Pesquisa aponta que apneia obstrutiva do sono é comum a 60% dos diabéticos tipo 2; especialista indica tratamento adequado para evitar complicações
No Dia Mundial da Diabetes, em 14 de novembro, a atenção se volta para a prevenção e controle dessa doença crônica que afeta mais de 537 milhões de pessoas no mundo, segundo a Federação Internacional de Diabetes. Um aspecto importante, mas frequentemente negligenciado, é a relação entre diabetes e distúrbios do sono, como a apneia. Pesquisas mostram como a apneia do sono pode agravar o controle glicêmico e aumentar o risco de complicações em pessoas diabéticas.
O que é apneia do sono?
A apneia obstrutiva do sono (AOS) é caracterizada por pausas respiratórias involuntárias durante o sono, causadas pelo colapso das vias aéreas superiores. "Essas interrupções podem ocorrer várias vezes por noite, resultando em sono fragmentado e não reparador. Os sintomas mais comuns incluem ronco alto, cansaço ao acordar, sonolência excessiva durante o dia e dificuldade de concentração", explica o Dr. Geraldo Lorenzi Filho, pneumologista e Diretor Médico da Biologix, healthtech especializada em medicina do sono.
A relação entre diabetes e distúrbios do sono
Estudos têm mostrado que a apneia do sono está presente em uma proporção significativa de pacientes com diabetes. Pesquisa de 2024, conduzida pela Universidade de Beira Interior (UBI), sugere que cerca de 60% dos pacientes diabéticos tipo 2 apresentam algum grau de AOS. Este distúrbio pode piorar o controle da glicose, principalmente por aumentar a resistência à insulina e provocar inflamação crônica, conforme explica o Diretor Médico da Biologix.
"A falta de sono de qualidade, comum em pessoas com apneia, pode aumentar a resistência à insulina, dificultando o controle dos níveis de glicose no sangue. A apneia obstrutiva do sono também está associada a um aumento da inflamação no corpo, o que agrava as complicações relacionadas à diabetes, como doenças cardiovasculares e neuropatia".
Monitoramento do sono em pacientes diabéticos
Felizmente, com o monitoramento e tratamento dos distúrbios do sono, é possível melhorar tanto a qualidade do sono quanto o controle glicêmico. A detecção precoce de condições como a apneia obstrutiva do sono e a adoção de intervenções terapêuticas podem ter um impacto significativo no bem-estar geral do paciente diabético. A primeira etapa é buscar um diagnóstico.
"Se você é diabético e apresenta sintomas como ronco forte, pausas respiratórias durante o sono ou dificuldade em manter os níveis de glicose controlados, consulte um especialista. Geralmente, o diagnóstico é feito por meio de uma polissonografia, em um laboratório. Mas já existem exames feitos em casa, como o Exame do Sono Biologix, que realiza mais de 12 mil diagnósticos por mês em todo o país. O exame monitora vários parâmetros, inclusive o ronco, uma das principais queixas de quem dorme junto do paciente”, afirma o doutor.
O tratamento da apneia do sono envolve uma gama de possibilidades, incluindo dormir de lado, tratamento da obstrução nasal, exercício físico e da musculatura da garganta, perda de peso, uso de placa de avanço mandibular e de máscara com pressão positiva - chamada de CPAP. Um estudo publicado no American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine mostrou que o uso do CPAP, por pelo menos oito horas por noite, reduz o risco de progressão para diabetes em pessoas com pré-diabetes.
"No Dia Mundial da Diabetes, é crucial destacar que distúrbios do sono, como a apneia, afetam o controle glicêmico. Identificar e tratar esses problemas pode melhorar a saúde e reduzir complicações. Por isso, se você tem diabetes e problemas de sono, consulte seu médico", reforça o Dr. Lorenzi Filho.
Dia Mundial da Diabetes: entenda como a apneia do sono afeta o controle da glicose
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