Maior demanda por procedimentos de caráter reparador é reflexo do aumento de acidentes de trânsito, que registraram um salto de 7% em 2024
Cerca de 40% das cirurgias plásticas realizadas no Brasil têm caráter reparador, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). Esses procedimentos não apenas restauram a funcionalidade de partes do corpo afetadas por acidentes, mas também devolvem aos pacientes autoestima e qualidade de vida, especialmente em casos de queimaduras ou acidentes graves que deixam marcas que vão além das visíveis.
A principal diferença entre as cirurgias estéticas e reparadoras está na finalidade: a estética busca harmonizar a imagem, respeitando os limites das técnicas disponíveis, enquanto a reparadora trata de restabelecer funções comprometidas. “Em casos estéticos buscamos atender o desejo dos pacientes, mas sempre levando em consideração que os resultados podem ser influenciados por diversos fatores. Na plástica reconstrutora, nosso objetivo principal é devolver ao paciente a funcionalidade, priorizando não somente a aparência, mas a qualidade de vida. É importante frisar que, em qualquer caso, um cirurgião com formação ética e técnica sólida buscará sempre oferecer o tratamento mais adequado”, enfatiza o chefe de residência em Cirurgia Plástica do Hospital Universitário Cajuru e cirurgião plástico do Hospital São Marcelino Champagnat, Dayson Luiz Nicolau dos Santos.
Traumas que demandam reconstrução
“Os traumatismos faciais causados por acidentes automobilísticos e os traumas em membros inferiores, especialmente em decorrência de colisões com motocicletas, são os casos mais recorrentes para esse tipo de cirurgia”, explica o cirurgião, que também é membro titular da SBCP. Segundo dados divulgados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2024 o número de acidentes de trânsito só nas rodovias brasileiras passou de 67.766 para 73.114, um aumento de mais de 7% que reflete diretamente na quantidade de pacientes que precisam se submeter a uma plástica reconstrutora.
Impacto emocional
Muitos pacientes enfrentam o sentimento de desamparo antes da cirurgia, mas encontram na equipe médica e no suporte psicológico um caminho para a reconstrução. Ao devolver aos pacientes a funcionalidade das partes do corpo afetadas e melhorar seu aspecto estético, o procedimento reduz o impacto psicológico causado por traumas graves.
“O acompanhamento psicológico é essencial para ajudar o paciente a compreender os limites do tratamento e ajustar suas expectativas. Nosso objetivo é sempre equilibrar o aspecto funcional e o estético para que esse paciente se sinta o mais confortável possível, proporcionando a ele uma nova perspectiva de vida”, destaca.
Tratamento de referência
Após passarem por cirurgias reconstrutivas, a maioria dos pacientes relatam melhorias não apenas na mobilidade ou aparência, mas também na confiança para retomar suas atividades cotidianas e relações sociais, o que reforça a importância de centros especializados com expertise em múltiplas especialidades, aliadas à humanização no atendimento.
Caso do Hospital Universitário Cajuru, em Curitiba (PR), que atua no atendimento a traumas desde 1958 e recentemente se tornou o único hospital paranaense com atendimento exclusivo pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a obter a acreditação ONA Nível 3, o mais alto reconhecimento na área da saúde no Brasil. “O hospital é referência até hoje graças à qualidade e humanidade dos profissionais que realizam esses atendimentos. Para um médico, ver a melhora do paciente é motivador. A satisfação pessoal da equipe vem da felicidade do paciente com um bom resultado final. É o que faz com que nossa função valha a pena”, finaliza o cirurgião plástico dos hospitais Universitário Cajuru e São Marcelino Champagnat, Dayson Luiz.
Além da estética: cirurgias plásticas reparadoras devolvem funcionalidade e autoestima a pacientes vítimas de traumas
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