O sedentarismo tem se consolidado como um dos maiores desafios à saúde pública entre adolescentes e jovens adultos no Brasil. De acordo com um estudo recente do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), mais de 60% dos brasileiros entre 15 e 29 anos não praticam a quantidade mínima de atividade física recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 150 minutos por semana. O dado acende um alerta para os riscos futuros de doenças cardiovasculares, obesidade, diabetes tipo 2 e até transtornos emocionais, como ansiedade e depressão.
O fenômeno, segundo especialistas, está ligado a uma combinação de fatores: a alta exposição a telas, a diminuição das atividades ao ar livre, o aumento do tempo de trabalho e estudo remoto, além da precariedade do acesso a espaços públicos seguros e gratuitos para a prática esportiva. “Estamos diante de uma geração que, apesar de conectada, se movimenta cada vez menos. E isso trará consequências sérias nas próximas décadas”, afirma a cardiologista Dra. Denise Horta, pesquisadora do INC.
Para tentar reverter esse cenário, campanhas educativas vêm sendo promovidas por escolas, universidades e instituições de saúde em todo o país. Iniciativas como “Movimenta Jovem”, do Ministério da Saúde, e programas municipais de incentivo ao uso de bicicletas, caminhadas e esportes coletivos buscam reconectar os jovens com a importância da atividade física como parte da rotina. Além disso, médicos defendem que a prática de exercícios deve ser incorporada ao discurso sobre bem-estar mental, uma vez que há evidências sólidas sobre os benefícios da atividade física na regulação do humor e na prevenção de quadros depressivos.
O desafio, no entanto, não é apenas individual. Envolve políticas públicas de urbanismo, mobilidade, educação e saúde integradas, que promovam o movimento como um direito social. A médio e longo prazo, o combate ao sedentarismo será fundamental para garantir uma população mais saudável, produtiva e resiliente — e o esforço precisa começar agora.
Sedentarismo entre jovens preocupa médicos e impulsiona campanhas por hábitos mais saudáveis
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