Nos últimos dez anos, o consumo de alimentos ultraprocessados cresceu 5,5% no país, de acordo com estudo divulgado pela Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, feita pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens/ USP), responsável pelo Guia Alimentar para a População Brasileira.
A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que, no Brasil, aproximadamente 20 milhões de pessoas tenham diabetes. Mas, o que alimentos ultraprocessados têm a ver com pacientes diabéticos? A resposta é simples: o consumo de alimentos ultraprocessados está resultando no aumento do risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2.
Produtos como refrigerantes, salgadinhos, biscoitos recheados, refeições instantâneas e outros itens altamente industrializados têm ganhado destaque nas prateleiras dos supermercados, mas os impactos desse consumo excessivo à saúde vão além da obesidade e doenças cardiovasculares, agora também resultando diretamente no aumento de casos de diabetes tipo 2.
Alimentos ultraprocessados contêm altos níveis de açúcares, gorduras saturadas e aditivos químicos, alterando o metabolismo e favorecendo o desenvolvimento de resistência à insulina, fator chave para o surgimento da doença.
“O estilo de vida moderno, muitas vezes caracterizado pela falta de tempo, faz com que muitas pessoas recorram a esses alimentos rápidos e práticos. O que parece ser uma solução momentânea pode acarretar sérios problemas de saúde a longo prazo. O consumo frequente desses produtos está diretamente associado ao descontrole glicêmico e ao aumento de peso, ambos fatores críticos para o desenvolvimento do diabetes tipo 2”, afirma o Dr. Annibal Barros Junior, cardiologista e especialista em nutrologia.
Além disso, o consumo de ultraprocessados também afeta diretamente a performance de quem pratica atividades físicas, pois esses alimentos possuem baixo valor nutricional, são ricos em calorias vazias e comprometem a recuperação muscular nos treinos. A carência de nutrientes essenciais faz com que o corpo tenha menos energia para exercícios de alta intensidade e dificultam a construção de massa muscular e a recuperação pós-treino.
O alerta para os riscos do consumo elevado de alimentos ultraprocessados vem acompanhado da recomendação de uma dieta equilibrada, rica em alimentos in natura, como frutas, verduras, legumes e grãos integrais, que são fontes de nutrientes importantes e que ajudam a prevenir diversas doenças crônicas, incluindo o diabetes.
"Priorizar alimentos frescos e preparar refeições em casa é um passo fundamental para proteger a saúde a longo prazo. Pequenas mudanças nos hábitos alimentares podem fazer uma enorme diferença na prevenção do diabetes tipo 2 e na melhoria da qualidade de vida", finaliza o especialista.
Por fim é importante manter as consultas médicas e os exames em dia. O check-up cardíaco deve começar aos 45 anos para homens e aos 50 para mulheres, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia. No entanto, pessoas com histórico familiar de doenças cardíacas, ou com condições como hipertensão, diabetes e obesidade, devem iniciar o acompanhamento mais cedo.
Alimentos ultraprocessados podem aumentar o risco de diabetes tipo 2
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