas com o aumento dos espaços verdes e permeáveis, como os bairros jardins".   

 

Os representantes do movimento afirmam que o Condephaat tenta justificar o destombamento em função dos atuais descumprimentos do tombamento por falta de fiscalização, sendo influenciada por forças da especulação imobiliária, o que levaria a uma desastrosa perda de qualidade ambiental da região. 

 

Segundo o advogado Heitor Tommasini, ex-diretor do movimento "Defenda São Paulo" "eventual dano ao bem tombado, e não controlado pela fiscalização, deve ser restaurado ao estado original, e nunca ser o dano aceito e consolidado pelo órgão de defesa da preservação".

 

Para a Elisabeth Vinson, da Coletividade dos Movimentos de Moradores, "a região dos Jardins é um corredor ecológico para o Parque do Ibirapuera, importante para a preservação de flora e fauna local, ajudando a conservar a biodiversidade local, onde há aves e árvores em risco de extinção, como o Papagaio-verdadeiro, Sanhaço-de encontro-azul e Gavião asa-de-telha".