Doenças respiratórias e coração: uma relação perigosa

Saúde
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O tempo seco cria o ambiente ideal para o aumento de doenças pulmonares e emergências cardíacas. Durante o outono, os hospitais registram, em média, de 30% a 40% mais atendimentos relacionados a complicações no sistema respiratório ou cardiovascular.

“As doenças respiratórias aumentam a inflamação no corpo, alteram a oxigenação do sangue e podem descompensar quem já tem alguma condição cardiovascular”, explica o Dr. Elcio Pires Junior, cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular. 

Segundo o especialista, quadros como gripes fortes, bronquites e pneumonias sobrecarregam o organismo e são gatilhos não apenas para infartos, mas também para arritmias, AVCs e até insuficiência cardíaca.

O tempo seco favorece a desidratação e o sangue se torna mais viscoso, exigindo mais esforço do coração. “É como se o motor tivesse que trabalhar dobrado, com menos oxigênio e mais resistência”, afirma o médico.

Sintomas 

Tosse persistente, febre, chiado no peito, cansaço extremo e dificuldade para respirar são sinais de alerta para o pulmão. Quando esses sintomas vêm acompanhados de palpitações, dor no peito, falta de ar ao fazer esforço leve ou inchaço nas pernas, é preciso investigar também o coração.

“O organismo funciona como um sistema interligado. Se o pulmão não consegue entregar oxigênio suficiente, o coração precisa trabalhar mais. E esse esforço pode descompensar quem já tem predisposição a doenças cardíacas”, explica o Dr. Elcio.

Como prevenir

A prevenção começa com atitudes simples: manter-se hidratado, evitar exposição prolongada ao tempo frio e seco, não frequentar ambientes com poeira, mofo ou fumaça e vacinar-se contra gripe, COVID-19 e pneumonia.

Outra alerta importante é tratar rapidamente gripes, resfriados e sinusites, evitando que evoluam para complicações mais sérias. Ao primeiro sinal de que algo não vai bem — seja no pulmão ou no peito — procure atendimento médico.

“Os sintomas podem começar com uma tosse e terminar em uma emergência cardíaca. É preciso estar atento”, finaliza o especialista.