Inteligência artificial revoluciona o mercado de trabalho e desafia profissões tradicionais

A inteligência artificial (IA) deixou de ser promessa para se tornar realidade no cotidiano de milhões de trabalhadores. Com algoritmos cada vez mais sofisticados, capazes de interpretar dados, gerar textos, criar imagens e até tomar decisões estratégicas, a tecnologia vem redesenhando o mercado de trabalho em ritmo acelerado.

Segundo estudo da consultoria McKinsey, até 2030, cerca de 30% das funções atuais poderão ser automatizadas parcial ou totalmente, afetando setores como finanças, atendimento ao cliente, logística, saúde e educação. Profissões tradicionais como contadores, operadores de call center e assistentes administrativos estão entre as mais impactadas.

Ao mesmo tempo, a IA abre espaço para novas carreiras. Cresce a demanda por cientistas de dados, engenheiros de machine learning, desenvolvedores de IA generativa e especialistas em cibersegurança. “A revolução tecnológica não extingue o trabalho humano, mas muda profundamente seu perfil. Precisamos preparar as pessoas para lidar com tecnologia, e não competir com ela”, afirma Karina Silva, professora de inovação da FGV.

Empresas brasileiras também estão aderindo à automação inteligente. Bancos utilizam IA para análise de crédito e prevenção de fraudes, enquanto startups aplicam algoritmos em diagnósticos médicos, traduções simultâneas e sistemas de recomendação. Ferramentas como o ChatGPT e o Copilot já fazem parte da rotina de profissionais de marketing, advocacia e programação.

Diante desse cenário, governos e instituições de ensino têm sido pressionados a investir em requalificação profissional e educação digital. Programas de capacitação em áreas como pensamento computacional, ética em IA e programação já estão sendo implantados em redes públicas de ensino.

“Quem dominar as ferramentas tecnológicas terá mais oportunidades. A exclusão digital, agora, é também uma exclusão do futuro do trabalho”, conclui Karina.