Cada vez mais empresas brasileiras estão migrando para modelos de computação em nuvem híbrida — combinação de nuvens públicas, privadas e infraestrutura local — para impulsionar a transformação digital com maior flexibilidade e segurança. Um relatório divulgado nesta quarta-feira (16) pela IDC Brasil indica que, em 2025, 54% das organizações nacionais já operam algum nível de ambiente híbrido, número que deve ultrapassar os 70% até 2027.
O movimento acompanha uma tendência global: à medida que os dados corporativos se tornam mais estratégicos e sensíveis, cresce a necessidade de balancear os benefícios da nuvem pública, como escalabilidade e menor custo inicial, com a segurança e o controle proporcionados por ambientes privados e locais. No Brasil, setores como financeiro, saúde, telecomunicações e varejo lideram a adoção de estratégias híbridas para lidar com cargas de trabalho críticas.
“Empresas estão percebendo que a nuvem híbrida permite atender a regulamentações locais de proteção de dados, como a LGPD, sem abrir mão da inovação. É um caminho natural para organizações que buscam flexibilidade e resiliência”, avalia Mariana Duarte, diretora de pesquisa da IDC Brasil.
Outro fator que explica a expansão é a crescente ameaça cibernética. Nos últimos 12 meses, o Brasil registrou alta de 32% nos ataques de ransomware, segundo levantamento da Check Point Research. Com isso, companhias têm reforçado investimentos em soluções híbridas para segmentar e proteger melhor os dados e manter operações críticas disponíveis mesmo em caso de falha em uma das infraestruturas.
O mercado brasileiro de nuvem híbrida já movimenta cerca de R$ 18 bilhões ao ano, de acordo com projeções da Brasscom (Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação). Para os próximos anos, a expectativa é que o crescimento seja acelerado também pela popularização da inteligência artificial generativa, que demanda poder computacional escalável para treinamentos e análises em larga escala — outra vantagem do modelo híbrido.
“O desafio para as empresas será gerenciar a complexidade desse ecossistema e garantir que as equipes de TI tenham a capacitação necessária para operar e orquestrar ambientes multicloud com eficiência”, alerta André Mendonça, professor do curso de Sistemas de Informação da PUC-SP.
O cenário reforça a importância de estratégias de longo prazo para governança digital. Para especialistas, organizações que souberem integrar inovação e segurança no uso da nuvem híbrida estarão mais bem posicionadas para competir em um mercado cada vez mais digitalizado e dinâmico.
Cresce no Brasil a adoção de nuvem híbrida como estratégia para segurança e inovação digital
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