Sono de qualidade: o novo desafio da vida moderna e suas consequências para a saúde

Saúde
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Em um mundo acelerado e hiperconectado, dormir bem se tornou um luxo — e também uma questão de saúde pública. Segundo dados recentes da Associação Brasileira do Sono, cerca de 65% dos brasileiros afirmam ter dificuldades para dormir com qualidade. Entre as causas estão o estresse, o uso excessivo de telas e a rotina desregulada de trabalho e alimentação.

Embora muitas pessoas ainda tratem a insônia ou o sono leve como algo “normal”, os especialistas alertam: dormir mal afeta diretamente o funcionamento do corpo e da mente, podendo gerar desde problemas de concentração até quadros de ansiedade, obesidade e doenças cardiovasculares.


O que acontece quando você não dorme direito?

Durante o sono, o organismo realiza funções vitais para a saúde. É nesse momento que o cérebro consolida memórias, o sistema imunológico se fortalece e os hormônios são equilibrados. Dormir menos do que o necessário ou ter interrupções frequentes nesse processo gera impactos imediatos e de longo prazo.

“Pessoas que dormem menos de 6 horas por noite por períodos prolongados têm maior risco de desenvolver hipertensão, diabetes tipo 2 e até depressão”, explica a médica neurologista Dra. Carolina Sanches, especialista em medicina do sono.

Além disso, a privação do sono está diretamente ligada ao aumento de acidentes no trânsito e queda de produtividade no trabalho.


Por que estamos dormindo tão mal?

Os vilões do sono moderno são muitos. O uso excessivo de celulares, tablets e computadores antes de dormir é um dos principais. As telas emitem luz azul, que inibe a produção de melatonina, hormônio essencial para a indução do sono.

Outro fator é o ritmo urbano acelerado, que leva as pessoas a adiarem o descanso em nome de tarefas acumuladas, redes sociais ou entretenimento. O hábito de consumir alimentos pesados ou bebidas alcoólicas à noite também prejudica o adormecer.


Dicas para dormir melhor

Adotar uma higiene do sono adequada é fundamental para recuperar o equilíbrio. Veja algumas recomendações simples que podem fazer a diferença:

  • Estabeleça horários fixos para dormir e acordar, mesmo nos fins de semana.

  • Evite telas eletrônicas pelo menos 1 hora antes de se deitar.

  • Reduza a cafeína após as 16h.

  • Crie um ambiente propício, com luz baixa, temperatura agradável e silêncio.

  • Evite refeições pesadas ou álcool próximo ao horário de dormir.

  • Pratique atividades físicas regulares, mas evite exercícios intensos à noite.


Quando procurar ajuda?

Se os problemas com o sono persistirem por mais de três semanas e começarem a afetar a rotina, é importante buscar um profissional. Hoje, clínicas do sono oferecem exames como a polissonografia, que ajuda a identificar distúrbios como apneia, síndrome das pernas inquietas e insônia crônica.

“A qualidade do sono é um dos principais pilares da saúde. Dormir bem é tão importante quanto se alimentar bem e praticar exercícios”, reforça a Dra. Carolina.


Cuidar do sono é cuidar da vida. Em tempos de tanto estímulo e pouco descanso, desacelerar à noite pode ser o verdadeiro remédio para um dia melhor.