A ação “Representatividade x Representação: é só uma homenagem?” convida os carnavalescos a conhecerem narrativas indígenas que foram apresentadas por escolas de samba que desfilaram nos Sambódromos do Anhembi (SP) e da Sapucaí (RJ) e estarão expostas no Museu das Culturas Indígenas (MCI) a partir de 1º de março. No dia seguinte (02 de março), será a vez de desfilar ao lado da Mocidade Unida da Mooca, que terá como samba-enredo uma homenagem ao escritor e filósofo, Ailton Krenak. O MCI é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerida pela ACAM Portinari (Associação Cultural de Apoio ao Museu Casa de Portinari), em parceria com o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim.
A instalação fotográfica apresentará desfiles com temáticas indígenas, a repercussão na imprensa e trechos de sambas-enredo no sétimo andar do MCI. A ação mostrará a diferença entre representatividade e representação no Carnaval, a fim de conscientizar e endossar a inclusão de povos originários em posições de destaques na festa tradicional brasileira, como ao ocupar espaços nos desfiles, na confecção de fantasias e na composição de músicas.
Os sambas-enredo que serão reproduzidos na instalação abarcam os desfiles entre 1976 e 2025, com apresentações da Unidos de Padre Miguel (1976), Imperatriz Leopoldinense (1994), Unidos de Vila Isabel (2000), Gaviões da Fiel (2018), Acadêmicos do Salgueiro (2024), Mocidade Unida da Mooca (2025), entre outros.
A visita será conduzida pelos mestres de saberes, indígenas do programa educativo, que compartilharão tradições ancestrais e como as representações carnavalescas podem reforçam estereótipos racistas de “selvagem, folclórico e não pertencente à sociedade”. A ação acontecerá entre 01 e 30 de março, das 9h às 18h (às quintas, até às 20h).
DESFILE NO SAMBÓDROMO DO ANHEMBI
A equipe do Museu das Culturas Indígenas participará do desfile da Mocidade Unida da Mooca em 02 de março (domingo), às 22h. Ao lado de Ailton Krenak, em um dos carros alegóricos, os mestres de saberes participarão com a exposição de estandartes — bandeiras decoradas tipicamente carnavalescas — com frases como “Cocar é sagrado”, “Cada grafismo representa a espiritualidade de um povo”, “Índio Indígena não é fantasia” e “Demarcação já”.
Neste ano, o samba-enredo da Mocidade Unida da Mooca homenageará Ailton Krenak com a composição “Krenak – O Presente Ancestral”, que trata de sua trajetória e de memórias, bem como enaltece os povos indígenas como donos desta terra.
Carnaval no Museu das Culturas Indígenas: festa, conscientização e um desfile histórico ao lado de Ailton Krenak na Mocidade Unida da Mooca
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