Inclusão que transforma: o cuidado do SUS às pessoas com deficiência

Saúde
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Isaac Borges tinha apenas 3 anos quando recebeu o diagnóstico de surdez bilateral, condição em que a pessoa perde de forma severa ou total a audição nos dois ouvidos. Para ampliar possibilidades de comunicação, Isaac precisou de um implante coclear, dispositivo eletrônico capaz de reabilitar a audição. Foi graças ao Sistema Único de Saúde (SUS) que a criança pôde, pela primeira vez, ouvir a voz da mãe e descobrir um novo universo de sons ao seu redor.

“Na época, o que mais chamava atenção e gerava preocupação é que ele não falava. A gente buscou pediatras, fonoaudiólogos e outros profissionais. Quando eu recebi o diagnóstico, foi um impacto muito grande. Eu deixei o emprego para cuidar dele. Hoje, com o auxílio do aparelho, meu filho ouve e fala o nome dele”, conta Cristiane Borges, mãe do Isaac.

A cirurgia para o implante coclear foi realizada no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Além do aparelho, Isaac, hoje com 10 anos de idade, conta com o acompanhamento do Centro Especializado em Audição e Linguagem (CEAL). A unidade é referência no Distrito Federal e em todo o Centro-Oeste. Foi lá que no ano passado a família recebeu outro diagnóstico: o de Transtorno do Espectro Autista (TEA).

"O Isaac também tem TDAH e epilepsia, então foi difícil para descobrir o autismo. Ao chegar no centro, ele passou por várias avaliações e várias suspeitas. Durante esse processo e ainda hoje nós contamos com muito acolhimento dos profissionais do CEAL. Eles sentem a nossa dor e nos fortalecem como seres humanos. Aqui entendi que nossos filhos têm limitações que
podem sim ser superadas”, relata Cristiane.

A fonoaudióloga Daniela dos Santos, que atua no CEAL, destaca: “Cada avanço de uma criança é também uma vitória para nós. Criamos vínculos verdadeiros com as famílias, e essa parceria faz toda a diferença nos resultados”.